Trump y el neoliberalismo

Em setembro de 2016 publiquei um post com um texto de Alberto Alemán, que chamei Desejo, Fato Maldito e revolução. Esse artigo - uma reportagem ao psicanalista da revolução e do desejo- não era uma defesa do kirchnerismo na Argentina, nem do Lulo-petismo no Brasil. Tratava-se apenas de uma opinião muito crítica do liberalismo (para que acrescentar "neo"?) mais selvagem, aquele que alguns chamam de "anarco-liberalismo", ou "liberalismo-lumpem", pois pode ser comandado tanto por um playboy simplório, ou por um velho político caipira com estilo dos anos de 1960 ou 1970.

E aquela reportagem nos falava ainda do "Fato maldito", que na Argentina do século XX era o peronismo e hoje é o kirchnerismo, assim como no Brasil moderno temos o Lulismo e o PT, renascendo sempre das cinzas do  velho espantalho trabalhista getulista dos anos 50 e 60 do século passado. 

Vale a pena ler também esta nova análise, focada agora em Trump e na virada "populista" da direita Tea party nos EUA. (JV)

Trump y el neoliberalismo
Por Jorge Alemán *

La llegada de Donald Trump a la Casa Blanca ha dejado al mundo entero perplejo. Durante los meses previos a las elecciones, la inmensa mayoría de politólogos, analistas o periodistas afirmaban que era absolutamente imposible que ganara las elecciones. De alguna manera, hemos comprobado que cuando dijo la frase “podría disparar gente en la quinta avenida y no perdería ningún voto” tenía algo de razón.

La confusión en torno a la figura de Trump ha estado presente durante toda la campaña y continúa ahora que ya es Presidente. Los medios europeos no han dudado en caracterizarlo como un líder populista, probablemente en un nuevo intento de desprestigiar el término. El proyecto político que representa el Presidente de Estados Unidos sólo puede denominarse como populismo si lo entendemos como una forma demagógica de expresión política al más puro estilo del “reality” televisivo. Sin embargo, cualquiera que quiera acercarse al análisis de las experiencias populistas de forma honesta, debería evitar la confusión entre populismo y demagogia, así como analizar la obra de Ernesto Laclau y Chantal Mouffe.

En este sentido, partiendo del concepto de populismo de Laclau, hay que señalar que la sociedad está organizada materialmente por el lenguaje, que es la condición primera del vínculo social, pero está constituido de tal modo que, si bien configura la realidad, no puede nombrar la totalidad de la realidad. A aquello que el lenguaje no puede nombrar, lo denominamos lo “real”. Se trata de un agujero de la realidad que solo puede ser contorneado por un “Límite”, al que podemos denominar de forma incompleta o inconsistente: hegemonía, construcción de Pueblo, en suma, populismo.

Asimismo, para Laclau, en la estructura del lenguaje está implícito el populismo, puesto que siempre habrá antagonismos que no pueden cerrarse en una totalidad. Las brechas y fallas que contaminan los vínculos sociales y derivan en antagonismos irreductibles solo pueden ser abordados por una lógica de articulación hegemónica que dé nombre a esas fallas, que asuma la brecha y, además, se haga cargo políticamente de los antagonismos que instituyen lo social. A partir de este análisis, mi posición es que el populismo no se extiende por igual a izquierda y derecha. Las condiciones de heterogeneidad, la diferencia, la dislocación o la frontera antagónica, sólo existen en el interior de una lógica emancipatoria de nuevo cuño que asume que la realidad no puede ser totalizada. Es una emancipación inconclusa y abierta que nada tiene que ver con el fascismo, ni con las técnicas retóricas de la demagogia. Hay que recordar que estas prácticas se sostienen habitualmente en la conquista de una identidad sin fallas, brechas ni agujeros, amenazadas por las “impurezas o excesos de lo extranjero”.

