terça-feira, 30 de agosto de 2011

Guerras do Chile no Século XIX




O Chile enfrentou três guerras durante o século XIX, além das guerras da Independência. Todas as três foram travadas contra países vizinhos e uma contra a Espanha - da qual tinha sido colônia -.

Quais são as razões que levaram o Chile a participar em três conflitos bélicos?

O primeiro foi a guerra contra a Confederação Peru-Bolívia, que abrange o período entre 1836 e 1839. Em segundo lugar, a guerra contra a Espanha, que ocorreu entre 1865 e 1866 e terceiro, e finalmente, a Guerra do Pacífico, chamada Guerra do Salitre, que aconteceu de 1879-1883.

O primeiro confito bélico aconteceu no governo de José Joaquín Prieto. A guerra contra a Confederação Peru-Bolívia foi provocado – segundo o historiador chileno Alfonso de la Peña em seu livro "Manual de Historia de Chile" - pela ameaça que representava a política do general Andrés de Santa Cruz na Bolívia, que levou a uma aliança com o Peru, considerada por alguns setores nacionalistas chilenos como uma “invasão”, ou intervenção direta, porque este país passava por um período de desordem política, o que favoreceu aos bolivianos para interferir mais facilmente no Peru. Segundo o historiador chileno, Santa Cruz tinha visões ambiciosas, e queria refazer o império Inca, uma vez que ele mesmo era um descendente dos antigos povos dominantes no Peru e Alto Peru.

Uma das causas da guerra foi que a Confederação Peruano-Boliviana decretou pesados impostos ao Chile, como o que foi adicionado ao trigo, que chegava ao porto peruano de Callao, o que fez com que o Chile revidasse, impondo à Confederação o mesmo com o açúcar. A partir de tudo isto começaram as hostilidades entre ambos países. Outra razão econômica forte foram os milhões em dívidas que o Peru não queria pagar ao Chile, e que tinham origem num empréstimo que o Chile havia concedido a partir de uma dívida contraída na Inglaterra. Do outro lado, do ponto de vista chileno, estava a ambição do Peru, que queria colocar o porto de Callao na categoria de primeiro da América do Sul, superando o chileno de Valparaíso.

Considerando o segundo conflito, que é a guerra contra a Espanha, desencadeada no governo de José Joaquín Pérez Mascayano, sabemos que esta guerra aconteceu porque a Espanha chegou ao Peru declarando querer fortalecer as relações comerciais e de amizade com suas ex-colónias, mas logo os representantes da Espanha alegaram que não tinham dado ainda total independência ao Peru, e que esta nacão ainda tinha algumas dívidas que vinham da época dos vice-reis. Espanha se apodera então das ilhas de Chincha, onde florecia a exploração do guano, que era a principal fonte de renda no Peru. A esta invasão às ilhas reagiu o Peru em protestos nacionais de uma agitação extraordinária.

O Chile não tinha nada a ver nesta questão, que incluia apenas o Peru e a Espanha, mas o sentimento de americanismo daqueles tempos fez o Chile se intrometer, talvez porque acreditava que a Espanha poderia voltar a tentar a retomada do poder ou ainda tratar de se expandir novamente na geografia da América do Sul. Desta forma declarou a guerra à Espanha em setembro de 1865. No auge do conflito, a Espanha bombardeou Valparaiso que era a principal fonte de renda do Chile.

O terceiro conflito bélico, a Guerra do Pacífico começou no governo de Aníbal Pinto (ver *) até o de Domingo Santa María, e é também conhecida como Guerra do Salitre ou do "Ouro branco". O problema desta vez foi provocado por questões de fronteira entre Chile, Peru e Bolívia, porque os limites do norte do Chile, e do sul do Peru e oeste da Bolívia não estavam muito bem definidos, e os lucros que a terra fornecia, principalmente o guano e o salitre, causaram as diferenças entre eles.

Um fato econômico que detonou como a causa principal da guerra foi que a Bolívia quebrou um acordo celebrado, em que prometia não aumentar os impostos às empresas inglesas e chilenas do salitre no território boliviano.

O principal motivador da guerra, então, é claro que foi o salitre. E o evento que disparou o início dos conflictos, nos anos 1870, é que o Peru estava já em falta do seu principal produto, o guano, e a resposta achada para passar a crise e garantir os limites existentes na região do nitrato, foi assinado em 1873 um tratado "segredo" com a Bolívia, que tina por objetivos unir-se, e defender-se uns aos outros no caso de uma agressão do Chile, ou de risco ao monopólio do sal. Como conta no livro "História do Chile", de Sergio Villalobos, Osvaldo Silva, Fernando Silva e Estelle Patrick, Chile estava prestes a declarar guerra à Bolívia até que o tratado secreto foi tornado público, em seguida, exigiu o Chile que o Peru se declarasse neutral, o que o Peru recusou.

Veja mais em:

Ver: http://javiervillanuevaliteratura.blogspot.com/2011/07/la-guerra-del-guano-y-del-salitre.html  

(*) http://javiervillanuevaliteratura.blogspot.com/2011/05/la-guerra-del-salitre.html

sábado, 27 de agosto de 2011

El Siete Pieles en el Parque Sarmiento



- Sim, sim, siiiim, sou eu, sim senhor. Sim, o que caiu do telhado do Tío Ramón. Mas foi besteira, eu queria ver a lua cheia, e de repente a lua foi pra cima, disparada, vertical. Sim senhor. Trabalho em Obras Públicas.  A lua subiu como um foguete, mas era eu, caindo cinco metros abaixo.-

- Seu filho da mãe, não é isso que te pergunto, Cadê o Juancito? -

- Aaaai, não sei, aaaai- dois tapas sincrônicos nas duas orelhas, - Trabalha comigo em Obras Públicas, mas não sei onde mora. Estamos juntos em Estudos e Projetos faz quatro anos.-

-Não é esse Juan, caralho- mais um tapa na boca e o capuz preto e imundo se desliza e vejo as pernas de um dos caras, o que está mais longe, calças verdes, ridículo.

- Aaai, sim senhor, só conheço o Juancito delegado, o da comissão interna, que nem eu, só -

- Mentiras!!, o Juan de Vialidad, Caminos y Parques, esse quero saber, cacete!-.

Dois choques rápidos de eletricidade na ponta da orelha direita e agora já vejo as calças marrons do que está do meu lado, e o cabo preto da "picana" elétrica.

- O Juancito Vasco, eu sei, vi ele duas vezes no sindicato, mas está preso, todo mundo sabe, não sei onde morava, mas é amigo do meu primo Jorgito, que também está preso, aaaaaai!! - um soco na boca do estômago e os caras saem da sala uns minutos. A boca está seca, sinto frio, mas preciso tomar água, já sei, não posso, mas mão aguento a sede.

- Sou eu, sim, o que caiu na fonte da Plaza de San Antonio, en Catamarca, sabe? e o Alejandrito e o Jorge rachavam o bico de tanto rir, sabe? - outro choque elétrico na boca, e uma risada do cara. Que agora ruge, perdendo a calma, e grita:

- Juan Uriburo, sim, mas não está preso, seu filho da puta! Onde está? fala logo!! - arrancam a máscara da minha cabeça, agora vejo que não é um capuz. E vejo que as calças verdes, ridículas, vestem um homenzinho insignificante, que se eu achasse na rua, e não nos quartos tenebrosos deste quartel, nem olharia. O outro é amigo do gordo Dávila, do sindicato. É um fascista perigoso, covarde, traiçoeiro.
- Vamos, comuna, pra rua já! - engrossa a voz para parecer mais macho, mais alto e musculoso, o homenzinho das calças verdes. Saio da mesa do escritório do velho quartel do Parque Sarmiento, improvisada masmorra que o grupinho do Comando de Organização usa para divertir-se na tortura.
- Pra Perla. Você dirige, Páez -. Não se preocupam em tapar-se os rostos, falam os nomes, são do C.de O. Vão me matar.

- Desce do carro, olha pra baixo!! - dois tiros nas pernas. Um só me raspa a pele, sinto calor, mas não dói. O outro queima na panturrilha. A lua, suja e pequena, sobe como um foguete, como no telhado do Tío Ramón, e eu caio, tudo ao mesmo tempo.

Uma terceira bala, demorada, entra pela orelha esquerda e sinto que não sai. Vejo as calças verdes e o anãozinho rindo; vejo a boca quase sem dentes, mas não ouço nada, e já não me parecem tão ridículos, nem ele, nem o fascista do Comando de Organização. Ficou tudo escuro e só vejo a sombra de El Malo, o Sete Peles, rindo, e agora sim, ouço alto e firme, Alto! Fiiirme! E vejo a jaquetinha verde oliva do Supay, as botas lustrosas do Malo, o hálito nauseabundo do milico chifrudo que não sabe que pode matar mil, dez mil ou trinta mil, mas que o povo não se mata. Os pobres e despossuídos são como ratinhos, como coelhos, como os "cuises" nas Salinas Grandes, correndo, se multiplicando, guardando na memória os tempos felizes da comida, da fartura, da abundância...da liberdade. E sempre reproduzem o clima de festa que tanto aterroriza ao Supay. E o Malo treme, ri da minha morte e treme, dá estrondosas gargalhadas ao ver-me agonizar, mas treme de medo; solta fedorentas ventosidades azuladas e relâmpagos de fogo azul pelas narinas, arreganha os dentes e eu me arrepio de terror, mas também dou risadas:

- Aguenta, Mandinga. Ri agora, milico. Goza teus cinco minutos de fama, fascista, que o povo não morre, os pobres vencerão, voltarão aos poucos, ou de um golpe só, e as ruas se encherão de mulheres, homens jovens e velhos, de pobres e não tão pobres, de estudantes e de remediados, de favelados e de universitários, de donas de casa e de aposentados. Ri, Mandinga. Dá gargalhadas que quem ri por último rirá melhor!! - digo, quase sem forças, me esvaindo, apagando como num sonho, sem ver luzes no fim do túnel nem sentir nenhuma paz nem trompetes de anjos, nada, nada mesmo, só carne que se apaga, espírito que se desliga junto com a matéria e se mistura com a terra do lixão onde os fantochezinhos do Comando de Organização me jogaram, a mando do tenente coronel do Parque Sarmiento.
E o Malo vai embora, o Supay Mandinga se escapa, dissimulado, porque sabe que o Mal não dura cem anos.

