sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

"O que vale é ter liberdade para consumir"



Enquanto alguns poucos noticiários na TV falam sobre o boicote criminoso organizado pelo Denarc -departamento que cuida das drogas na polícia civil de SP- jogando bombas contra os dependentes químicos da cracolândia, população que o Programa Braços Abertos da prefeitura tenta tirar da indignidade, lembro de um filme.

 "O que vale é ter liberdade para consumir, essa é a verdadeira funcionalidade da democracia", diz o ator Lázaro Ramos, no papel de um marginal que sai da cadeia e organiza o sequestro de um corrupto capitalista predador que organiza ONGs apenas para captar dinheiro dos grandes e médios investidores e fazer um belo caixa-2.

É claro que o pensamento do personagem de Ramos, que coincide com muitos discursos ultra-esquerdistas, é mais do que um exagero, e passa para a categoria das inverdades. O consumismo hoje –vejam se não uma das faces dos rolezinhos- é a funcionalidade do capitalismo. Mas sempre foi. Quando o sistema medieval de acumular riquezas em poucas mãos na base da agricultura e a guerra mudou 180º e aparece a burguesia mercantil e proto-industrial, a guerra e a política passam para um estágio superior: servir à acumulação do capital. E logo virá a segunda fase, a fase superior que é o colonialismo e o imperialismo.

É por essas e outras que os pequenos traficantes de maconha, de chinelo e a pé, ou mesmo alguns barões da favela -de corrente de ouro, arma na cintura e carro novo, que tanto usam como abusam da violência- sabem que estão com seus dias de vida economicamente contados. O grande capital internacional sabe –soube até antes que os barõezinhos do cannabis nas favelas- que a venda legal da maconha pode oferecer lucros bilionários, e aplica num alto investimento de propaganda a favor da “descriminalização” da famosa erva. O tema deve entrar na pauta eleitoral de 2014, pela mão de uma esquerda liberal que acha que droga e uso de droga é uma escolha pessoal e não um drama de milhares de famílias que já virou pauta de saúde pública, além de tema da educação e da segurança; mas sobretudo o tema interessa aos senhores de gravatinhas cor de rosa, CNPJ e prédios com grandes vidros espelhados, pelo potencial econômico com que acena a comercialização legal da maconha no Brasil.

Para entender melhor o processo, e tomar posição em relação à questão da droga, vamos nos remontar aos anos 80 do já longínquo século XX, quando o ator-presidente republicano e ultraconservador Ronald Reagan, em meio ao recrudescimento da guerra fria contra a URSS, decide apostar tudo no combate às drogas. As guerrilhas latino-americanas tinham começado a cobrar um imposto-pedágio aos narcotraficantes, e estes foram procurar apoio e proteção nas milícias da direita policial e militar que rapidamente se organizaram e receberam cooperação militar e financiamento maciço dos governos alinhados com o Reagan.

Essa guerra fracassou e os democratas de Clinton e Obama sentiram o cheiro da derrota antes que os republicanos que, igual que os nossos conservadores ultrarreacionários tropicais –malufistas, bolsonaros, clubes militares e das PMs, etc.- só pensam a política na ponta do fuzil.

O mega-capitalista Soros apoiou financeiramente a campanha de Obama, que pretende –correta e felizmente pra nós, que somos os do quintal dos EUA- desmilitarizar a política norte-americana. Humanismo? Não!, simples pragmatismo: a guerra em 28 fronts sai caríssima para os EUA. É já é hora de desmontar o aparato bélico herdado de Reagan e da guerra fria, e criar novas saídas.

FHC, que de ideólogo da esquerda quase nacionalista dos anos 60 e 70 passou para guru do liberalismo privatizador, entendeu o piscar dos olhos do grande capital y seus governos. Estado mínimo, só para facilitar negócios, dinheiro público em harmonia com o capital que sempre mandou nestes hemisférios. O Instituto Millenium e outros intelectuais que também passaram da esquerda para o liberalismo –como o escritor Mario Vargas Llosa- também entenderam os novos ventos que sopram do centro do mundo para as periferias. E todos –direita antediluviana e liberais tipo Obama, FHC e Vargas Llosa- lutam contra o inimigo de sempre, o que eles chamam de populismo, e que nós sabemos que é apenas a nova onda de governos populares e democráticos com políticas baseadas na erradicação da miséria e do abismo social.