Podemos ver claramente como en el discurso de Trump o Lepen no existe una verdadera lógica emancipatoria que asuma las brechas y las fallas, así como la heterogeneidad propia de la articulación hegemónica, sino que estamos ante una construcción discursiva que pretende defender una identidad (supuestamente atacada), frente al otro que la pone en peligro. Incluso no dudan en utilizar la victimización para defender esta identidad (recuperar la verdadera identidad francesa que está amenazada por los extranjeros o hacer grande América de nuevo porque los demás se han beneficiado a su costa).

Por todo esto, podemos afirmar que se utiliza erróneamente el término populista para no designarlo como lo que realmente es: la versión neofascista del neoliberalismo. Donald Trump no representa el fin del neoliberalismo, sino más bien la constatación definitiva de que el neoliberalismo ya no necesita la democracia para legitimarse. El nuevo Presidente de los Estados Unidos no va a poner en cuestión las bases económicas del Capitalismo -tiene un gabinete de billionarios, suman más de 35.000 millones de dólares de patrimonio- lo que va a poner en riesgo son los elementos básicos de la democracia, que ya estaban bastante cuestionados.

Así lo podemos constatar en sus primeras medidas: la recuperación del oleoducto Keystone XL que perjudica a la población indígena y al medio ambiente, el ataque a los derechos reproductivos de las mujeres y la disputa sobre el muro con México. Además, en su primera entrevista como Presidente, no dudó en justificar la tortura. En este contexto, ¿cómo es posible que algunos sectores de la izquierda “se alegren” con la victoria de Trump? ¿Realmente creen que un multimillonario va a suponer algún tipo de freno a la expansión neoliberal?

Algunos podrán justificarlo desde la lógica de “cuanto peor, mejor”, suponiendo que después de Trump llegará el verdadero proyecto revolucionario. Sin embargo, en el camino se ha perdido la oportunidad de que Bernie Sanders llegara a la Casa Blanca y existe el riesgo de que el Presidente Trump juegue siempre la carta del enemigo exterior para evitar cualquier tipo de articulación hegemónica en su contra. En definitiva, nos queda el “pesimismo de la razón, optimismo de la voluntad” gramsciano, pero es necesario partir de un análisis adecuado de lo que significa el fenómeno Trump para poder articular una respuesta política.

* Psicoanalista y escritor argentino, nacido en BsAs, en 1951.

Julio Cortázar. Graffites em tempos de opressão.

De Julio Cortázar

Graffiti

A Antonio Tàpies

Tantas coisas que começam e talvez terminam como um jogo, suponho que te fazia graça encontrar o desenho ao lado do teu, atribuíste-o a uma casualidade ou a um capricho e só na segunda vez te deste conta de que era intencional e então olhaste-o com atenção, inclusive voltaste mais tarde para olhá-lo de novo, tomando as precauções de sempre: a rua em seu momento mais solitário, nenhuma viatura nas esquinas próximas, se aproximar com indiferença e nunca olhar o grafite de frente mas do outro lado da calçada ou em diagonal, fingindo interesse pela vitrine ao lado, indo-te logo em seguida.

Teu próprio jogo havia começado por tédio, não era realmente um protesto contra o estado de coisas na cidade, o toque de recolher, a proibição ameaçadora de colar cartazes ou escrever nas muros. Simplesmente te divertia fazer desenhos com giz de cores (não gostavas do termo grafite, muito de crítico de arte) e de quando em quando voltar para vê-los e até com um pouco de sorte assistir à chegada do caminhão municipal e aos insultos inúteis dos empregados enquanto apagavam os desenhos. Pouco importava que não fossem desenhos políticos, a proibição abrangia qualquer coisa, e se algum menino tivesse se atrevido a desenhar uma casa ou um cachorro, eles o teriam igualmente apagado entre palavrões e ameaças. Na cidade já não se sabia muito de que lado estava verdadeiramente o medo; talvez por isso te divertia dominar o teu e de tempos em tempos eleger o lugar e a hora propícios para fazer um desenho.

