terça-feira, 15 de abril de 2014

A lição de Canudos, sempre atual



Hacia finales del siglo XIX, en las tierras paupérrimas del noreste brasileño, la chispa de la prédica de Antônio Conselheiro -un personaje que la historia se ha empeñado en mostrarlo como mesiánico y enigmático- va a encender la insurrección de los eternos desheredados de la tierra.
En condiciones extremas como aquellas del nordeste brasileño, lograr la dignidad puede resultar tanto en una exaltación religiosa y en el convencimiento fanático de la participación divina en la vida de los marginados del mundo, como en una ruptura radical de las reglas del mundo de los poderosos. Así, grupos crecientes de miserables se congregarán alrededor de las llamadas de la revolución de Canudos -la población en donde se asentará esta comunidad de hombres y mujeres del pueblo, y de personajes que difícilmente desaparecerán de la imaginación del lector de la obra de Euclides da Cunha de 1902, o de la más reciente, la de Mario Vargas Llosa, publicada 79 años más tarde, en 1981. El Beatito, el León de Natuba, María Quadrado se enfrentarán a todas las fuerzas de la reaccionaria república de los militares, en una trama política y militar que se va articulando para detener con toda su fuerza brutal a un movimiento que amenazaba con expandirse e incendiar el país.
La Guerra de Canudos es, desde el punto de vista de la historia, una formidable sucesión de errores lamentables. A lo largo de los diversos episodios de la guerra, se confirmó que, desde la flamante república brasileña y su poder central, instalados en la antigua capital de Rio de Janeiro, era muy poco lo que se administraba, más allá de las fronteras al sur de Minas Gerais.
La revuelta popular liderada por Antônio Conselheiro refleja la triste realidad de un país olvidado por unos gobernantes que solo pensaban en el país estrecho que se extendía a las orillas del mar. Una enorme nación con un clima y una geografía inclementes, un pueblo olvidado y un estado inexistente, gobernado en aquellos años por Prudente de Morais, republicano y abolicionista, pero con muy poca capacidad administrativa.
Fue en este clima -en silencio, contando con unas vías de comunicación del nordeste con la capital carioca que eran, en aquella época de 1893, de difícil funcionamento y, por lo menos, lentísimas- que se instaló en la Fazenda Canudos, el sertanejo Antônio Conselheiro, de 65 anos. Y fue alrededor  de sua prédica que se formó la comunidad popular de Canudos.
Veamos el texto poco conocido de Otto Maria Carpeaux, alemán radicado en Brasil, que a mediados del siglo XX hace un balance diferente del que estamos acostumbrados a leer por la pluma de Euclides da Cunha. (JV)

A lição de Canudos, sempre atual

Todos, no Brasil, conhecemos Canudos. A rebelião dos sertanejos baianos, sob a chefia do sectário místico que se chamava Antônio Conselheiro, sacudiu fundamente os primeiros anos da vida republicana do país. É um dos episódios mais fascinantes da história brasileira e sobre este tema foi escrita uma das obras-primas da literatura nacional: Os Sertões, de Euclides da Cunha, que assistira às expedições militares contra aqueles fanáticos, notando como aqueles homens violentos, ignorantes, bárbaros chegaram a perturbar a pacata vida provinciana do Brasil de 1897, assustando os burgueses, os bacharéis, os poetas e até os oficiais do Exército.