Leia mais em: "De Utopías y Amores, de Héroes y Demonios de la Patria" (JV. São Paulo, 2006)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Quem era Amérigo Vespucci?



Quem era Amerigo Vespucci, ou Américo Vespucio?

Quando publiquei nota sobre a obra de Pedro Mártir, De Orbe Nova, dias atrás, muitos me perguntaram por quê focar num tema tão “antigo”. E é que desentranhar os inícios da conquista e colonização pelos espanhois e portugueses é entender um pouco mais a natureza do nosso vasto conntinente. O livro fala da descoberta e colonização nos primeiros anos do Novo Mundo entre 1492 e 1500, e foi publicado pela primeira vez em 1511, em Sevilha.

Pedro Mártir, um respeitado humanista lombardo, testemunhou uns dos momentos mais esplêndidos da unificação espanhola, e enseguida, a descoberta de um novo continente. Diz Pedro Mártir: “Granada já tomada pelos exércitos de Castela e limpa a Espanha da semente ruim dos mouros, para não passar a vida no lazer indecorosa, estava planejando voltar para a Itália, mas me reteve a simpatia singular que me mostraram os Reis Católicos".

E que tem a ver Pedro Mártir, cronista da descoberta de Cristovão Colombo com Américo Vespúcio? Justamente é o que veremos ao contrastar a personalidade religiosa e mística de Colombo e seu cronista Pedro Mártir com a mais moderna, auto-propagandística e “científica” de Vespúcio.

As cartas do cosmógrafo florentino falam da viagem fantástica através de costas desconhecidas, descrevem florestas e homens estranhos; e contam que, graças a ele, as ilhas descobertas por Colombo viraram um novo continente.

Depois de 500 anos ainda se discute sobre a autenticidade de suas cartas, a existência real de suas viagens, seus itinerários e a certeza da veracidade de suas histórias.

Das seis cartas existentes atribuídas a Vespucci, cinco foram dirigidas a seu patrono, Lorenzo di Pier Francesco de Médici, primo de Lorenzo de Medici.

A primeira de suas cartas, enviadas a partir do porto de Sevilha, em 18 de julho de 1500, e segunda a partir da ilha de Cabo Verde em 4 de junho de 1501, narra os preparativos eo início de sua viagens oceânicas.

A terceira carta, enviada de Lisboa 1502, ao retornar de sua viagem mais controversa, a terceira, é conhecida como a "Carta de Lisboa". Ela nos diz que ele chegou às antípodas, o que hoje parece um conceito extremo, exagerado e falso, pois, Nova Zelândia – a verdadeira antípoda- só foi descoberta vários anos depois pelos europeus.

A quarta carta, enviada de Lisboa entre setembro ou outubro de 1502 é conhecida como "Mundus Novus" modo em que Vespucci chamava a terra descoberta por Colombo; é o novo mundo.

O estilo do autor em si apresenta interpretações contraditórias. O texto diz o seguinte:

"Nos dias que se passaram, eu escrevi muito extensivamente sobre o meu retorno desses países novos, que com a Marinha, e à custa e pelo mandato deste Sereníssimo Rei de Portugal, temos procurado e encontrado, e estamos certos de ser lícito chamar de Novo Mundo "...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

El tío Luis Unzaga y Don Gabino





Anochece en mi porteña soledad
Por Luis Unzaga


Anochece en mi porteña soledad en São Paulo. Seis y media de la tarde para mi reloj de la pampa seca. Buenas noches en mi conciencia tropical. Noche oscura y de vuelos imaginativos. Me subo a mi ilusión y vuelo bajito por los potreros de La Falda. Paso por la casa de Los Ovejero a vuelo rasante; sobrevuelo el estanque de Los Ávalos y voy posando lentamente en el techo de la casona de Victoriano Unzaga. Verifico si la gomera sigue en el bolsillo de atrás del pantaloncito corto. Veo que el Viejo anda por las higueras. No come nada, sólo observa. Ahora va para las parras. Uvas blancas y uvas negras. ¿Por qué blancas si son verdes claritas? ¿Negras? Yo las veo azules.

A unos trescientos metros del portón, más allá de la tipa frondosa, Don Gabino afila un palito con el facón montonero. Era soldado raso de Felipe Varela, dicen. Y el abuelo me contó que debe andar por los 112 ó 115 años. Otros le dan hasta 132!

Don Gabino. Tiene costumbres extrañas el viejito; dicen que sólo come carne; y carne de vaca fallecida, de muerte natural, digamos. O sea, ni va a la carnicería ni pide cortes frescos. No. Don Gabino pide que le den las reses muertas.

Cuentan que vivía en una quinta que supo ser del lugarteniente de Felipe Varela, en la última montonera contra el gobierno de Mitre, en ocasión de la Guerra del Paraguay.

Pero me bajo de mi ilusión deportiva y me lo encuentro al Pistola, que con los años vendría a ser el famoso Tío Luis. Me corrige algunas partes de lo que estaba contando, recordando los dichos de Victoriano, el padre de Luis, y me muestra lo que escribió:



- Don Gabino…sí, claro que me acuerdo. Muy niño cuándo lo conocí a Don Gabino López - mejor digamos que lo vi, porque conocer a un hombre como él no era cosa de niño - montaba un burro pardo. Sombrero de alas caídas, barba blanca casi hasta el pecho, con un poncho claro que lo cubría todo hasta las uyutas que calzaba. ¿Qué cubría ese poncho, además de su cuerpo de carnes magras y el recado? Pues su puñal y una bota de aguardiente. Hombre extraño en sus costumbres, casado con Doña Guada, Guadalupe, de pronto desaparecía por largo tiempo y luego aparecía como se había ido, sin decir nada – cuenta Luis.

- No sabía leer pero recibía correspondencia, era Don Faustino Nóblega quien le leía, sin comprender mucho, porque las cartas estaban escritas en una forma y con términos algo extraños; pero don Gabino asentía con un ujumm! de entendimiento. Todo lo que digo lo escuché de los viejos. De origen riojano, Don Gabino habría sido hombre del Chacho Peñaloza, con la misión de bombero - y aclaremos para quien no lo sepa, que “bombiar”, en el lenguaje antiguo de nuestros gauchos e indios, el criollo en fin, significa “mirar”. Y Gabino tenía que observar todo que pudiera ser útil, como hallar ganado que sirviera para la tropa, aguadas para refresco de los caballos y mulas, los movimientos de guachos y otras cosas más. Cuando viejo y solo, viéndose próximo al final, le pidió a mi padre que se hiciera cargo de su alimentación y cuidado para lo cual le legó su rancho. Al morir - calculo yo que entre 1938 y 1940 -decían que tenía ciento diez años – dice Luis y se va para los tunales del fondo, pensando en Victoriano y en sus historias de Don Gabino, el Chacho y Felipe Varela.


Autor: Luis Unzaga, Catamarca, 2011.





segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Por qué Grecia (y España) no se recuperarán *