O bilionário George Soros, maior investidor da “Open Society”, um holding de ONGs em geral -muito bem retratada no filme brasileiro “Quanto vale ou é por quilo? do diretor Sérgio Bianchi (2005), dedica hoje à campanha pela legalização da maconha pelo menos 10% dos quase 35 milhões de dólares que investe na América Latina. Soros foi o grande patrocinador da campanha “Regulación Responsable” que viabilizou a aprovação da venda legal do cannabis no Uruguai presidido pelo José Mujica. O mercado uruguaio para o consumo da droga é calculado em 75 milhões de dólares.

A ação de Soros é denunciada pela pesquisadora Itaia Muxaic de Ricart, de San Juan de Porto Rico, que revela que o Mujica teve um encontro com George Soros na ONU, em Nova York, em setembro de 2013. Mujica teria pedido dinheiro para a campanha de "regulação responsável" na televisão do Uruguai. Agora, os investidores uruguaios buscam parceiros para injetar dinheiro no Brasil, em um projeto para exportação de maconha, assim que ela também for descriminalizada por aqui.

Vale sempre lembrar que George Soros é um grande investidor da Monsato –a gigante do agronegócio dos EUA que está barbarizando na Argentina e no Brasil- especializada em sementes geneticamente alteradas que pesquisa também o produto do futuro: a maconha.  A HortaPharm, da Holanda, também faz experiências com sementes de maconha desde 1990. Em 1998, os holandeses assinaram uma parceria com a GW Pharma, da Grã-Bretanha, e em 2003 os britânicos firmaram parceria com a Bayer da Alemanha que, finalmente em 2007, se associou à norte-americana Monsato nas pesquisas.

A principal tática comercial já está traçada. As primeiras lojas autorizadas a vender a maconha para “uso medicinal” no estado do Colorado, nos EUA são umas 37 em todo o estado licenciadas e vendem para pessoas com mais de 21 anos, para qualquer finalidade. As autoridades do Colorado esperam um giro de 580 milhões de dólares por ano, incluindo 67 milhões em taxas e impostos para o estado.

A maconha que vai ser consumida nos EUA deve ser também importada do Uruguai, e no futuro do Brasil, onde as pesquisas indicam existir as melhores áreas para plantio. A maconha deve se transformar em mais um grande produto das exportações brasileiras, melhorando o desempenho da balança comercial. Já não se trata de papo furado de economista doidão, e passa a ser uma séria alternativa de negócios.

A maconha continua ilegal pela lei federal dos EUA. Porém, o governo de Obama tem sinalizado que vai dar aos estados a liberdade para gerir seus próprios estatutos sobre a descriminalização, desde o uso medicinal até o “recreativo”.

E aqui na Patropi, o privatizador FHC, apoiado pelo mega-capitalista selvagem Soros, quebra o tabu do THC:
No Brasil, a campanha pela maconha tem como líder máximo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que estrelou o documentário “Quebrando o Tabu” da Spray Filmes com a  direção de Fernando Grostein Andrade.

Em 2010, o investidor multimilionário Soros, que doou US$ 1 milhão para a campanha do referendum de legalizaçao da maconha na Califórnia, e financia o International Crisis Group e a Revenue Watch, que põem dinheiro nas campanhas eleitorais em vários países do mundo, também entrou no Brasil apoiando o FHC.

O investidor anunciou em artigo publicado no Wall Street Journal, que embora a proposta que estabelece um imposto à comercialização da maconha não seja perfeita, sua aprovação "seria um grande avanço e suas deficiências poderiam ser corrigidas com base na experiência".

"Regular e taxar a maconha poderia, simultaneamente, poupar a quem paga impostos bilhões de dólares em forças de segurança e prisões caras, enquanto poderia prover muitos bilhões de dólares em ganhos anualmente", frisou Soros em sua coluna.

Pouco depois o jornal Sacramento Bee, da Califórnia, noticiou que Soros fez um aporte de um milhão de dólares nas contas da chamada Proposta 19.
Segundo o investidor, um imposto sobre o consumo de cannabis "reduziria a delinquência, a violência e a corrupção associadas aos mercados das drogas, bem como as violações das liberdades civis e dos direitos humanos, que ocorrem quando um grande número de chamados cidadãos respeitosos da lei estão sujeitos à prisão. Em troca, a polícia poderia se concentrar nos crimes graves", afirmou.