Nunca havias corrido perigo porque sabias escolher bem, e no tempo transcorrido até a chegada dos caminhões de limpeza se abria para ti algo como um espaço mais limpo onde quase cabia a esperança. Olhando de longe teu desenho podias ver a gente que dava uma olhada ao passar, sem dúvida ninguém se detia mas ninguém deixava de olhar o desenho, às vezes uma rápida composição abstrata em duas cores, um pefil de pássaro ou duas figuras enlaçadas. Uma só vez escreveste uma frase, com giz preto: A mim também me dói. Não durou duas horas, e desta vez a polícia em pessoa a fez desaparecer. Depois somente continuaste fazendo desenhos.

Quando o outro apareceu ao lado do teu quase tiveste medo, de chofre o perigo voltava em dobro, alguém se animava como tu a divertir-se à beira do cárcere ou algo pior, e esse alguém além de tudo era uma mulher. Tu mesmo não podias prová-lo, havia algo de diferente e melhor que as provas mais convincentes: um traço, uma predileção por tons quentes, uma aura. E como andavas sozinho imaginavas uma mulher por compensação; tu a admiravas, tiveste medo por ela, esperaste que fosse a única vez, quase te denunciaste quando ela voltou a desenhar ao lado de outro desenho teu, uma vontade de rir, de ficar ali parado como se os policias fossem cegos ou idiotas.

Começou um tempo diferente, mais sigiloso, mais belo e ao mesmo tempo ameaçante. Descuidando do teu trabalho saías a toda hora com a esperança de surpreendê-la, escolheste para teus desenhos essas ruas que podias percorrer rapidamente num único itinerário; voltaste à aurora, ao anoitecer, às três da manhã. Foi um tempo de contradição insuportável, a decepção de encontrar um novo desenho dela junto a algum dos teus e a rua vazia, e a de não encontrar nada e sentir a rua ainda mais vazia. Uma noite viste seu primeiro desenho sozinho; havia-o feito com gizes vermelhos e azuis numa porta de garagem, aproveitando a textura das madeiras carcomidas e as cabeças dos pregos. Era mais do que nunca ela, o traço, as cores, mas além disso sentiste que este desenho era como um pedido ou uma interrogação, uma maneira de te chamar. Voltaste à aurora, depois que as patrulhas rarearam no seu surdo escoamento, e no resto da porta desenhaste uma rápida paisagem com velas e quebra-mares; ao olhá-lo bem diria-se um jogo de linhas ao acaso, mas ela sabia olhá-lo. Esta noite escapaste por pouco de uma ronda da polícia, no seu apartamento bebeste gim e mais gim e falaste com ela, disseste tudo o que vinha à boca como outro desenho sonoro, outro porto com velas, imaginaste-a morena e silenciosa, escolheste para ela lábios e seios, quiseste-a um pouco.

Quase em seguida te ocorreu que ela buscaria uma resposta, que voltaria ao desenho dela como voltavas agora aos teus, e mesmo que o perigo era cada vez maior depois dos atentados no mercado atreveste a aproximar-te da garagem, a rondar pela manhã, a tomar intermináveis cervejas no café da esquina. Era absurdo porque certamente ela não pararia ao ver teu desenho, qualquer uma das mulheres que iam e vinham podiam ser ela. Ao amanhecer do segundo dia escolheste um paredão cinza e desenhaste um triângulo branco rodeado de manchas como folhas de carvalho; do mesmo café da esquina podias ver o paredão (já haviam limpado a porta da garagem e uma patrulha voltava e voltava raivosa), ao anoitecer te distanciaste um pouco mas escolhendo diferentes pontos de vista, deslocando-te de um lugar a outro, comprando qualquer coisa nas lojas para não chamar muito a atenção. Já era noite cerrada quando ouviste a sirene e os projetores te varreram os olhos. Havia um confuso amontoamento junto ao paredão, correste contra toda sensatez e só o acaso te ajudaste, um automóvel virando a esquina e freando ao ver a viatura te protegia e viste a luta, um cabelo preto puxado por mãos enluvadas, os pontapés e os alaridos, a visão entrecortada de uma calça azul antes que a jogassem no carro e a levassem.