* Por Vicenç Navarro, 29 de junio de 2011
El mayor problema que tiene la economía griega no es primordialmente de carácter económico o financiero. Es un problema político. Tiene que ver con el enorme poder que la banca ha tenido, y continúa teniendo, en la estructuración de la Unión Europea y de la Eurozona, así como en la génesis de la deuda pública de los países llamados despectivamente PIGS, cerdos en inglés, (Portugal, Irlanda, Grecia y España). Ahora bien, este poder de la banca ha contado con un gran aliado y cómplice: las clases más adineradas de los países de
la Eurozona, incluyendo las de los países PIGS.
Veamos los datos, comenzando por las reglas que los bancos escribieron sobre las cuales se establecería la Eurozona. Estas reglas son las responsables de que Grecia nunca podrá (ni tampoco España) salir de la recesión a través de las políticas que se están siguiendo.
Una fue que los Estados, al incorporarse al euro, perdieron el control sobre su propia moneda. Es decir, que en momentos de recesión (cuando la economía está estancada), el estado griego no puede devaluar la moneda y con ello poder abaratar sus productos y venderlos más fácilmente al exterior, recuperándose a base de ello.
Suecia y Noruega, por cierto, se han recuperado de la recesión mucho mejor y más rápido que Finlandia, como consecuencia de que los dos primeros pudieron devaluar su moneda, lo cual no pudo hacer Finlandia al pertenecer al euro.
Otra regla es que, al integrarse al euro, los Estados dejaron de tener la potestad de imprimir dinero y establecer el precio del mismo. Cuando un país está en recesión, su Banco Central imprime dinero y/o abarata el precio del dinero, disminuyendo así los intereses bancarios, facilitando que tanto los ciudadanos como los empresarios puedan conseguir préstamos con los cuales consumir bienes y servicios e invertir, y así producir empleo y estimular la economía.
Negarle al estado que tenga control sobre el crédito es imposibilitarle el poder estimular la economía. Una función de un Banco Central es, precisamente, la de garantizar el crédito, lo cual funcionó bien en la mayoría de países europeos hasta que llegó la moda neoliberal con el Presidente Reagan de EEUU y la Sra. Thatcher de Gran Bretaña, que hicieron creer a muchos gobiernos europeos que desregular el crédito era bueno para un país. El último caso que vimos fue Islandia, que conllevó un enorme problema, como también lo creó en los otros países que desregularon el crédito (que fueron la mayoría).
Y, por si fuera poco, la tercera regla era que un país no podía seguir políticas expansivas de gasto público. Es decir, un estado no podría gastar mucho para estimular la economía, pues el estado, según el criterio de Maastricht, no podía tener un déficit estatal mayor del 3% del PIB y una deuda publica mayor del 60% del PIB.
Claro que el criterio no decía cómo debía bajarse el déficit para lcanzar el número mágico del 3%. Pero insistieron en que los stados bajaran los impuestos como manera de estimular la conomía, considerando erróneamente que los ricos, que eran los áximos beneficiarios de los recortes de impuestos, consumirían más ue ahorrarían (de hecho, invirtieron en sectores especulativos). Esta nsistencia en que el estado bajara los impuestos no dejaba al estado tra alternativa que la de recortar el gasto público. Esto eliminó la osibilidad de que el estado pueda estimular la economía mediante, or ejemplo, inversiones en áreas de creación de empleo.
Estas tres reglas hacen muy difícil, casi imposible, para Grecia y para España), salir de la crisis. En realidad, estas reglas fueron m importantes para que la crisis se presentara en Grecia con la ravedad con laque se ha presentado.
¿QUÉ PASA EN GRECIA? LA ALIANZA DE LA BANCA CON LOS ICOS

Una característica de Grecia, que comparte con España, es que a estado gobernada por la ultraderecha por muchos años. La ictadura de los coroneles fue (como lo fue también la dictadura de os generales en España) una dictadura de los ricos en contra de las lases populares. Ello ha determinado que los ricos no tienen la costumbre de pagar impuestos. El fraude fiscal ha sido enorme, consecuencia de la laxitud del estado, que ha continuado controlado por los ricos durante la democracia que siguió a la dictadura. En 2010 sólo 15.000 griegos, de un total de once millones de ciudadanos, declararon al estado ingresos superiores a 100.000 euros al año, lo cual contrasta con la existente concentración de la riqueza y de las rentas, visible en los suburbios de las ciudades griegas. Se considera que casi la tercera parte de la renta nacional (la poseída por los ricos en su mayoría) no se declara.
Ello ha forzado al estado griego a endeudarse hasta la médula para pagar los gastos del estado (en infraestructura y en servicios públicos, así como en gastos militares que significan una carga muy importante en el presupuesto nacional). Esta deuda recoge también la deuda incurrida por los gobiernos militares, no elegidos democráticamente, y cuyo gasto militar lo tiene que pagar ahora el estado democrático. Éstas son las causas de que el estado griego tenga un problema de déficit del estado (12% del PIB) y de deuda pública, todavía mayor (150% del PIB). Pero esta realidad quedó, en parte, ocultada por el estado con la ayuda del banco Goldman Sachs.
El diario alemán Der Spiegel descubrió las ocultaciones de las cuentas nacionales que el estado griego (gobernado por las derechas) había realizado con la complicidad de aquel banco estadounidense (que
recibió un pago por ello de 800 millones de euros). Es imposible que la Comisión Europea (cuya mayoría son de partidos de derechas), no lo supiera. Por cierto, el que era Vicepresidente para Europa del banco Goldman Sachs, que realizó operaciones financieras con el gobierno conservador griego para ocultar la situación real del déficit público del estado griego, el Sr. Mario Draghi será el nuevo Presidente del Banco Central Europeo, poniendo a la cabeza de este Banco (que es un lobby de la banca, en lugar de ser un Banco Central) a la persona que ayudó más al desfalco de las cuentas públicas del estado griego.

Cuando el gobierno socialista salió elegido descubrió estos problemas, indicando que el déficit y la deuda eran mucho mayores de lo que el gobierno conservador había indicado. El estado está enormemente endeudado. Los bancos alemanes y franceses, pero también los bancos griegos (donde los ricos griegos depositan su dinero) han comprado la deuda pública a unos intereses abusivos. Por cierto, la mal llamada ayuda a Grecia es para asegurarse que el estado griego pagará a tales bancos. Y la enorme austeridad impuesta a la población griega por parte del estado (77.000 millones de euros, de los cuales 28.000 millones serán en recortes de gasto público y 50.000 millones en privatizaciones del patrimonio nacional) es para poder pagar a los bancos.

EL EURO Y LA CRISIS

Este endeudamiento del estado griego es beneficioso para los bancos y también para los ricos que no pagan impuestos, forzando al estado a endeudarse aún más. Pero es también beneficioso para los ricos y para los bancos extranjeros, pues el estado se siente en la necesidad de privatizar sus propiedades (a unos precios irrisorios) con lo cual vemos una enorme demanda de euros por parte de bancos de inversión para comprar tales propiedades. En realidad, en contra de lo que constantemente se dice y se alarma, el euro está en muy buena salud (demasiado buena para los empresarios españoles que tienen problemas para exportar), y ello se debe a la enorme demanda de euros con los cuales se compra la privatización de los bienes públicos de Grecia (y de España). Véase el caso de las cajas de ahorros españolas, que se están vendiendo a unos precios muy bajos. Y todo ello con la ayuda del Estado. De ahí que las privatizaciones sean una estrategia impuesta por la banca a los países del euro como manera de conseguir la venta del patrimonio y servicios muy rentables de los países periféricos.
Vemos así como el enorme dominio de la banca explica que los estados periféricos estén estancados en su deuda sin poder salir de ella, lo cual no ocurre por incompetencia, sino por diseño, pues así consigue introducirse y conseguir mayor rentabilidad al comprar a precios muy bajos lo que antes era público. Cualquier lector de este artículo debiera indignarse. Por cierto, este artículo fue enviado a algunos de los medios de mayor difusión del país, ninguno de los cuales consideró oportuno publicarlo. Agradecería al lector que lo distribuyera lo más ampliamente posible.

Fuente: Vicenç Navarro ha sido Catedrático de Economía Aplicada en la Universidad de Barcelona. Actualmente es Catedrático de Ciencias Políticas y Sociales, Universidad Pompeu Fabra (Barcelona, España). Es también profesor de Políticas Públicas en The Johns Hopkins University (Baltimore, EEUU) donde ha impartido docencia durante 35 años. Dirige el Programa en Políticas Públicas y Sociales patrocinado conjuntamente por la Universidad Pompeu Fabra y The Johns Hopkins University. Dirige también el Observatorio Social de España

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

* Limites ao Tabaco. Mas que droga "legal"! *

Quantos preciosos minutos perdemos enviando baboseiras do tipo: "se repassar essa mensagem em não sei quantos minutos, não sei que diabos acontecerá?".

Pois bem, peço que vocês percam poucos minutos clicando no site abaixo para assinar um abaixo-assinado sobre os limites da indústria do tabaco no Brasil. Uma indústria à qual é permitida fazer propagandas em quase todos os meios de comunicação (menos mal que já saiu da TV há alguns anos). À qual é permitido patrocinar os caixas de todas as padarias e bares no nosso país para que todos os nossos filhos se confundam e vejam as balas, chicletes e chocolates na altura deles e já almejem que quando cresceram um pouquinho mais poderão pegar as "guloseimas" que estão acima, que são os cigarros. À qual é permitida a adição de sabores para que os adolescentes não sintam o gosto amargo do fumo e se enganem achando que estão fazendo charme com o gostinho de menta ou chocolate, entrando num vício quase sempre, sem volta. Enfim, à qual tudo é permitido.

Cigarro é droga. Cigarro mata. Cigarro deveria ser vendido sem embalagem bonita, igualzinho a como é vendido veneno que não está exposto como guloseima, que não custa barato, que não tem adição de sabores, que é vendido como o que é: veneno.






O terror do Bullying

Nada contra a torcida individual ou de pequenos grupos para alentar ao time do coração; isso é algo antigo e saudável; grupos juvenis, fãs de músicas modernas dos diversos estilos, também é algo corriqueiro, ao menos desde os anos cinquenta. Mas o que vem crescendo nas últimas décadas em todo o mundo, como um subproduto da violência imposta pelo colonialismo, o capitalismo selvagem e pela brutalidade das polícias de quase todas as nações contra os mais pobres e jovens- é a revolta individual e de grupos que, mesmo reagindo contra as injustiças e desigualdades sociais- são os fenômenos anti-sociais como a formação de gangues e outros, mais privados e ocultos, como a violência doméstica, e como o chamado agora "bullying", que não é outra coisa senão a simples agressão física por parte de alguns alunos contra os próprios companheiros de escola, e até contra professores.

As guerras de gangues, fronteiriças entre a delinquência juvenil e a lumpenagem, ou de torcidas organizadas, também estão  na base social do tráfico de drogas, composta até de jovens estudantes e ainda no interior das escolas.