Ao mesmo tempo, uma comissão internacional de alto nível afirmou que a guerra às drogas global fracassou, e exortou os países a estudarem medidas como a legalização da maconha que “podem ajudar a enfraquecer o poder do crime organizado”.

A Comissão Global sobre Política de Drogas exortou os líderes internacionais a adotar uma nova proposta para as drogas, substituindo a criminalização rígida das drogas e a prisão dos usuários, e ao mesmo tempo combatendo os cartéis criminosos que controlam o tráfico.

"A guerra global contra as drogas fracassou, com consequências devastadoras para indivíduos e sociedades pelo mundo afora", disse o relatório divulgado pela comissão.
O grupo inclui o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o grego George Papandreou, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o empresário britânico Richard Branson e o ex-secretário de Estado norte-americano George Schultz.

Entre as recomendações da comissão, que disse ser necessárias com urgência nas políticas nacionais e globais de controle de drogas estão:

– Substituir a criminalização e punição de usuários de drogas, mas que não prejudicam outras pessoas por uma oferta de serviços de saúde e tratamento aos necessitados.
– Incentivar os governos a legalizar a maconha e possivelmente outras drogas ilícitas, "para enfraquecer o poder do crime organizado e proteger a saúde e segurança de seus cidadãos". A comissão disse que a descriminalização não resulta em aumento importante no consumo de drogas.
– Os países que continuam a investir em uma abordagem policial devem focar o crime organizado violento e os traficantes de drogas.
 Outros membros da comissão são o ex-presidente mexicano Ernesto Zedillo, a ex-presidente suíço Ruth Dreifuss, o ex-presidente colombiano Cesar Gaviria, e o ex-presidente do Federal Reserve dos EUA Paul Volcker.

"Gastos imensos com medidas de criminalização e repressão dirigidas contra produtores, traficantes e consumidores de drogas ilegais claramente fracassaram em reduzir efetivamente a oferta ou o consumo", afirma o relatório.
"Vitórias aparentes na eliminação de uma fonte ou organização do tráfico são invalidadas quase imediatamente pelo surgimento de outras fontes e traficantes. Os esforços de repressão voltados contra os consumidores dificultam a tomada de medidas de saúde pública para reduzir o HIV/Aids, as mortes por overdose e outras consequências nocivas do consumo de drogas", afirma o relatório.

O relatório da comissão diz que o dinheiro gasto por governos em esforços para reduzir a oferta de drogas e encarcerar por delitos relacionados às drogas poderia ser gasto com maneiras diferentes de reduzir a demanda de drogas e os malefícios causados pelo abuso delas.


Mas, no final das contas...a maconha faz mal? É um remédio? Os defensores da liberação da maconha estão interessados profundamente no aspecto farmacológico da droga, ou só querem usá-la para recreação? Tema para o próximo comentário.

J.V. São Paulo, 23 de janeiro de 2014.

sábado, 4 de janeiro de 2014

La batalla de Cuito Cuanavale

La prensa internacional disimuló los aplausos a Raúl Castro durante los homenajes a Nelson Mandela. 
Del mismo modo que la misma prensa se "olvidó" que Mandela, antes de ser un integracionista, casi un "pacifista", fue fundador de un partido guerrillero que derrotó políticamente al régimen segregacionista de África del Sur. 
La batalla que recordamos hoy -la de Cuito Cuanavale, en que las fuerzas revolucionarias de Angola, aliadas a las FAR cubanas derrotaron al ejército de los segregacionistas- marcaron el inicio de la caida del régimen del apartheid sudafricano. Tomé este texto del blog La Mancha Obrera, de España.
Siempre es bueno recordar.
JV.


La batalla de Cuito Cuanavale.