Muito depois (era horrível tremer assim, era horrível pensar que isso acontecera por culpa do teu desenho no paredão cinza), te misturaste com as outras pessoas e pudeste ver um esboço em azul, os traços desse laranja que era como seu nome ou sua boca, ela toda nesse desenho truncado que os policiais haviam borrado antes de levá-la. Tinha ficado o bastante para compreender que ela havia desejado responder ao teu triângulo com uma outra figura, um círculo ou quem sabe uma espiral, uma forma cheia e formosa, algo como um sim um sempre ou um agora.

Sabias muito bem, te sobraria tempo para imaginar os detalhes do que estaria se passando na prisão central; na cidade tudo isso transpirava pouco a pouco, as pessoas estavam a par do destino dos prisioneiros, e se às vezes voltavam a ver alguns deles, preferiam não os ver como a maioria das pessoas se perdiam nesse silêncio que ninguém se atrevia quebrar. Já sabia e muito, essa noite o gim não te ajudaria mais que morder-te os punhos, a pisotear os gizes de cor antes de te perder na embriaguez e no pranto.

Sim, mas os dias passavam e já não sabias viver de outra maneira. Voltaste a abandonar o teu trabalho para dar voltas nas ruas, olhar furtivamente as paredes e as portas onde ela e tu haviam desenhado. Tudo limpo, tudo claro; nada, nem sequer uma flor desenhada pela inocência de um colegial que rouba um giz na classe e não resiste ao prazer de usá-lo. Tampouco pudeste resistir, e um mês depois te levantaste ao amanhecer e voltaste à rua da garagem. Não havia patrulhas, as paredes estavam perfeitamente limpas; um gato te olhou cauteloso em cima de um portão quando sacaste os gizes e no mesmo lugar, ali onde ela havia deixado seu desenho, encheste a madeira de um grito verde, uma labareda vermelha de reconhecimento e de amor, envolveste teu desenho com uma oval que era também tua boca e a dela e a esperança. Os passos na esquina te lançaram a uma corrida silenciosa, ao refúgio de uma pilha de caixotes vazios; um bêbado vacilante se aproximou titubeante, quis pisar no gato e caiu aos pés do teu desenho. Partiste lentamente, já seguro, e com o primeiro sol dormiste como não houveste dormido em muito tempo.

Essa mesma manhã olhaste de longe: ainda não o haviam apagado. Voltaste ao meio-dia: quase inconcebivelmente continuava ali. A agitação na periferia (havias escutado os noticiários) afastava as patrulhas urbanas de sua rotina; ao anoitecer voltaste a vê-lo como tanta gente o havia visto ao longo do dia. Esperaste até as três da manhã para regressar, a rua estava vazia e negra. De longe descobriste o outro desenho, somente tu poderia tê-lo distinguido tão pequeno no alto à esquerda do teu. Aproximaste com algo que era sede e horror ao mesmo tempo, viste a oval laranja e as manchas violeta de onde parecia saltar um rosto tumefato, um olho pendente, uma boca consumida por socos. Já sei, já sei, mas que outra coisa poderia te desenhar? Que mensagem teria sentido agora? De qualquer maneira teria que te dizer adeus e te pedir para continuar. Algo teria que te deixar antes de me voltar a meu refúgio onde não havia espelho algum, somente um espaço onde me esconder até o fim na mais completa obscuridade, recordando tantas coisas e às vezes, assim como havia imaginado tua vida, imaginando que fazias outros desenhos, que saías à noite para fazer outros desenhos.

Luis Franco, catamarqueño. Una batalla, casi una guerra

El amigo Luis Mattini continúa escribiendo genialidades que me ahorran el trabajo de escribir y me aumentan las ganas de leer, siempre una buena excusa para el que anda con pocas ideas, como es mi caso, atiborrado de malos augurios en la vida social y política de Brasil, que no es mejor ni peor que la de Argentina, pero que cada día nos sorprenden con sus imprevisibilidades, que dejan atrás cualquier rasgo de realismo fantástico.