Muitas das cidades mais ricas, do interior de todo o país, e outras, que são periféricas das grandes capitais, viraram espaços de intolerância, onde acontecem conflitos absurdos, às vezes relacionados às drogas, ou a uma pressão de grupo para forçar uma liberdade sexual, da qual muitas meninas e meninos não querem participar. Ou até exigências ridículas, como vimos há poucos días, de crianças querendo obrigar a colegas a serví-las, fazendo as tarefas escolares do mais forte e agressivo, numa espécie de servidão ou escravidão doméstica e oculta. São crianças e jovens que passam a sofrer diversos tipos de agressões, pressões e perseguições, numa inversão absurda de todos os valores humanos e cidadãos.

Humanismo, ética e solidariedade são conceitos e até palavras desconhecidas ou perdidas para muitas comunidades de jovens estudantes que as trocam por desrespeito ao direito do seu colega, e por caráter transitivo, a toda a sociedade. Este quadro já é de imensa preocupação para educadores, pais e autoridades escolares, e está passando a ser também uma ameaça para toda a sociedade em seu conjunto, já que, mais tarde ou cedo, os resultados sempre beiram as situações em que se possibilita o crime, ou se geram malefícios irreparáveis, tanto para as vítimas, como também para os agressores. Leis como a Maria da Penha cuidam da mulher, jovem ou adulta, para defendê-la das mazelas do machismo. Mas a violência machista quase sempre gera mais violência doméstica, e são também as geradoras do "bullying" do qual falamos.

As maldades de alguns jovens contra os colegas que possuam algum "defeito" aparente, seja de comportamento, ou físico, ou outros relacionados à crenças, etnia, orientação sexual, ou contra os que carregam qualquer traço ou jeito fora do comum, que seria o considerado "normal" são temas urgêntes para toda a sociedade; e estão à mesma altura de outros, tão graves quanto os acidentes de trânsito, mortes e sequelas provocados pelo alcool e as drogas.

Conversar abertamente nas escolas e faculdades sobre os preconceitos e discriminações que geram estas agressões; abrir a discussão sobre as drogas ilegais ou legais -alcool e cigarro- e sobre a dependência criada pelas torcidas organizadas e as gangues, é uma obrigação da hora. Drogas, gangues e bullying não são problemas da polícia. São temas e desafios dos educadores, pais e administradores de instituições sociais e de formação dos jovens.




terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pra ler no bonde: Oliverio Girondo



Quem me apresentó, 45 anos atrás, as delícias do vanguardismo de Oliverio Girondo foi o meu amigo -grande camarada naqueles anos longínquos, depois nem tanto- Anibal Cahabasa. Graças ao ex cumpinche eu soube que foi sob os cuidados do mesmíssimo Girondo que se edita e finalmente aparece a primeira tiragem de "Veinte poemas para ser leídos en el tranvía" (20 poemas para serem lidos em um bonde). Imediatamente Girondo passa a figurar como um dos escritores de avançada na vanguarda artística do idioma espanhol. Três anos mais tarde aparece "Calcomanías" (que podemos traduzir por decalques ou transparências para desenhar), e durante os dois anos seguintes uma série de aforismos publicado sob o título de "Membretes" (ou papel timbrado) no jornal Martín Fierro. Em 1926, este jornal organizar um almoço em que ele conhece Norah Lange. No mês seguinte, ele deixou Buenos Aires para conhecer em longa viagem os países do Pacífico americano, e vai até o México para estabelecer contatos com novos escritores.
Durante a sua estada na França, em 1931, desenvolveu uma estreita amizade com o poeta Supervielle com a qual ele frequentava reuniões com representantes dos artistas da corrente surrealista. Depois de anos de dividir seu tempo entre a Europa ea América, decidiu estabelecer-se em Buenos Aires.

A obra "Espantapájaros" (em português, espantalho) aparece em 1932. Girondo concorda em vender 5000 cópias da edição com uma campanha publicitária particular. Alugua um carro fúnebre adornado com coroas, puxada por seis cavalos e cocheiros na condução, alterando a coroa usual do flores por grandes espantalhos vestidos com um chapéu, monóculo e fraque. Ao mesmo tempo, na rua Florida abriu um local de exposição servido por belas garotas. Esta experiência pioneira de márketing de vendas foi muito bem sucedida e o livro esgotou em um mês.

Veja a seguir o texto -em espanhol- que Página/12 publica hoje aos 120 anos do natalício do autor de "Veinte poemas para ser leídos en el tranvía"
http://www.pagina12.com.ar/diario/suplementos/espectaculos/4-22607-2011-08-16.html


Oliverio Girondo, a 120 años de su nacimiento


Un homenaje no apto para solemnes

La edición facsimilar de "Veinte poemas para ser leídos en el tranvía", libro fundacional de las vanguardias latinoamericanas, con ilustraciones del propio Girondo, “es como la restauración de la Capilla Sixtina”, dice el investigador Martín Greco.
Por Silvina Friera


“Ningún prejuicio más ridículo que el prejuicio de lo sublime.” Oliverio Girondo cumplió este mandato del epígrafe de Veinte poemas para ser leídos en el tranvía (Tajamar editores), libro fundacional de las vanguardias latinoamericanas, cuya edición facsimilar se edita por primera vez con las diez ilustraciones originales del propio poeta, coloreadas por Charles Keller, justo cuando se cumplen –mañana– 120 años de su nacimiento. La presentación de esta especie de “octava maravilla” literaria es como asistir, salvando las distancias, a la restauración de la Capilla Sixtina, según plantea el investigador Martín Greco. La efeméride redonda es caldo de cultivo para numerosos homenajes que deberán sortear el tinte solemne y a veces excesivamente académico, auténticas patadas a los ojos o al “estómago ecléctico” de la estética girondiana (ver recuadro). “Yo no tengo, ni deseo tener, sangre de estatua. Yo no pretendo sufrir la humillación de los gorriones –escribió Girondo en un prólogo destinado a la posteridad–. Yo no aspiro a que me babeen la tumba de lugares comunes, ya que lo único realmente interesante es el mecanismo de sentir y de pensar.”

El hombre que rompía sus papeles, como lo definía Raúl Gustavo Aguirre, ese espíritu iconoclasta con aire juguetón y cosmopolita, trabajó arduamente, con ese afán perfeccionista que lo caracterizaba, en Veinte poemas para ser leídos en el tranvía. Garabateó y desechó borradores y manuscritos durante años, alrededor del mundo, hasta poder rescatar un puñado de poemas y dibujos. Su primer libro apareció en Francia a fines de 1922 –el mismo año en que se publicó Trilce, de César Vallejo–, en una edición de semilujo de mil ejemplares numerados, pagada por el propio autor. Al año siguiente, Girondo regresó a Buenos Aires, trayendo en el barco cajas y cajas con su poemario. Como una bocanada de aire fresco en medio de un ambiente rancio, el poeta arrimó, además, las novedades de la poesía francesa a nuestro país. “El libro tuvo bastante repercusión entre artistas e intelectuales –subraya Martín Greco, especialista en la obra del poeta, a Página/12–. Una de las críticas más divertidas de la época la escribió Ramón Gómez de la Serna, que cuenta cómo leyó realmente el libro en un tranvía de Madrid, pidiendo boleto hasta el último poema. Al final, dice, pagó el boleto de vuelta para poder releer el libro. La idea de que los poemas tenían que ser leídos en el tranvía era una declaración más poética que práctica. La verdad es que el libro era grande, grandísimo, difícil de maniobrar en un tranvía.”

El primer poemario de ese “niño bien” lubricado por el arte de la provocación tuvo una segunda edición de bolsillo, publicada por el periódico Martín Fierro (1925). “No tenía la calidad del original; el papel era rústico, las ilustraciones eran en blanco y negro, pero sirvió para darle al libro una difusión casi masiva”, recapitula Greco, escritor, guionista de cine y docente en la UBA y el IUNA. “Girondo le agregó, como prólogo, una carta a Evar Méndez y otros amigos, que es toda una declaración de principios de la literatura de vanguardia. Allí dice que la poesía es más que nada una nueva forma de percepción de la realidad: se pueden encontrar poemas tirados en una escalera, en la calle, y el poeta los recoge ‘como quien junta puchos en la vereda’...”. Las chicas de Flores –las de antaño como las que se criaron y vivieron en ese barrio– serán eternamente girondianas. Siempre tendrán, gracias al poema Exvoto, “los ojos dulces, como las almendras azucaradas de la Confitería del Molino”.

El último párrafo del prólogo es un gran manifiesto rupturista. “Lo cotidiano, sin embargo, ¿no es una manifestación admirable y modesta de lo absurdo? Y cortar las amarras lógicas, ¿no implica la única y verdadera posibilidad de aventura? ¿Por qué no ser pueriles, ya que sentimos el cansancio de repetir los gestos de los que hace 70 siglos están bajo la tierra? Y ¿cuál sería la razón de no admitir cualquier probabilidad de rejuvenecimiento? ¿No podríamos atribuirle, por ejemplo, todas las responsabilidades a un fetiche perfecto y omnisciente, y tener fe en la plegaria o en la blasfemia, en el albur de un aburrimiento paradisíaco o en la voluptuosidad de condenarnos? ¿Qué nos impediría usar de las virtudes y de los vicios como si fueran ropa limpia, convenir en que el amor no es un narcótico para el uso exclusivo de los imbéciles y ser capaces de pasar junto a la felicidad haciéndonos los distraídos?” El poeta continúa con su afiladísima arenga: “Yo, al menos, en mi simpatía por lo contradictorio –sinónimo de vida– no renuncio ni a mi derecho de renunciar, y tiro mis Veinte poemas, como una piedra, sonriendo ante la inutilidad de mi gesto”.