Sobre os fatos de Canudos, existem muitos livros e inúmeros estudos esparsos. Cada geração, das que se sucedem, encontra algo de novo naquela história impressionante. Nossa época atual também é capaz de encontrar algo de inusitado naquele acontecimento: um aspecto que antes não se tinha percebido. Canudos é, novamente, uma atualidade.
Euclides foi o primeiro que escreveu sobre Canudos. Era ex-oficial do Exército, grande escritor, homem culto e até erudito, mais tarde, alto funcionário do Itamarati, professor do Colégio Pedro II e membro da Academia Brasileira de Letras, enfim: pertencia às classes dirigentes do país. Mas a Revolta de Canudos ensinou- lhe o fato de que a maioria dos brasileiros eram homens do campo, analfabetos, roídos pelas doenças, iludidos pelas superstições, um povo esmagado pela miséria. Esta era a realidade brasileira. Seguindo as lições da ciência de seu tempo, Euclides explicou essa realidade bárbara pelo clima adverso, pela esterilidade das terras e pela esterilidade mental das massas brasileiras, desses mulatos e mestiços que não têm capacidade para conquistar pelo trabalho um decente nível de vida. Explicou o acontecimento de Canudos em função da raça e do ambiente físico.
Mas a raça e o ambiente físico são fatores imutáveis. Ninguém é, nem será jamais capaz de modificá-los. Então, sempre será assim como foi? Desgraças como a revolta selvagem dos miseráveis analfabetos de Canudos seriam capazes de repetir-se novamente? Mas então era preciso manter essas massas irresponsáveis sob o guante da disciplina severa dos governos fortes. Canudos parece ser, assim, justificativa perene para a existência e a manutenção das ditaduras. Entretanto, assim não o é. Euclides da Cunha tinha estudado os aspectos geográficos e raciais de Canudos. Um estudioso de nossos dias, Rui Facó, examinou os aspectos sociais de Canudos: os fatores que não são imutáveis, mas que a história criou no passado e que, por isso, a história do futuro poderá modificar ou mesmo abolir. Quais foram esses fatores sociais de Canudos?
Os historiadores brasileiros costumam zombar da incrível ignorância desse chamado Antônio Conselheiro, desse sectário que chefiava os sertanejos de Canudos: pois em 1897, oito anos depois da proclamação da República, o homem ainda não queria tomar conhecimento dela e teimava em professar sua lealdade ao para ele ainda Imperador D. Pedro II. Mas, se olharmos mais de perto para a realidade de então, perceberemos que o homem tinha razão: a República não tinha, para os sertanejos, mudado nada, e o Brasil, sob um presidente da República, era o mesmo Brasil do Imperador, continuando os sertanejos dominados pelos mesmos latifundiários. O Brasil oficial negava, indignado, esse fato. Só um analfabeto poderia pensar assim. Acontece que os latifundiários, eles próprios, também pensavam assim. Pois quando os sertanejos de Canudos começaram a reunir-se em torno de seu chefe de seita, o major proprietário de terras da região, um típico barão feudal, retirou dali sua família e seus pertences.
O barão já parecia ter percebido o que Rui Facó nos ensina hoje: que o misticismo sectário de Canudos era a expressão da esperança de acabar com a miséria que há séculos oprimia os camponeses brasileiros e que continua a oprimí-los. Homens ignorantes e supersticiosos como aqueles, não sabiam nada de reivindicações sociais. Esperavam da Igreja a redenção, e quando os bispos e vigários, ligados às classes dominantes, não ouviram o grito de desespero, os sertanejos de Canudos separaram-se da Igreja, tornando-se sectários. O verdadeiro motivo dos movimentos rebeldes nos campos brasileiros é a estrutura da sociedade brasileira. Essa estrutura não é um fato da natureza ou da raça, que seria imutável. Foi criada pelos homens no passado e poderá ser modificada pelos homens, no futuro. Basta que se queira. Mas se queira de maneira adequada.
Como modificar a estrutura da sociedade brasileira, se ela é protegida e garantida pela política, pelas forças armadas, pelos grupos conservadores e por todos os poderes públicos?
Isso também nos ensinou Antônio Conselheiro. Mas só hoje começamos a compreender sua lição. É uma faceta de Canudos que até os dias que correm nunca foi devidamente apreciada: o aspecto tático militar.
Como começaram as coisas? Os sertanejos de Canudos estavam, por volta de 1895, pacatamente reunidos em seu reduto, apenas trabalhando para seu sustento e o dos seus. Mas é isso que homens como o então barão de Jeremoabo não toleram: pois querem que os camponeses trabalhem para o sustento dos barões, como hoje os grandes proprietários de terras querem que os camponeses trabalhem para o seu sustento. Surgiram, então, boatos de violências perpetradas pelos sertanejos e boatos da natureza perigosa das superstições que eles professavam; assim como, ainda hoje, surgem, a toda hora, boatos de rebeldia, de "atos de terrorismo", e da periculosidade de "ideologias exóticas". Então, as autoridades resolveram agir.