Pero Luis Mattini, parte importante de la historia revolucionaria de Argentina, tiene lucidez como para recordar y desmenuzar temas fundamentales, como este que nos trae hoy, sin apartarse ni medio metro del sendero de la política y la lucha social. 

Y hoy, además, se mete con Luis Franco - mi Luis Franco, tan mío como suyo, reconozco, con un cierto celo- y con mi Catamarca, esta sí, muy pero muy mía.

Gracias, Luis. (JV)

Luis Mattini

8 h · 

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LUIS FRANCO el genial Trotsko de Belén Catamarca

Por Luis Mattini

9 de enero de 2015 · Buenos Aires

Poeta, marxista trotskista; el pensamiento más radical de Argentina.

El personaje más complejo y asombroso que conocí desde la Biblioteca Popular José Ingenieros de Zárate, fue el poeta, cuentista y ensayista Luis Franco, quien había nacido en Catamarca en 1898 y murió en Buenos Aires en 1988. 

La mitad de su vida residió en la provincia natal y la otra mitad en el Gran Buenos Aires. Su obra comprende más de cincuenta títulos. Sin embardo, a pesar de esta prolífica labor, no tuvo suficiente circulación ni crítica “oficial” acorde con esta producción tan rica. Nunca supe bien quien lo contactó en esa modestísima Biblioteca de Zárate, donde lo invitamos varias veces a dar conferencias. Quien más lo conocía era Luis Caglierotti. 

En mi caso yo había leído “Suma”, pero en esos días La Prensa publicó un domingo el huecograbado con sus últimos poemas dedicados a los Andes y a las araucarias que me impactó. “Andes del meridión, al alcance del ojo, casi de la mano… el monumento al tiempo esculpido en el granito….la Patria libre sin fronteras ni banderas……...” Asi decía el poeta: ”sin fronteras ni banderas” sentí el internacionalismo proletario en una purísima expresión poética; y fue tan fuerte esa influencia que empecé a leer sus libros con mucho interés. Primero un par de libros intrascendentes muy antiperonistas, escritos en plena revolución libertadora, realmente gorilas. 

Pero su obra “Biografia Sacra” tremenda y sistemática desarticulación de los dogmas religiosos y los mitos políticos del siglo veinte marcarían mi formación hasta el presente.

Asi fue como yo me interesé vivamente por su vida y su obra y pude saber que Luis Franco había nacido en Belen de Catamarca y murió en Buenos Aires en 1988. La mitad de su vida residió en la provincia natal y la otra mitad en el Gran Buenos Aires. Recuerdo vivamente que cuando murió yo vivía en Buenos Aires y la única nota que salió la publicó David Viñas, si mal no recuerdo en P/12, tratándolo de poeta con una relación muy peculiar con el marxismo. 

Luis Franco era un marxista asumido, convencido ideológicamente y políticamente simpatizante de la línea trotskista del PRT “La Verdad” que dirigía un tal Nahuel Moreno, a cuyos congresos solía asistir. 

Nunca entendí por qué los llamados “morenistas” no se preocuparon de recuperar para la militancia semejante genio de las letras argentinas. ¿Por qué el marxismo argentino suele estar tan divorciado del arte? 

Trotsky, mas alla de sus aciertos y errores políticos, fue un dotado para la literatura, y para apreciar el resto de las artes, con una sensibilidad artística maravillosa. Fue un magnifico critico de arte. ¿Nadie lo sigue?

En 1920, contando veintidós años, Franco publicó su primera obra, "La flauta de caña", y poco después, el "Libro del Gay Vivir", el que obtuvo, entre muchas críticas elogiosas, nada menos que la del propio Leopoldo Lugones. Su obra continuó con títulos como "Coplas del pueblo", "Los trabajos y los días", "Nocturnos", y "Suma", en 1938, esta vez fue aclamada por los abrazos de Roberto Arlt, con una notable profecía sobre el futuro de este catamarqueño cuyo destino seria el increíble olvido o la intencionada negación del medio argentino. En efecto: presagiaba Arlt: "Un silencio fervoroso ha saludado la aparición de la monstruosa obra de este poeta que, como Walt Whitman, podría decir de sí mismo: 'Yo no soy un hombre, soy una batalla”.