La edición facsimilar de Tajamar editores reproduce el tamaño original y los dibujos del poeta en todo su esplendor. Veinte poemas era/es de gran formato: 32 cm de alto y 24 de ancho. “Recuperar estas ilustraciones es, salvando las distancias por supuesto, como la restauración de la Capilla Sixtina: una explosión de color deslumbrante, que nos obliga a leer la obra de nuevo, poniendo en crisis nuestras convicciones previas”, compara Greco. Girondo sigue la estela de una larga tradición de poetas pintores, como William Blake. “Tal vez sus antecedentes más inmediatos hayan sido las obras de la vanguardia francesa, como la increíble edición de la Prosa del Transiberiano de Blaise Cendrars, que era una sola hoja plegada de dos metros, con ilustraciones de Sonia Delaunay”, conjetura el investigador.

El interés de Girondo por las artes visuales fue permanente; escribió muchas páginas sobre artes plásticas y a lo largo de su vida nunca dejó de pintar. “Hace pocos años, Patricia Artundo organizó en el Museo Xul Solar una exposición muy completa donde se pudo apreciar gran parte de ese trabajo artístico, hasta entonces desconocido –precisa Greco–. Una de sus obras más interesantes es La mujer etérea. Girondo ya había titulado así otro trabajo muy curioso, cuando en 1933 se hizo una muestra de pinturas y dibujos de escritores en la que expusieron Nicolás Olivari, Alfonsina Storni, Jorge Luis Borges y Raúl González Tuñón. La obra de Girondo, una especie de antecedente del arte conceptual, consistía en una caja cerrada, atada con un piolín, donde se leía la inscripción: ‘Aquí yace la mujer etérea, la del corazón bien plantado...’.”

Ahora que se presenta esta “octava maravilla” resulta oportuno revisar el legado del poeta. Greco afirma que Veinte poemas es “una de las obras centrales de la literatura de vanguardia”. Y agrega que junto a Fervor de Buenos Aires, de Borges, “dio el impulso para que la literatura argentina pegara el salto a la modernidad”. Borges mismo expresó el cimbronazo que significó ese poeta que se apropiaba de todas las tradiciones, que las mezclaba y las desnaturalizaba hasta insuflarles un sentido estético profundamente innovador. “Es innegable que la eficacia de Oliverio Girondo me asusta... Lo he mirado tan hábil, tan apto para desgajarse de un tranvía en plena largada y para renacer sano y salvo entre una amenaza de klaxon y un apartarse de transeúntes, que me he sentido provinciano junto a él... Girondo es un violento. Mira largamente las cosas y de golpe les tira un manotón. Luego, las estruja, las guarda.” Greco invita a reflexionar sobre la influencia del autor de Espantapájaros (1933) y En la masmédula (1956) en las nuevas generaciones de lectores. “Es uno de los pocos autores argentinos del siglo pasado que siguen produciendo lectores y nuevas miradas acerca de sus escritos. Pero la admiración de miles de lectores anónimos y silenciosos no se corresponde con el reconocimiento oficial. A diferencia de Borges o Marechal, todavía no tiene una calle con su nombre. Podrían darle ese tramito de Suipacha que no parece Suipacha, entre Libertador y Posadas, donde Girondo vivió más de treinta años”, propone Greco.


Cuatro en Literatura, diez en Dibujo

Oliverio Girondo, dice Martín Greco, era un personaje “muy” particular. “Encontré muchos poemas inéditos o perdidos en diarios y revistas, que nunca se habían recuperado. No hay una biografía de él, aunque sí de la esposa, Norah Lange, con quien formó una pareja de escritores única.” Con Susana Lange, sobrina del poeta, Greco está trabajando en la primera biografía de Girondo. “Ya revisamos una gran cantidad de papeles inéditos y correspondencia, y nunca dejamos de sorprendernos. Entre las cosas que encontramos, gracias a los directivos del ILSE, está el certificado de estudios de Girondo. Y descubrimos un hecho muy significativo, que pondría contentos a sus enemigos, pero que nos ayuda a pensar mejor esta figura del poeta pintor. Durante todos sus estudios, a Girondo le fue mal en lengua y bien en arte. Por ejemplo, en cuarto año, cursado en 1907, se sacó 4 en Literatura y 10 en Dibujo.”

Severino Di Giovanni


Capítulo 33


Acho que apareceu um quinto caderno Laprida em Catamarca; já virou uma espécie de casa ao tesouro da família; os primos fazem piadas, e na verdade eu já sabia que todos levavam o velho muito a sério no que se referia ao seu trabalho; trabalhar e ganhar grana era algo que o velho sabia fazer, e muito bem! Mas eu talvez percebesse de vez em quando um certo ar de incredulidade, ou um tom de piada quando se falava de seus dons de escritor; lhes parecia uma excentricidade, ou uma perda de tempo; mas enfim, piada ou não, aqui vai o que li no quinto Laprida de 200 folhas e capa dura:

Gabriel, Sebastián e Luciano viajaram quase dois dias na Galloper para me ver; chovia muito entre São Paulo e Corrientes, e o jipe estava cheio de barro, segundo contam, alternando-se nos detalhes, meus filhos mais velhos. Hernando chegou no mesmo dia de avião, os irmãos foram buscá-lo em Pajas Blancas, e foram os quatro me ver no hospital. Graciela conta a Gabriel que tinha visto Osvaldo Bayer no canal Encuentro, numa reportagem sobre as universidades patagônicas de Comahue e da Patagônia Austral. Conta Graciela que Susana Viu, do jornal Página/12 lhe fez varias perguntas sobre seu livro e a vida de Severino Di Giovanni:

–– Dizia o historiador Bayer que depois da primeira edição de sua obra sobre a vida de Di Giovanni, tinha visitado vários arquivos, entre eles o do estado, em Roma, onde estão os documentos enviados pelo governo de Alvear, que tinha relações muito estreitas com a política de Mussolini; além do Museu de Historia Social de Amsterdam – conta Graciela.

- Durante o exílio, Bayer se encontrou com membros do grupo de Di Giovanni, que tinham sido expulsos da Argentina por Uriburu e entregues em 1931 a Mussolini, que os aprisionou em um campo de concentração na ilha de Lipari. Foram libertados pelos estado-unidenses, quando invadiram o sul da Itália, e passaram a ser heróis antifascistas – continua contando a minha irmã.

- Isto quer dizer que se Severino não tivesse sido fuzilado por Uriburu, seria hoje um herói antifascista- comenta Gabriel, e Graciela responde que era exatamente o que tinha ouvido Bayer dizer na reportagem. – E, quem sabe, até tivesse tido uma pensão do estado como lutador, igual a que tiveram seus companheiros- acrescenta o historiador.

-Mas dizia Oscar Bayer na reportagem que, pelo contrário, Severino Di Giovanni, foi durante anos um maldito na Argentina, a efígie do diabólico, o filho do demônio- continua Graciela.  - E conta Bayer que os filhos de Di Giovanni sofreram muito por isso – diz que ouviu de Laura, a única filha que ainda é viva. - As crianças batiam neles e gritavam exatamente isso: “filhos do diabo”. E as professoras também não os queriam como alunos- diz Graciela que respondia Bayer à entrevistadora.

-No Museu de História Nacional de Amsterdam, Bayer leu os documentos do julgamento que fizeram seus companheiros a Di Giovanni por ter matado Lopez Arango, que no jornal La Protesta o havia chamado de “agente fascista”. Isso o derrotou: que a ele, que havia lutado tanto um companheiro de idéias o estigmatizasse dessa forma no jornal. Foi pedir-lhe explicações, houve um incidente e um dos amigos de Di Giovanni o matou. Mas ele admitiu a culpa. A cúpula anarquista admitiu que Severino tinha razão, que não era um espírito assassino – continua Bayer, segundo relata minha irmã.

-Severino tem uma longa folha corrida de atentados e expropriações, mas também uma extensa lista de publicações: Culmine, Anarquia e vários livros – diz o historiador.

-Di Giovanni viveu na Argentina apenas oito anos, de 1923 a 31, mas desenvolve uma atividade incrível. Cada vez que vou a uma biblioteca européia ou norte-americana encontrou novos artigos assinados por Severino e me pergunto em que momento os escreveu. Se quando o fuzilaram tinha 28 anos. Ao mesmo tempo teve esse romance, de uma pureza incrível, com a adolescente América Scarfó. Suas cartas revelam o projeto de um futuro juntos; na verdade quando o detiveram já tinham tudo preparado para viajar á frança, e daí para Itália para integrar-se com as brigadas antifascistas. Foi consequente. Mas seu nome foi manuseado pelos jornais. E até pelos mesmos anarquistas do La Protesta que buscavam manter  a paz com o governo, publicar suas idéias, mas que o governo os deixasse tranqüilos. Quando o corre o golpe do 6 de setembro de 1930, a oposição se esconde, e Severino continua, a pesar de ser o homem mais perseguido do país, o Enemigo Público Nº 1- diz a minha irmã que declarava Bayer no fim da entrevista. -Tento entender Di Giovanni em seu sacrifício, sua enterteza, na sua vocação. O povo gostava dele, suas façanhas eram comentadas. Era como um bandido, um herói popular. Quando morre é como o final de uma grande ópera italiana-.