Combatientes cubanos en Cuito Cuanavale, Angola, marzo de 1988
 Thenjiwe Mtintso, embajadora de Sudáfrica en Cuba, en diciembre del 2005: “hoy Sudáfrica tiene muchos nuevos amigos. Ayer estos amigos se referían a nuestros líderes y a nuestros combatientes como terroristas y nos acosaban desde sus países a la vez que apoyaban a la Sudáfrica del Apartheid. Esos mismos amigos hoy quieren que nosotros denunciemos y aislemos a Cuba. Nuestra respuesta es muy simple, es la sangre de los mártires cubanos y no de estos amigos la que corre profundamente en la tierra africana y nutre el árbol de libertad en nuestra Patria”
La batalla de Cuito Cuanavale marcó el principio del fin del dominio de la minoría en el sur de África, el desmantelamiento del sistema de apartheid y la liberación total del continente de la ocupación europea. Un cuarto de siglo después de esta batalla crucial, Dennis Laumann explica su significado.
Este año se cumplió el 25 aniversario de un acontecimiento clave en la lucha por la liberación de África del dominio colonial: la batalla de Cuito Cuanavale. En ese remoto pueblo en el sur de Angola en marzo de 1988, el ejército de la Sudáfrica del apartheid fue derrotado por una alianza panafricanista que incluyó decenas de miles de voluntarios cubanos. Su victoria obligó a los gobernantes racistas de Sudáfrica a comenzar las negociaciones que llevaron al levantamiento de la proscripción de las organizaciones anti-apartheid, la liberación de Nelson Mandela, la independencia de Namibia, y en última instancia la libertad de Sudáfrica. Aunque las narraciones históricas prevalecientes sobre el fin del apartheid ignoran la importancia de esta batalla épica, su papel central fue destacado por el propio Nelson Mandela.
La batalla de Cuito Cuanavale fue la culminación de más de una década de guerra de Sudáfrica contra Angola. En los meses previos a la independencia de Angola de Portugal el 11 de noviembre de 1975, las Fuerzas de Defensa de Sudáfrica (SADF), con la ayuda encubierta de los Estados Unidos, invadieron Angola para impedir que el Movimiento Popular para la Liberación de Angola (MPLA) asumiera el poder. El régimen del apartheid se veía amenazado por la perspectiva de otra nación africana libre, y además con orientación socialista, en sus fronteras, ya que Sudáfrica ocupaba a la vecina África del Sudoeste (actual Namibia).
En ese momento, la Organización Popular de África Sudoccidental (SWAPO) libraba una lucha armada por la independencia de Namibia, mientras que en Sudáfrica, el movimiento anti-apartheid de masas mantenía al régimen a la defensiva. El gobierno de la minoría blanca de Sudáfrica se sentía sitiados, aunque algo envalentonado por el apoyo de Estados Unidos.
Observando de cerca los acontecimientos del otro lado del Atlántico, el gobierno de Cuba de manera unilateral (en otras palabras, sin el conocimiento de la Unión Soviética) decidió defender la soberanía de Angola, tal como solicitara a La Habana el liderazgo del MPLA. Mientras las SADF avanzaban por el interior de Angola hacia Luanda, la capital, Cuba lanzó la Operación Carlota, llamada así en honor de una mujer africana que encabezó una rebelión de esclavos en Cuba en el siglo 19. Miles de soldados cubanos, junto con equipos militares vitales fueron transportados en una flota improvisada de buques mercantes y aviones de pasajeros desde el Caribe hasta el África Central, revirtiendo los viajes de los barcos negreros que llevaron a los angoleños a la esclavitud en Cuba en los siglos anteriores. A fines de marzo de 1976, los combatientes aliados del MPLA y Cuba empujaron a las SADF fuera de Angola hacia el África del Sudoeste ocupada, una derrota sorprendente del régimen del apartheid y una inspiración para los jóvenes sudafricanos que lideraron el histórico levantamiento de Soweto en junio de ese mismo año.
Durante la próxima década, los gobernantes racistas sudafricanos intentaron desestabilizar a Angola, principalmente a través de su apoyo a UNITA (Unión Nacional para la Independencia Total de Angola). El ejército sudafricano y la Agencia Central de Inteligencia (CIA) de los Estados Unidos armaron, entrenaron y coordinaron la campaña de terror de UNITA contra el pueblo angoleño. Cada vez que el ejército angoleño, con la asistencia de asesores soviéticos y cubanos, golpeó contra la UNITA, el SADF respondió con ataques aéreos e invasiones terrestres para proteger a sus mercenarios angoleños. Como resultado, dos provincias del sur de Angola fueron ocupadas efectivamente por el SADF, ampliando así el sistema del apartheid de África del Sur a través de África del Sudoeste hacia Angola.