Y eso fue Luis Franco. Una batalla, casi una guerra!!!! Porque su obra literaria, es mucho más rica incluso en su prosa que se compone de permanentes ensayos, desde los griegos clásicos hasta la revolución cubana. En uno de sus libros, “Espartaco en Cuba” hace la siguiente dedicatoria: “AL CHE GUEVARA Hijo del Plata, por quien – lo esperamos – podrá sernos perdonada siquiera parte de los pecados argentinos de hoy contra la historia”.

En plena militancia en el PRT- ERP , yo persistía en leer lo que podía de su inacabable obra. Nunca pude interesar a mis compañeros y amigos, incluso a Axel con quien compartía el gusto por la literatura, sobre todo por Heminway, no logré convencerlo del valor de este catamarqueño, de un valor intelectual e ideológico digno de Silvio Frondizi. Claro que Haroldo Conti se sintió halagado y sorprendido cuando , en una oportunidad, en una pausa de una reunión del FAS, le nombré al catamarqueño.

Una treintena de libros notables, pletóricos de originalidad, con esa prosa, un tanto barroca , pero cuya exquisitez, le perdona el barroquismo porque la precisión de los saberes en lo conceptual es de una rigurosidad digna de los grandes pensadores y sobre todo su compromiso libertario que dejaba a la derecha a cualquiera. Expresiones provocadoras como la afirmación en el sentido que el tribunal de Nuremberg había cometido el error de no haber ahorcado a los cuatro criminales de guerra: Hitler, Churchil, Rooselvelt y Stalin, dicho en plena euforia de post guerra, en plena euforia stalinista, en pleno auge macartista. Cincuenta años después la historia, con sus sabia justicia, le dio la razón, cuando quedaron confirmados los crímenes de Stalin en Polonia, o fomentando la violación de mujeres en masa durante la toma de Berlin como “compensación” por los sufrimientos del pueblo ruso durante la ocupación alemana ( No se sabe que “compensaría” a la ciudadanas rusas) o las toneladas de explosivos ordenados por Churchil sobre la población civil de una la Alemania ya derrotada que agregaron decenas de ciudades, sin valor militar, destruidas y otro medio millón de muertos civiles a la tragedia y, por supuesto, el crimen de lesa humanidad de los yanquis con la bomba atómica sobre un Japón ya casi fuera de combate-.

Después de esta aguda digresión que no se le escapó al catamarqueño, podemos nombrar al pasar entre tantos títulos: "El general Paz y los dos caudillajes", “Sarmiento y Martí” , "Biografías animales", “El Arca de Noe en el Plata”, “El otro Rosas” "Hudson a caballo", "Biografía patria", Biografia Sacra, "Pequeño diccionario de la desobediencia", "Revisión de los griegos", "Espartaco en Cuba", “Prometeo en la URSS”y el magistral , "La hembra humana", un sesudo tratado sobre el amor, que sería suficiente, por si fuera poco, para otorgarle el más alto rango en nuestras letras y el eterno reconocimiento de las feministas, porque es una meticulosa historia del papel de la mujer en la formación de la cultura atravesada por la dominación masculina.

Cuando apareció “La hembra Humana”, como se ve, atrevido y prometedor título, lo encargamos a nuestro librero antes de que saliera de la imprenta y compramos una docena de ejemplares, uno para la biblioteca José Ingenieros, algunos para nosotros y los demás para repartirlos entre nuestros amigos como una manera de ayudar a este escritor tan escaso de dinero. Recuerdo que un ejemplar se lo enviamos a nuestro amigo José Luis Goyena, quien ya hacia tiempo que se había radicado en Paris, y después nos escribía contando que los parisinos se volvían para ver a ese loco caminando en plena vereda que se reia a carcajadas de la lectura.