Veja mais sobre Severino Di Giovanni em "Crónicas de Utopías y Amores, de Demónios y Héroes de la Patria" (JV, 2006)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

De Orbe Novo, Pedro Mártir y Cristobal Colón

DE ORBE NOVO DECADES
Un gran amigo de Córdoba –Juancito Maldonado, director editorial de Alción- me confió hace un par de años la tarea de traer a Brasil la obra de Pedro Mártir. Se trata de “De Orbe Novo, Primeras Décadas”, que relata el descubrimiento y la colonización en los años tempranos del Nuevo Mundo, entre 1492 y 1500, y que se publicó primero en latín en 1511, en Sevilla.

No tuve el gusto de editarla y publicarla todavía, aunque la traducción al portugués está bastante avanzada, casi completa, digamos.

Pedro Mártir de Anglería era un respetado humanista lombardo que testimonió las horas más gloriosas de la unificación española; nació en Arona, cerca del Lago Mayor, en 1456. Descendía de una familia ilustre de Milán, y desde joven ya se sentía atraído por el anhelo de presenciar la guerra de los católicos "contra los enemigos de nuestra fe, y porque joven yo y ansioso de novedades, no veía en Italia cosa que pudiera alimentar mi ingenio por la discordia de los príncipes".

Pensaba Pedro Mártir que el destino lo había llevado a España para perpetuar con sus escritos los grandes hechos que vivía la cristiandad: la expulsión de los moros, la unificación de España y el descubrimiento de un mundo nuevo, que sería tan importante para el desarrollo de los conocimientos humanos y el progreso de la ciencia.

Tomada Granada por las huestes castellanas y “limpia España de la mala semilla mora, para no pasar la vida en ocio indecoroso -escribe Pedro Mártir- pensaba volverme a Italia; pero me retuvo la singular benignidad que me mostraron los Reyes Católicos", escribe el propio Pedro Mártir.

O sea que la crónica de Pedro Mártir de Anglería es una obra contemporánea al mismísimo Cristóbal Colón, y fue escrita desde la visión de un humanista italiano que actuaba como cronista y maestro de latín en la corte de los Reyes Católicos, Isabel de Castilla y Fernando de Aragón. Los textos que aquí aparecen en letra bastardilla o cursiva y entre comillas, son del propio autor. Si bien que más arriba ya la he usado en "expulsión" de los moros y en "el descubrimiento" de América, para remarcar que ambos conceptos reflejan una vieja visión hispánica hoy ya no más compartida, ni por los historiadores hispanoamericanos, ni por la historiografía española más seria, y tampoco por mí, claro.

El conocimiento profundo de Pedro Mártir sobre la vida y obra de Colón fue confirmada por Fray Bartolomé de Las Casas, cuando lo menciona en su "Historia de las Indias".

El original de la obra, a quinientos años desde su publicación, relata detalladamente los descubrimientos y exploraciones llevados a cabo por los españoles entre los años 1492 y 1500, con un epílogo en el que Pedro Mártir actualiza los hechos ocurridos de 1500 a 1510, año en que entrega su obra al editor, Antonio de Nebrija, el autor de la primera "Gramática Castellana", para que la publicara al año siguiente.

El libro, en diez volúmenes, fue traducido al italiano por Angelo Trevisan, que fue secretario del embajador de Venecia ante los Reyes Católicos, entre 1500 y 1501. La traducción de Trevisan fue publicada en 1504 en Venecia y es el primer libro publicado sobre la gesta del descubrimiento de América, en esa época todavía sin su nombre, que le sería dado más tarde por Vespucio. De esta misma traducción se hizo otra edición en 1507, que fue publicada en Vicenza.

Durante un largo tiempo se creyó que esta obra era, no una traducción, sino el original de Pedro Mártir; se la imaginaba como una elaboración, con muchas partes originales. Pero la edición de 1507 simplemente ignoró la autoría de Pedro Mártir.

En 1892 Giovanni Berchet halló el manuscrito de la traducción de Trevisan en una biblioteca inglesa en Newcastle, pero lo comparó con la edición del "De Orbe Novo" de Pedro Mártir de 1530, dejando de lado la “Princeps” de 1511. A Giovanni Berchet se le reforzó la impresión existente hasta entonces, de que Trevisan había escrito una obra que era en gran parte un original.

Pero al comparar esta traducción con la "Princeps" de 1511 se demuestra que en realidad no es más que una traducción, incluso resumida, del original de 1511. De modo que quinientos años después de haber sido publicada en 1511, y nunca más vuelta a publicar, hasta 2006 en que surge la edición de Alción, en Córdoba, Argentina -en castellano- la obra adquiere otra vez un lugar de gran importancia como un documento único de la historia del Nuevo Mundo.

Para informarse del desarrollo de los acontecimientos en la conquista de las nuevas tierras americanas, tenía Pedro Mártir numerosas referencias orales suministradas por los propios actores de los hechos, o por testigos de las hazañas de los españoles en nuestro continente.

Anglería, hombre amable, ganaba la simpatía de las más altas personalidades entre los descubridores; y así fue que funcionarios reales, clérigos, pilotos y maestres de las naos, artesanos y hombres ansiosos de aventuras que cruzaron los océanos, con toda la buena voluntad le fueron comunicando al curioso humanista las primicias que irían a encender la atención del público por sus escritos, en una época en que el Viejo Mundo renovaba de modo vertiginoso sus conocimientos del globo terráqueo.

Pero no siempre el informante era un hombre ilustrado y Pedro Mártir tenía que adaptar su escrito a la noticia que le traían. Cuando se integró a la Junta de Indias del Real Consejo de Castilla, pudo disponer desde entonces de las memorias y de los numerosos escritos que desde el continente recién descubierto enviaban los valerosos aventureros que ensanchaban las tierras bajo el dominio de España , de tal modo que no faltase en sus Décadas todo lo que se refería al hombre y la naturaleza del Nuevo Mundo.

En Granada conoció Pedro Mártir, antes que partiera en su viaje inmortal, al ilustre genovés descubridor del Nuevo Mundo, Cristóbal Colón, haciendo resaltar siempre que a él se refiere, su patria ligur, puesta en duda en tantas ocasiones.

"Cierto día —dice Pedro Mártir de Anglería— Cristóbal Colón, varón de la Liguria, propuso y persuadió a los Reyes Católicos Fernando e Isabel, que por nuestro occidente descubriera pronto islas limítrofes si se le facilitaban naves y las cosas pertenecientes a la navegación con las cuales la religión cristiana podría fácilmente aumentarse, y obtenerse inaudita abundancia de margaritas, aromas y oro. Cediendo a sus instancias, le fueron concedidas tres naves del real fisco: la una de carga para el convoy, las otras dos mercantes, ligeras y sin bodegas, que los españoles llaman carabelas".

Anotó Pedro Mártir, al referirse al tercer viaje, que "me contaron otra cosa más grande el mismo Almirante y los demás compañeros fidedignos de su navegación, preguntándoles yo en todo con mucha diligencia...". Cuenta cómo trabajaba sus herramientas de piedra los indígenas de la Española (hoy República Dominicana y Haití) y dice que "al principio de este tan grande descubrimiento, logré una piedra de ésas del mismo Cristóbal Colón...".

Cuando Diego, el hijo del ilustre ligur, vuelve a España para seguir el pleito con la corona sobre los derechos que le correspondían a su padre de acuerdo con lo que había sido acordado con la corona en Santa Fe, se entrevistó con Pedro Mártir, a quien le informó sobre el hallazgo de una gran mina de oro, lo que ya desde Santo Domingo le había contado a su esposa.

Sobre los acontecimientos del segundo viaje de Colón, el hermano de la que fuera nodriza del hijo mayor de los Reyes, el príncipe Juan, y su piloto Antonio Torres, le informan detalladamente al humanista lombardo que, ya de regreso de la Española, al mando de doce naves fondeó en marzo de 1494 en el puerto de Cádiz. Como la corte se hallaba entonces en Medina del Campo, hacia allá viajó el piloto.

"Te contaré, por darte gusto — le dice al cardenal Ascanio Sforza, su jefe espiritual— lo que, preguntándoles yo por orden, me refirieron él —el piloto Torres— y los demás hombres fidedignos; pues yo tomé lo que me dieron, y lo que me dieron helo aquí". Y a continuación se explaya Pedro Mártir sobre los acontecimientos del segundo viaje, con referencias a destrucción del Fuerte Navidad, levantado por Colón en su primera gran travesía, y la muerte de toda su guarnición.

Con tales fuentes informativas contaba el ilustre humanista Pedro Mártir para escribir su obra “De Orbe Novo”.

Fonte: Stelio Cro (autor e editor da edição espanhola de 2006) King College. Editorial Alción, Córdoba, 2006.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Los Troperos y el Mercosul del Siglo XVI y XVII






Los Troperos y el Mercosul del Siglo XVI y XVII

Hasta poco tiempo antes de los años de Artigas –el Protector de los Pueblos Libres, era difícil hablar de un sur del inmenso Brasil; en realidad, cuando todavía se vivía el comienzo de la explotación minera, América del Sur estaba partida por la línea del Tratado de Tordesillas y, en teoría al menos, la región que ahora se llama Rio Grande do Sul pertenecía al dominio de España. Las actividades económicas se parecían muchísimo a las de Argentina, Paraguay y Uruguay, que en esa época eran el Virreinato del Río de la Plata. El ganado criado en la región platina abastecía a las minas de plata del Perú, y las mulas de Catamarca, Salta y Córdoba, transportaban desde el Alto Perú –hoy Bolivia- para el interior del Río de la Plata y del imperio luso-portugués, la carne en forma de charqui de las propias mulas y burros, y los productos que llegaban desde España. En el sentido inverso, traían de vuelta, desde las minas, la plata que era embarcada en los ríos del Plata y en el puerto de Buenos Aires, y secundariamente, en el de Montevideo, aunque era en este puerto mejor equipado, y allí se concentraba también el comercio esclavista.