En julio de 1987, el ejército de Angola avanzó sobre los campos de la UNITA en el sureste de Angola. A punto de ser aplastado, en octubre la UNITA fue rescatado por los sudafricanos, que atacaron desde sus bases en África del Sudoeste. La situación rápidamente se volvió crítica para los angoleños, que se retiraron a una posición defensiva en Cuito Cuanavale. Una vez más, Cuba respondió rápidamente al pedido de ayuda y reanudó las operaciones de combate directo en Angola, con el envío de decenas de miles de voluntarios y sus mejores al sur de Angola. La batalla enfrentó a los ejércitos de Angola, Cuba y la SWAPO, con apoyo de inteligencia de miembros del ANC sudafricano, el partido de Nelson Mandela, contra las fuerzas de Sudáfrica y la UNITA, apoyadas por Estados Unidos.
El SADF intentó varias veces capturar Cuito Cuanavale a principios de 1988, pero fue repelido con éxito. Mientras que la batalla continuaba, Las fuerzas aliadas cubanas, angoleñas y namibias, con superioridad aérea aseugurada por sus MiG-23, lanzaron una contraofensiva hacia el oeste, avanzando en Namibia, liberando las provincias ocupadas del sur de Angola, y obligando a la SADF al retirarse. Sin haber podido tomar Cuito Cuanavale, perdiendo el territorio angoleño que ocupaban, sufriendo grandes pérdidas y con creciente oposicion a la guerra entre la minoría blanca en Sudáfrica, el SADF, anunció su retirada de Angola en abril de 1988.
Al mes siguiente, el régimen del apartheid acordó iniciar negociaciones que continuaron por un año, con Angola y Cuba en un lado de la mesa y Sudáfrica y Estados Unidos por el otro. El resto, como se dice, es historia conocida: el ANC, junto con su principal aliado, el Partido Comunista Sudafricano (SACP) fueron desproscriptos el 2 de febrero de 1990; Mandela fue liberado de prisión el 9 de febrero y Namibia recuperó su independencia el 21 de marzo.
Mientras que el régimen del apartheid trató de presentar su derrota en Angola como una retirada táctica, o incluso una victoria, la prensa de Sudárica y Estados Unidos describió la batalla de Cuito Cuanavale como una victoria de la alianza cubano-namibiana-angoleña. Más recientemente, los ex comandantes de la SADF han reconocido que sufrieron una derrota humillante y destacaron la brillante conducción de Fidel Castro, quien dirigió a sus tropas desde una sala de mando a través del océano en Cuba. Los opositores al régimen del apartheid, nunca tuvieron dudas sobre quién ganó la batalla. Como dijo recientemente el ex-ministro de Inteligencia del gobierno de Mandela, Ronnie Kasrils, ‘…la evaluación [de la batalla de Cuito Cuanavale] es su resultado, que fue el fin del apartheid “.
Significado
Cuito Cuanavale fue el enfrentamiento militar más grande en territorio africano desde las batallas de la Segunda Guerra Mundial entre los aliados y el Eje en el Norte de África y marcó el principio del fin de la dominación de la minoría blanca en el sur de África, el desmantelamiento del sistema de apartheid, y la liberación total de África de la ocupación europea. En Cuito Canavale se rompió el mito de la supremacía blanca que fue la base ideológica del régimen del apartheid y de la totalidad del proyecto colonial europeo. Fue una profunda demostración de panafricanismo, lo que los académicos llaman últimamente “diáspora inversa”, ya que más de 50 000 cubanos regresaron a la tierra de sus ancestros para librar al continente de la dominación racista.
En un discurso ante decenas de miles de personas en la ciudad cubana de Matanzas en julio de 1991, Nelson Mandela elogió la contribución de Cuba a la liberación africana, declarando:
“Durante mucho tiempo hemos querido visitar su país y expresar los muchos sentimientos que tenemos acerca de la revolución cubana, sobre el papel de Cuba en África, el sur de África y el mundo. El pueblo cubano tienen un lugar especial en los corazones de la gente de África. Los internacionalistas cubanos han hecho una contribución a la independencia africana, la libertad y la justicia, sin precedentes por sus principios y desinterés… Su aplastante derrota del ejército racista en Cuito Cuanavale fue una victoria para toda África! ”
Hoy en día, los visitantes de Parque de la Libertad en Pretoria ven en la lista de los mártires antiapartheid los nombres de los más de dos mil cubanos que perdieron la vida en Angola.
Dennis Laumann Profesor asociado de Historia de África en la Universidad de Memphis, en los EE.UU. y autor de Colonial África, 1884-1994 (Oxford University Press, 2013). Este artículo fue publicado, en inglés por “African Agenda” (Vol. 16, No. 2).