Em novembro de 1896, o governo do Estado da Bahia mandou para Canudos um batalhão da polícia estadual, bem armado, sob o comando do tenente Pires Ferreira. Os sertanejos, atacados, defenderam-se com espingardas de caça, facões de mato e cacetes de madeira - e na escaramuça de Uauá obrigaram os policiais a fugir. Em janeiro de 1897, o governo da Bahia voltou ao ataque, contando com o apoio do governo federal. Mandou para Canudos tropas estaduais e federais, sob o comando do Major Febrônio de Brito - que sofreu nova derrota.
Em fins de fevereiro de 1897, seguiu para Canudos verdadeiro destacamento misto, composto das três armas: infantaria, cavalaria e artilharia, sob o comando do coronel Moreira César, temido pela sua energia e ferocidade, e as tropas foram novamente derrotadas pelos sertanejos precariamente armados, que conheciam melhor o terreno e se tinham espalhado pela retaguarda das tropas. O próprio coronel Moreira César foi, no campo de batalha, morto pelos rebeldes.
Enfim, só em junho de 1897, acabou tudo, mas, para tanto, foi necessário reunir três brigadas de infantaria, acompanhadas da artilharia, sob o comando do general Artur Oscar, que conquistou Canudos e mandou fuzilar milhares de sertanejos, cujos corpos foram barbaramente mutilados. Eis como não foi fácil vencer Canudos. Sobre esse aspecto tático militar de Canudos não se falou nada, até hoje. Não se fala nada, aliás, sobre muitas coisas.
O Exército Brasileiro de 1897 podia ser, em comparação com os exércitos das grandes potências, materialmente obsoleto e taticamente fraco. Mas, em comparação com os sertanejos de Canudos, era tática e materialmente superior. Entretanto, mostrou-se vulnerável à tática das guerrilhas. O Exército Brasileiro de hoje continua a não poder se comparar com os exércitos das grandes potências, seja em número, seja em apetrechos bélicos. Mas, os exércitos das grandes potências tampouco podem contra as guerrilhas. Antônio Conselheiro é o precursor de Mao Tsé-tung na China, de Boumedienne na Argélia e dos Vietcongues no Vietnã. Canudos foi a semente da China Brasileira, da Argélia Brasileira, do Vietcongue Brasileiro. Mas - dirão vocês! -, apesar de tudo, os sertanejos de Canudos foram enfim derrotados! Sim, porque eram guerrilheiros improvisados e não conheciam bem os princípios da guerrilha: concentraram-se num reduto em vez de se espalharem pela região. Foi um erro. Mas também os erros constituem ensinamento. Homenageia-se Euclides da Cunha, o historiador de Canudos, como grande figura das letras nacionais e do Exército Brasileiro e da Academia, mas não se conta ao povo que esse mesmo Euclides, em novembro de 1888, ousou jogar seu sabre de oficial aos pés do ministro da Guerra, para protestar contra uma lei iníqua. E não se conta que o mesmo Euclides organizou em São José do Rio Pardo, em 1º de maio de 1901, a primeira festa de 1º de Maio socialista em solo brasileiro. Não querem saber de tais atos de rebelião social de um oficial do Exército Brasileiro. Pois sabem que fatores sociais explicam a fraqueza de qualquer exército do mundo, ante a revolta organizada dos oprimidos.
O Canudos da segunda metade do século 20 não será um reduto, um foco só, uma base só, mas o país inteiro. Será? Mas quando? Podemos esperar. E esperar indefinidamente? Não. Não é preciso esperar tanto. Quando, em novembro de 1888, o então cadete Euclides da Cunha, em presença de todo o corpo de generais brasileiros, jogou seu sabre aos pés do ministro da Guerra do imperador, ninguém poderia saber que só um ano depois, em novembro de 1889, a monarquia, com todos os seus generais e ministros, já estaria desaparecida muito depressa: só um ano! Hoje, que as coisas andam muito mais depressa, é lícito acreditar que não precisaremos esperar muito, sobretudo se seguirmos os ensinamentos da lição de Canudos.