Todo ese movimiento estimuló al imperio portugués a intervenir con sus armas en la región. Incluso antes del Tratado de Madrid, en 1750, Portugal ya soñaba con incorporarla a sus dominios, interesado en participar en el comercio local. Así nació en 1680 la Colonia del Sacramento y se estimuló la ocupación de las tierras “gaúchas”, primero en Rio Grande do Sul y luego en el territorio uruguayo, al que se le llamó “provincia Cisplatina”, más tarde.

Sin embargo, a lo largo del siglo XVI y a inicios del XVII, Rio Grande do Sul era una verdadera tierra de nadie, habitada por los indios charrúas y, de a poco, por las grandes levas de guaraníes convertidos al cristianismo que acompañaban a los jesuitas en su proyecto de las misiones. Por allí pasaban a menudo algunos bandeirantes en busca de indios para esclavizar. Ese cuadro se modificó a principios del siglo XVII, con la llegada de los padres jesuitas a la región formada por los actuales estados brasileños de Rio Grande do Sul y Paraná, y por el noreste de Argentina y del Paraguay.

El crecimiento de las misiones introdujo la actividad ganadera extensiva, con el ganado suelto en las praderas, que alimentaba a los indios catequizados y a los padres misioneros. La región empezó a ofrecer cada vez más nuevos atractivos a los portugueses y sobre todo a los bandeirantes paulistas: los indios esclavizados y el ganado. Varios ataques a la región se sucedieron entonces, como los de Antonio Raposo Tavares.

Las agresiones de los bandeirantes y los conflictos de frontera entre Portugal y España llevaron a los jesuitas a transportar las reducciones hacia la región noroeste de Rio Grande, donde fundaron los Siete Pueblos de las Misiones. Funcionaban allí con autonomía de los gobiernos europeos y no respetaban las decisiones adoptadas en las metrópolis española o portuguesa. Todo esto fue lo que llevó la represión a las Misiones, y pese a la resistencia de los padres e indios, las Misiones fueron destruidas, dejando grandes rebaños bovinos y caballares, sueltos por las praderas. Esto sería más tarde la base de la economía “gaúcha”.

Os Tropeiros

En el siglo XVIII la economía colonial brasileña crecía junto con su territorio. Y la necesidad de abastecer los florecientes centros urbanos de Minas Gerais y São Paulo impulsó a formar grandes tropas de mulas de transporte de provisiones y mercancías. Los arrieros y conductores de esas tropas eran llamados por los brasileños y los portugueses “os tropeiros”.

En Sorocaba, interior de São Paulo, grandes ferias ganaderas ocurrían durante todo el año, comerciando animales y productos con los garimpeiros buscadores de oro, y exploradores. Los comerciantes se hacían traer por arrieros gauchos los vacunos; los caballos venían desde las Vaquerías del Mar, y los mulares de Córdoba, la Pampa y los Valles de Catamarca y Salta.

Leia mais, em português, sobre os tropeiros:

Nos Séculos XVII e XVIII, os tropeiros eram parte importante da vida da zona rural e das vilas pequenas do sul do Brasil. Vestidos como os gaúchos rioplatenses, com chapéus, ponchos e botas, os tropeiros dirigiam rebanhos de gado e levavam bens pela região para São Paulo, que eram vendidos na feira de Sorocaba. Do interior de São Paulo, os animais e mercadorias seguiam para Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Em direção às minas, o transporte era no lombo de mulas pelos acidentes geográficos da região, que dificultavam o transporte. Em Goiás e Mato Grosso, a maioria dos produtos eram transportados pelos rios, nas chamadas monções.

Muitos paulistas e vicentinos, ou seus descendentes, viraram tropeiros, assim como muitos homens de origem portuguesa. Mas como a Capitania de São Vicente prosperava de modo lento e limitado, obrigava a muitos de seus habitantes a subirem a serra e a povoar o planalto, nascendo assim a vila de São Paulo, formada pelos mais pobres, que abandonavam o litoral. A precariedade da agricultura de subsistência determinou a busca de atividades complementares, gerando o bandeirismo; mas não todos os paulistas viraram bandeirantes. Muitos dos que se dedicaram à captura de indios, se fixaram no sul e se integraram ao comércio no lombo de mulas.

Com uma população de vicentinos e portugueses, a vila de Laguna era o ponto extremo do litoral brasileiro de onde saiam muitas famílias para outras áreas do interior sulista, atrás do apresamento de indígenas e a criação de gado, nas missões jesuíticas.

A própria história do Rio Grande do Sul tem origem no tropeirismo. Necessitados de povoar a região, os interesses portugueses fizeram com que o governo imperial permitisse o acesso à terra e aceitasse de fato um alto grau de autonomia para a região, o que gerou o predomínio da grande propriedade no século XVII, em beneficio de poucas famílias.

O tropeiro começava as atividades ainda criança, acompanhando o pai, que era negociante na compra e venda de animais, ou condutor da tropa. Eram parte da indumentária o chapelão de feltro cinza, de abas viradas, a camisa escura e grossa, o poncho sobre os ombros, as botas de couro, altas para proteger as pernas nas matas alagadas.

No Rio Grande, Viamão era um dos focos do comércio e da formação de tropas que tinham como meta os mercados de São Paulo. Porém, de outas regiões, mais ao sul partiam as tropas, quase sempre com o mesmo destino. Nesses trajetos, os tropeiros seguiam o curso dos rios ou atravessavam as áreas mais abertas, os “campos gerais”. Mas mesmo pelos caminhos mais seguros, o trajeto durava muitas semanas. Ao final da jornada era acesso o fogo, para depois dormir na tenda com os mesmos couros que cobriam a carga dos animais, deixando alguns para deitar no chão, enrolados em ponchos. “Encosto” era o descanso em pasto aberto e “rancho” quando ocorria num abrigo construído. Pasado o tempo os pousos nos ranchos viraram povoados e vilas, e assim, dezenas de cidades do interior no sul do Brasil e de São Paulo, tem sua origem nas atividades dos tropeiros.

Dessa maneira, a influência espanhola se fez sentir no Rio Grande do Sul –e na economia paulista, mineira e goiania- desde a sua formação. Poderia mesmo ser dito que, sem a participação espanhola, a pecuária -que seria a base da economia gaúcha durante todo o século XIX e início do XX - não existiria com a importância que tem. Não poderia ser de outro modo. Afinal, o Rio Grande representou a principal zona de contato - e de grandes conflitos – do Imperio com os vizinhos espanhóis primeiro, e com o Uruguai, o Paraguai e a Argentina mais tarde. Na realidade, as bases do Mercosul vem existindo há mais de quatro séculos.

Leia mais em: El Barrio del Tambor en Montevideo y los Morenos de Artigas. Trecho de “De Utopías y Amores, de Héroes y Demonios de la Patria” Javier Villanueva, 2005.


Veja também “La guerra del Contestado” em: http://javiervillanuevaliteratura.blogspot.com/search?q=misiones  


Ou em: http://javiervillanuevaliteratura.blogspot.com/2011/05/la-guerra-del-contestado.html  



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Monteiro Lobato, Jorge Amado y Carlos Prestes en Argentina











Monteiro Lobato, Jorge Amado y Carlos Prestes en Argentina

Muchos escritores, poetas y autores de teatro brasileños vivían y desarrollaban sus actividades en la cultura argentina, entre los años 35 y 45 del siglo pasado; sobre todo Jorge Amado en la revista “Sur” de Victoria Ocampo, que dedicó un número entero a Brasil; y también aparecían bastante a menudo en la prensa porteña, claro.

El frente de los antifascistas se integraba en esa época en un accionar más amplio que el meramente político, porque entre 1937 y 1943 es cuando se da el punto más alto de los intercambios culturales a través de las traducciones y ediciones de autores brasileños; mientras que decenas de viajeros argentinos, como Bernardo Kordon, circula entre los dos países, dejando testimonios de sus andanzas en diversos textos.


El flujo es incesante entre intelectuales lanzados al exilio por las persecusiones políticas, con fuertes efectos en las artes y las letras, como es el caso de Monteiro Lobato y su obra literaria, pedagógica y política; o como Graciliano Ramos, recién salido de la cárcel de Getúlio Vargas y muy conocido en Argentina. Ambos circulan en las publicaciones de la editorial "Claridad" y la "Biblioteca de Autores Brasileros", estatal. La acción de los brasileños en la red antifascista cambia en 1943, cuando el Estado Novo de Getulio Vargas da un giro de 180º, se pasa a los aliados y le declara la guerra al Eje, acercándose a la URSS. Todo esto trae un cambio entre los intelectuales comunistas y sus aliados antifascistas, que pasan a presionar a Vargas para lograr la autorización de volver a su país, de donde fueron expulsados por simpatizar con la “Intentona Comunista”.