Este artículo mecanografiado y sin firma, probablemente de comienzos de los años de 1970, se encuentra entre los papeles de Otto Maria Carpeaux, en la “Fundação Casa de Rui Barbosa”, en la ciudad de Rio de Janeiro. Una corrección a mano, en el penúltimo renglón, la palabra “depressa” –rápido, de prisa-, autentifica la autoria y autoriza su publicación.

sábado, 5 de abril de 2014

El Mundial olvidado de 1942,


“IL MUNDIAL DIMENTICATO”
Todo empieza con el hallazgo en las excavaciones paleontológicas de Villa El Chocón, en la Patagonia Argentina, de un esqueleto humano entre fósiles de dinosaurios. Junto a la osamenta, una cámara que ha guardado durante casi 60 años un documento de inestimable valor histórico: el rodaje de la final del Mundial jugado en la Patagonia en 1942, a miles de kilómetros de distancia de una Europa que luchaba por a hacer frente a la amenaza del nazismo. Un hito en la historia del fútbol, durante décadas rodeado de misterio, nunca reconocido por los organismos oficiales del deporte y que, con la aportación de figuras como Jorge Valdano, Roberto Baggio o Gary Lineker, ahora desvela este documental que se suma a la programación del OffsideFest. 

Ver más en: http://www.offsidefest.com/entrevista-a-lorenzo-garcella-y-filippo-marcelloni-directores-de-il-mundial-dimenticato/


Leí un poco sobre lo que nos cuenta el sitio de internet que menciono más arriba, y también recibí un regalo de mi prima Muñeca; es un texto que me provoca los sentimientos más comórbidos que se puedan imaginar: la pasión por la historia y la adicción por las letras. La tentación de resbalar siempre entre la verdad y la mentira. Imaginación o memória. (JV)


El Mundial olvidado de 1942

"El Mundial de 1942 no figura en ningún libro de historia pero se jugó en la Patagonia argentina sin sponsors ni periodistas y en la final ocurrieron cosas tan extrañas como que se jugó sin descanso durante un día y una noche, los arcos y la pelota desaparecieron y el temerario hijo de Butch Cassidy despojó a Italia de todos sus títulos.

Mi tío Casimiro, que nunca había visto de cerca una pelota de fútbol, fue juez de línea en la final y años más tarde escribió unas memorias fantásticas, llenas de desaciertos históricos y de insanías ahora irremediables por falta de mejores testigos.

La guerra en Europa había interrumpido los mundiales. Los dos últimos, en 1934 y 1938, los había ganado Italia y los obreros piamonteses y emilianos que construían la represa de Barda del Medio en la Argentina y las rutas de Villarrica en Chile se sentían campeones para siempre. Entre los obreros que trabajaban de sol a sol también había indios mapuches conocidos por sus artes de ilusionismo y magia y sobre todo europeos escapados de la guerra.

Había españoles que monopolizaban los almacenes de comida, italianos de Génova, Calabria y Sicilia, polacos, franceses, algunos ingleses que alargaban los ferrocarriles de Su Majestad, unos pocos guaraníes del Paraguay y los argentinos que avanzaban hacia la lejana Tierra del Fuego. Todos estaban allí porque aún no había llegado el telégrafo y se sentían a salvo del terrible mundo donde habían nacido.

Hacia abril, cuando bajó el calor y se calmó el viento del desierto, llegaron sorpresivamente los electrotécnicos del Tercer Reich que instalaban la primera línea de teléfonos del Pacífico al Atlántico. Con ellos traían una punta del cable que inauguraba la era de las comunicaciones y la primera pelota del mundo a válvula automática que decían haber inventado en Hamburgo.

Luego de mostrarla en el patio del corralón para admiración de todos desafiaron a quien se animara a jugarles un partido internacional. Un ingeniero de nombre Celedonio Sosa, que venía de Balvanera, aceptó el reto en nombre de toda la nación argentina y formó un equipo de vagos y borrachos que volvían decepcionados de buscar oro en las hondonadas de la Cordillera de los Andes.

El atrevimiento fue catastrófico para los argentinos que perdieron 6 a 1 con un pésimo arbitraje de William Brett Cassidy, que se decía hijo natural del cowboy Butch Cassidy que antes de morir acribillado en Bolivia vivió muchos años en las estancias de la Patagonia con el Sundance Kid y Edna, la amante de los dos.

No bien advirtieron la diversidad de países y razas representados en ese rincón de la tierra, los alemanes lanzaron la idea de un campeonato mundial que debía eternizar con la primera llamada telefónica su paso civilizador por aquellos confines del planeta. El primer problema para los organizadores fue que los italianos antifascistas se negaban a poner en juego su condición de campeones porque eso implicaba reconocer los títulos conseguidos por los profesionales del régimen de Mussolini.
Algunos irresponsables, ganados por la curiosidad de patear una pelota completamente redonda y sin tiento, se dejaban apabullar por los alemanes a la caída del sol mientras la línea del teléfono avanzaba por la cordillera hacia las obras del dique: un combinado de almaceneros gallegos e intelectuales franceses perdió por 7 a 0 y un equipo de curas polacos y desarraigados guaraníes cayó por 5 a 0 en una cancha improvisada al borde del río Limay.

Nadie recordaba bien las reglas del juego ni cuanto tiempo debía jugarse ni las dimensiones del terreno, de manera que lo único prohibido era tocar la pelota con las manos y golpear en la cabeza a los jugadores caídos. Cualquier persona con criterio para juzgar esas dos infracciones podía ser el árbitro y así fue como mi tío y el hijo de Butch Cassidy se hicieron famosos y respetables hasta que por fin llegó el télefono.

Hubo un momento en que la posición principista de los italianos se volvió insostenible. ¿Cómo seguir proclamándose campeones de una Copa que ni siquiera reconocían cuando los alemanes goleaban a quien se les pusiera adelante? ¿Podían seguir soportando las pullas y las bromas de los visitantes que los acusaban de no atreverse a jugar por temor a la humillación?

En mayo, cuando empezaron las lloviznas, el capataz calabrés Giorgio Casciolo advirtió que con la arena mojada la pelota empezaba a rebotar para cualquier parte y que los enviados del Fuhrer, que ya probaban el teléfono en secreto y abusaban de la cerveza, no las tenían todas consigo. En un nuevo partido contra los guaraníes el resultado, luego de dos horas de juego sin descanso, fue apenas de 5 a 2.