Jorge Amado, consagrado ya en esos años en las letras, es todo un símbolo del exílio brasileño en una fase muy crítica de la intelectualidad del país, causada por la simpatía de nombres fuertes del modernismo por el proyecto varguista y no pocos en la derecha fascista del "integralismo", como Plinio Salgado y Gustavo Barroso. En este clima se enmarca la presencia clandestina en Buenos Aires de Luiz Carlos Prestes, líder de la Alianza Libertadora Nacionalista, el frente político democrático creado en 1934 con hegemonía del Partido Comunista Brasileño. La ANL, una herramienta política que había logrado fuerte adhesión entre los intelectuales, como el escritor y diputado Abgar Bastos, traducido en Argentina por el antifascista Bernardo Kordon.

Prestes, forzado al exílio, volverá de la URSS, y retornará a Brasil ya líder de la insurrección que se desata de inmediato en Natal, Recife y Río de Janeiro contra Vargas, impulsada desde la Internacional Comunista y que culmina con el rotundo fracaso de la llamada “Intentona”. Más tarde Prestes, llamado "Caballero de la Esperanza" por Jorge Amado, dirá luego que sólo entendió a fondo la realidad brasilera estudiando historia en Argentina, lo que nos permite concluir cómo son importantes los viajes y las redes internacionales, que se crean como subproductos positivos de la tristeza y los conflictos del exílio, en la definición de los pensamientos y proyectos políticos de cambio.

Leia mais em “Crónicas de Utopías y Amores, de Demonios y Héroes de La Patria” (JV, 2006)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A Borracha, Fitzcarrald e o Celta na Amazônia do Peru, Brasil e Colombia

Fitzcarraldo
Vargas Llosa conta em seu "El Sueño del Celta" as aventuras de Roger Casement, pesquisador do governo britânico dos excessos da indústria da borracha no Peru e no Brasil.
Isso me levou, em maio passado, a mostrar um pouco mais da história de Fitzcarrald ou Fitzcarraldo, o mesmo que Werner Herzog levou às telas do cinema em 1982.

Veja “El Caucho y Fitzcarrald” e “Uma outra Aventura Amazónica” em:


Agora a Folha de S. Paulo vai lançar a coleção de vídeos que traz o filme de Werner Herzog. Por isso achei oportuno contar o que os jornais da nossa Amazônia brasileira (e é sempre bom lembrar que a floresta amazônica é do Brasil, Peru, Venezuela e Colômbia, e de ninguém mais ao norte do Rio Bravo) andam publicando sobre Casement e a borracha (el caucho) naquela época infausta do ciclo extrativista que arrasou tribos inteiras, e deixou um rasto de desolação e misérias.

Fitzcarrald, o filme, foi um dos mais difíceis de produzir: uma tonelada de navio passando sobre uma montanha sem efeitos especiais, e as cenas feitas a bordo do navio chocando as correntezas, ferindo metade da equipe de filmagem. Herzog, com o filme, ganhou como Melhor Diretor no Festival de Cannes. O documentário Burden of Dreams de Les Blank é sobre o "making of" do filme.
Mas Fitzcarrald, o homem de carne e osso, foi uma experiência ainda mais dura: em junho de 1894, no porto de Iquitos, no Peru, centenas de pessoas dão um "adeus delirante" ao Contamana , que sai navegar os rios da selva desconhecida para achar um istmo nas montanhas e chegar em Manaus, Brasil.

Fitzcarrald discursou para o povo de Loreto: "Reunimo-nos homens da Europa, Ásia e América sob a bandeira peruana, não empreender mais uma aventura, mas para oferecer a humanidade esta terra generosa, onde se pode encontrar um novo lar para os necessitados no mundo. Cidadãos do centro, norte e sul do Peru, vão acompanhar-me na maior aventura que tem acontecido nas montanhas de nosso país nos últimos tempos . Eu garanto que o sucesso coroará nossos esforços adicionará novas glórias para nossa bandeira. Povos prados e tribos Cocamas, capanaguas, mayorumas, remos, Cashibos, Piro e Witotos: como um bom pai e um vingador vou dar-lhes a recompensa da montanha divina, que se estende desde o sol nascente, onde a caça abundante espera por vocês, darei a pólvora e balas para suas armas para derrubar os animais. Para obter a vitória que precisamos rapido e com segurança, sem uma pausa". Fitzcarrald, não o do filme de Herzog, o da história, era um herói, um patriota, quase um deus para seu povo.

O seringueiro lendário, porém, é contestado por seus efeitos sobre os nativos da floresta. Sem tantos escândalos como o de outros aventureiros, a saga de Fitzcarrald na sua busca de riqueza, mesmo com o seu patriotismo e ideais da civilização, sacrificou centenas de vidas. Numa época em que a ação do Estado era insignificante, a única lei era o rifle. Fitzcarrald foi um líder violento e paternalista. Ainda assim, como tantos aventureiros que exploraram a riqueza e o povo da América, Carlos Fermín Fitzcarrald é lembrado como um empresário.

Mas, deixando outra vez o Fitzcarraldo para voltar a Roger Casement, há notícias na imprensa inglesa que contam que uma índia amazônica lançou um apelo para descobrir o destino de dois índios escravos trazidos para a Grã-Bretanha há cem anos atrás.
Um século após o jornal “Daily News” ter apresentado seus antepassados Omarino e Ricudo pela primeira vez ao público britânico, Fany Kuiru, índia Witoto da Colômbia, fez um apelo para “ajudar a descobrir o destino de nossos irmãos indígenas, para que os espíritos de nossos antepassados possam descansar em paz.”
Os índios foram “presenteados” ao Cônsul Britânico Roger Casement em sua terra natal, Putumayo, ao sul da Colômbia em 1910. Omarino tinha sido trocado por um par de calças e uma camisa; Ricudo, num jogo de cartas. Casement, enviado pelos britânicos para investigar as atrocidades na Amazônia peruana e brasileira durante o ciclo da borracha, levou os dois para Londres para divulgar os horrores que tinha descoberto.

É que a enorme demanda pela borracha amazônica começou quando a americana Goodyear descobriu o processo de vulcanização, que endurece a borracha o bastante para poder ser usada na fabricação dos pneus. A descoberta gerou a primeira produção em massa de carros pela Ford.

Em apenas 12 anos, estimava Casement, 30 mil índios foram escravizados, torturados ou mortos para suprir a alta demanda de borracha para a Europa e os Estados Unidos: “Nós levam muito longe na floresta para pegar borracha, e se nós não conseguimos, ou não fazemos rápido o suficiente, levamos tiro”, contou Omarino -um dos índios colombianos levados por Casement a Londres- ao Daily News naquela época. Muitas das tribos de índios isolados, descendentes dos sobreviventes do ciclo da borracha, fugiram nas nascentes do rio para escapar dos crimes, torturas e epidemias que dizimaram a população indígena.

Depois de ver as fotos de seus antepassados, Fany disse que “cada nação fez sua parte para exterminar os povos indígenas: Colômbia os negligenciou, Peru foi mentor e cúmplice do holocausto, Inglaterra o financiou, e o Brasil tirou os índios de suas raízes para trabalhar nas plantações de borracha.”

Não sabemos que fim levaram os dois escravos, cuja despedida no Daily News foi: “Londres é linda, mas o grande rio e a floresta, onde os pássaros voam, é muito mais bonito. Um dia vamos voltar.” Nunca saberemos se conseguiram voltar para casa.
Stephen Corry, diretor da Survival International, disse que “o ciclo da borracha parece uma história remota, mas seu efeito ainda está conosco. Quando Ocidente casou com o automóvel, as cartas de amor foram escritas com sangue dos índios. Foi um crime grave contra a humanidade,  o de uma empresa britânica, na área dos Witoto. Não devemos exager, mas hoje ainda há empresas britânicas, como a Vedanta Resources, planejando o roubo de terras tribais, na Índia. É hora de pôr um fim a estes crimes e começar a tratar os indígenas como seres humanos.”

E voltando de novo a Roger Casement, hoje é claro para quem não o sabia, depois de ler “El Sueño Del Celta” de Vargas Llosa- era um idealista. Pensava que o comércio, a religião e as instituições europeias tirariam a África da selvageria em que vivia. Em 1884, com 20 anos, saiu em uma expedição paga pelo rei Leopoldo II da Bélgica, "dono" do Congo. A ideia era preparar o país –que um ano mais tarde seria o Estado Livre do Congo, uma concessão da coroa belga– para o comercio dos exploradores europeus. Em pouco tempo Casement viu que a ação dos europeus na África não era nada civilizatória.

Mais tarde, cônsul da coroa britânica, voltaria ao Congo para documentar a barbárie dos colonizadores contra os nativos. Seu trabalho ganhou fama e o levou até o outro cenário deplorável: a Amazônia peruana, onde uma grande empresa produtora de borracha explorava os índios escravizados. Casement denunciou o extermínio dos índios naquela região. Foi reconhecido internacionalmente como humanista e condecorado pela coroa inglesa. Mas seu trabalho também o levou a questionar a subjugação da sua Irlanda natal pelo império britânico, e dai para o cárcere e a morte na forca.

Leia mais sobre Fitzcarrald em:
http://javiervillanuevaliteratura.blogspot.com/2011/04/otra-aventura-amazonica.html


Veja mais sobre Roger Casement em:
http://javiervillanuevaliteratura.blogspot.com/2011/05/los-inframundos-de-roger-casement.html  

Leia sobre o filme "Fitzcarrald" de Herzog; visite o site:
 http://www.wix.com/crianc2/javier-villanueva-literatura