En otro, los ingleses que colocaban las vías del ferrocarril se pusieron 4 goles a 5 cuando se hizo de noche y los alemanes argumentaron que había que guardar la pelota para que no se perdiera entre los espesos matorrales. A fin de mes los pescadores del Limay, que eran casi todos chilenos, perdieron por 4 a 2 porque William Brett Cassidy concedió dos penales a favor de los alemanes por manos cometidas muy lejos del arco.
Una noche de juerga en el prostíbulo de Zapala, mientras un ingeniero de Baden-Baden trataba de captar noticias sobre el frente ruso en la radio de la señora Fanny-La-Joly, un anarquista genovés de nombre Mancini al que le habían robado los pantalones se puso a vivar al proletariado de Barda del Medio y salió a los pasillos a gritar que ni los alemanes ni los rusos eran invencibles. En el lugar no habia ningún ruso que pudiera darse por aludido, pero el ingeniero alemán dió un salto, levantó el brazo y aceptó el desafío. El capataz Casciolo, que estaba en una habitación vecina con los pantalones puestos, escuchó la discusión y temió que la Copa de 1938 empezara a alejarse para siempre de Italia.

A la madrugada, mientras regresaban a Barda del Medio a bordo de un Ford A, los italianos decidieron jugarse el título y defenderlo con todo el honor que fuera posible en ese tiempo y en ese lugar. Sólo cinco o seis de ellos habían jugado alguna vez al fútbol pero uno, el anarquista Mancini, había pasado su infancia en un colegio de curas en el que le enseñaron a correr con una pelota pegada a los pies.

Al día siguiente la noticia corrió por todos los andamios de la obra gigantesca: los campeones del mundo aceptaban poner en juego su Copa. Los mapuches no sabían de que se trataba pero creían que la Copa poseía los secretos de los blancos que los habían diezmado en las guerras de conquista. Los ingleses lamentaban que sus enemigos alemanes se quedaran con la gloria de aquel torneo fugaz; los argentinos esperaban que el gobierno los sacara de aquel infierno de calor y de arena y en secreto tramaban un sistema defensivo para impedir otra goleada alemana. Los guaraníes habían hecho la guerra por el petróleo con Bolivia y estaban acostumbrados a los rigores del desierto aunque no tenían más de tres o cuatro hombres que conocieran una pelota de fútbol. También formaron equipos los curas y obreros polacos, los intelectuales franceses y los almaceneros españoles. Los franceses no eran suficientes y para completar los once pidieron autorización para incorporar a tres pescadores chilenos.

Los alemanes insistieron en que todo se hiciera de acuerdo con las reglas que ellos creían recordar: había que sortear tres grupos y se jugaría en los lugares adonde llegaría el teléfono para llamar a Berlín y dar la noticia. William Brett Cassidy insistió en que los árbitros fueran autorizados a llevar un revólver para hacer respetar su autoridad y como la mayoría de los jugadores entraban a la cancha borrachos y a veces armados de cuchillos, se aprobó la iniciativa.

Se limpiaron a machetazos tres terrenos de cien metros y como nadie recordaba las medidas de los arcos se los hizo de diez metros de ancho y dos de altura. No había redes para contener la pelota pero tanto Cassidy como mi tío Casimiro, que oficiarían de árbitros, se manifestaron capaces de medir con un golpe de vista si la pelota pasaba por adentro o por afuera del rectángulo.

El sorteo de las sedes y los partidos se hizo con el sistema de la paja más corta. La inauguración, en Barda del Medio, quedó para la Italia campeona y el aguerrido equipo de los guaraníes. Al otro lado del río, en Villa Centenario, jugaron alemanes, franceses y argentinos y sobre la ruta de tierra, cerca del prostíbulo, se enfrentaron españoles, ingleses y mapuches.

En todos los partidos hubo incidentes de arma blanca y las obras del dique tuvieron que suspenderse por los graves rebrotes de nacionalismo que provocaba el campeonato. En la inauguración Italia les ganó 4 a 1 a los guaraníes que no tenían otra bandera que la del Paraguay. En las otras canchas salieron vencedores los alemanes contra los franceses y los indios mapuches se llevaron por delante a los ingleses y a los almaceneros españoles por cinco o seis goles de diferencia.

Los dos primeros heridos fueron guaraníes que no acataron las decisiones de Cassidy. El referí tuvo que emprenderla a culatazos para hacer ejecutar un penal a favor de Italia. Al otro lado del río mi tío Casimiro tuvo que disparar contra un delantero mapuche que se guardó la pelota abajo de la camisa y empezó a correr como loco hacia el arco británico en el segundo partido de la serie. Los mapuches tuvieron dos o tres bajas pero ganaron la zona porque los británicos se empecinaron en un fair play digno de los terrenos de Cambridge.

La memoria escrita por mi tío flaquea y tal vez confunde aquellos acontecimientos olvidados. Cuenta que hubo tres finalistas: Alemania, Italia y los mapuches sin patria. La bandera del Tercer Reich flameó más alta que las otras durante todo el campeonato sobre las obras del dique pero por las noches alguien le disparaba salvas de escopeta. William Brett Cassidy permitió que los alemanes eliminaran a la Argentina gracias a la expulsión de sus dos mejores defensores. Es verdad que el arquero cordobés se defendía a piedrazos cuando los alemanes se acercaban al arco, pero ése era un recurso que usaban todos los defensores cuando estaban en peligro. Antes de cada partido los hinchas acumulaban pilas de cascotes detras de cada arco y al final de los enfrentamientos, una vez retirados los heridos, se juntaban también las piedras que quedaban dentro del terreno.

En la semifinal ocurrieron algunas anormalidades que Cassidy no pudo controlar. Los alemanes se presentaron con cascos para protegerse las cabezas y algunos llevaban alfileres casi invisibles para utilizar en los amontonamientos. Los italianos quemaron un emblema fascista y entonaron a Verdi pero entraron a la cancha escondiendo puñados de pimienta colorada para arrojar a los ojos de sus adversarios.

Cassidy quiso darle relieve al acontecimiento y sorteó los arcos con un dólar de oro, pero no bien la moneda cayó al suelo alguien se la robó y ahí se produjo el primer revuelo. El capitán alemán acusó de ladrón y de comunista a un cocinero italiano que por las noches leía a Lenin encerrado en una letrina del corralón. En aquel lugar nada estaba prohibido, pero los rusos eran mal vistos por casi todos y el cocinero fue expulsado de la cancha por rebelión y lecturas contagiosas. Antes de dar por iniciado el partido, Cassidy lanzó una arenga bastante dura sobre el peligro de mezclar el fútbol con la política y después se retiro a mirar el partido desde un montículo de arena, a un costado de la cancha.

Como no tenía silbato y las cosas se presentaban difíciles, él sólo bajaba de la colina revólver en mano para apartar a los jugadores que se trenzaban a golpes. Cassidy disparaba al aire y aunque algunos espectadores escondidos entre los matorrales le respondían con salvas de escopeta, el testimonio de mi tío asegura que afrontó las tres horas de juego con un coraje digno de la memoria de su padre.

Cassidy hizo durar el juego tanto tiempo porque los italianos resistían con bravura y mucho polvo de pimienta el ataque alemán y en los contragolpes el anarquista Mancini se escapaba como una anguila entre los defensores demasiado adelantados. Hubo momentos en que Italia, que jugaba con un hombre menos, estuvo arriba 2 a 1 y 3 a 2, pero a la caída del sol alguien le devolvió a Cassidy su dólar de oro en una tabaquera donde había por lo menos veinte monedas más. Entonces el hijo de Butch Cassidy decidió entrar al terreno y poner las cosas en orden.

En un corner, Mancini fue a buscar la pelota de cabeza pero un defensor alemán le pinchó el cuello con un alfiler y cuando el italiano fue a protestar, Cassidy le puso el revólver en la cabeza y lo expulsó sin más trámite. Luego, cuando descubrió que los italianos usaban pimienta colorada para alejar a los delanteros rivales, detuvo el juego y sancionó tres penales en favor de los alemanes. El capataz Casciolo, furioso por tanta parcialidad, se interpuso entre el arquero y el hombre que iba a tirar los penales pero Cassidy volvió a cargar el revólver y lo hirió en un pie. Un ingeniero prusiano bastante tímido, que había jugado todo el partido recitando el Eclesíastes, se puso los anteojos para ejecutar los penales (Cassidy había contado sólo nueve pasos de distancia) y anotó dos goles. Enseguida el hijo de Butch Cassidy dió por terminado el partido y así se le escapó a Italia la Copa que había ganado en 1934 y 1938.

Los alemanes se fueron a festejar al prostíbulo y ni siquiera imaginaron que los mapuches bajados de los Andes pudieran ganarles la final como ocurrió tres días más tarde, un domingo gris que la historia no recuerda. Ese día el teléfono empezó a funcionar y a las tres de la tarde Berlín respondió a la primera llamada desde la Patagonia. Toda la comarca fue a la cancha a ver el partido y el flamante teléfono negro traído por los alemanes. Un regimiento basado en la frontera con Chile envió su mejor tropa para tocar los himnos nacionales y custodiar el orden pero los mapuches no tenían país reconocido ni música escrita y ejecutaron una danza que invocaba el auxilio de sus dioses.

Mi tío, que ofició de juez de línea, anota en su memoria que a poco de comenzado el partido aparecieron bailando sobre las colinas unas mujeres de pecho desnudo y enseguida empezó a llover y a caer granizo. En medio de la tormenta y las piedras Cassidy pensó en suspender el partido, pero los alemanes ya habían anunciado la victoria por teléfono y se negaron a postergar el acontecimiento. Pronto la cancha se convirtió en un pantano y los jugadores se embarraron hasta hacerse irreconocibles. Después, sin que nadie se diera cuenta, los arcos desaparecieron y por más que se jugó sin parar hasta la hora de la cena ya no había donde convertir los goles.

A medianoche, cuando la lluvia arreciaba, Cassidy detuvo el juego y conferenció con mi tío para aclarar la situación. Los alemanes dijeron haber visto unas mujeres que se llevaban los postes y de inmediato el árbitro otorgó seis penales de castigo contra los mapuches pero nadie encontró los arcos para poder tirarlos. Una partida del ejército salió a buscarlos, pero nunca más se supo de ella. El juego tuvo que seguir en plena oscuridad porque Berlín reclamaba el resultado, pero ya ni siquiera había pelota y al amanecer todos corrían detrás de una ilusión que picaba aquí o allá, según lo quisieran unos u otros.

A la salida del sol el teléfono sonó en medio del desierto y todo el mundo se detuvo a escuchar. El ingeniero jefe pidió a Cassidy que detuviera el juego por unos instantes pero fue inútil: los mapuches seguían corriendo, saltando y arrojándose al suelo como si todavía hubiera una pelota. Los alemanes, curiosos o inquietos pero seguramente agotados, fueron a descolgar el teléfono y escucharon la voz de su Fuhrer que iniciaba un discurso en alguna parte de la patria lejana. Nadie más se movió entonces y el susurro alborotado del teléfono corrió por todo el terreno en aquel primer Mundial de la era de las comunicaciones.

En ese momento de quietud uno de los arcos apareció de pronto en lo alto de una colina, a la vista de todos, y las mujeres reanudaron su danza sin música. Una de ellas, la más gorda y coloreada de fiesta, fue al encuentro de la pelota que caía de muy alto, de cualquier parte, y con una caricia de la cabeza la dejó dormida frente a los palos para que un bailarín descalzo que reía a carcajadas la empujara derecho al gol.
William Brett Cassidy anuló la jugada a balazos pero en su memoria alucinada mi tío dió el gol como válido. Lástima que olvidó anotar otros detalles y el nombre de aquel alegre goleador de los mapuches.
Fuentes: El hijo de Butch Cassidy, de Osvaldo Soriano

Publicado originalmente en el diario Página/12, éste cuento forma parte de "Cuentos de los años felices".
© 1993 Editorial Sudamericana