Siendo yo el más joven del grupo de la Biblioteca, ese libro influyó mucho en mi consideración sobre el amor, e idealicé de inmediato a su autor. Pero un día ocurrió un hecho que me hizo relativizar la obra de la conducta de su autor. Sucedió que la Dirección de la Biblioteca me encomendó viajar a Ramos Mejia a contactar a Luis Franco para invitarlo dar una conferencia. Me dieron su dirección y allá fui a tocarle timbre sin aviso porque no tenia teléfono. (chicos…no existía el email todavía) Tren de Zárate a Retiro , subte de Retiro a Once, y tren de Once a Ramos Mejia. Buscar esa dirección a partir de la estación. 

Yo estaba muy emocionado de contactar a mi héroe literario. Pregunta por aquí, pregunta por allá, al fin di con la casa en un barrio de trabajadores y me asombró la modestia del departamento, podríamos decir casi pobreza. Una señora me recibió, y me hizo pasar a una salita cuyas paredes estaban cubiertas de libros en improvisadas estanterías de madera de cajón de embalajes , libros viejos, cosidos a mano, remendados o forrados, algunos con forros de papel de diario, ordenados con cuidado, pero evidentemente muy usados. Al momento apareció Don Luis. De inmediato me reconoció porque yo lo había llevado a cenar y acompañado hasta tomar el tren de regreso la última vez que él había estado en Zárate; nos dimos un abrazo y se sentó frente a mí y no sé cómo salió el tema de “La rama dorada”, una obra famosísima sobre antropología y me explicó detalladamente su importancia. Tema que estaba trabajando. Al rato apareció la señora y, sin decir palabra, empezó a cebar mate, pero totalmente callada. De vez en vez Franco afirmaba algo y la miraba a ella como pidiendo asentimiento y ella asentía con la cabeza, con aire de obediente, sin pronunciar palabra mientras repartía los mates entre él y yo. Ella no tomaba. 

En realidad yo no sabía, ni nunca supe, si la señora era una mucama, o su compañera de vida o no sé qué otra relación. En realidad la escena no tenía nada de extraño en la Argentina de esos años, la señora cumplía bien el papel de “ama de casa” fuera esposa, compañera, amiga o contratada, Pero a mí me chocaba que el autor de “La hembra humana” tratara así a una mujer, fuera lo que fuere ella respecto a él! Para mí, joven todavía un poco imberbe y principista, fue una desilusión.

Pero más allá de esta curiosa anécdota y volviendo a la figura genial de este poeta , podemos decir que es difícil entender o explicar estos poco frecuentes casos, como el de Luis Franco, en el que la calidad del artista y el genio poético adolezca de semejante falta de difusión y del reconocimiento que merece en los medios afines. No digo solo en los “medios” de difusión, sino, sobre todo, entre los colegas, No obstante no puede afirmarse que esto sea casual, ni resultante de la “mala suerte” crítica. Creo que, por el contrario, es el costo de una conducta consistente en mantener una celosa fidelidad al arte. Una fidelidad que no permite dar un paso que pueda lindar la frivolidad propia de la publicidad. El cumplimiento de una concordancia entre el decir y el hacer, sin la cual la obra de arte carece de destino.

Los que conservamos ese respeto inalienable por el arte pensamos que si Luis Franco hubiese limado su rebeldía y su inconformismo siguiendo el ejemplo de la masa de intelectuales sin historia, o si hubiera sido más condescendiente con los círculos de la cultura oficial, su nombre estaría al lado de Belisario Roldan, Olegario V Andrade o el mismo José Hernández y algún Pigna se ocuparía de alguna de sus obras. Pero entonces sus textos serían otros, aunque conservasen la forma. Y no presentarían esa vitalidad, ese fuego que aún oculto y callado que hoy, medio siglo después, disfruto más que nunca haberlo llevado a la práctica con toda la fuerza de la pasión militante.

Doy gracias al maestro por haberme transmitido ese inconformismo, padre de toda creación.

Luis Mattini

8 h · 

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Humor inglés o cuento chino.

O presidente da China, Xi Jinping, pediu nesta terça-feira passada em Davos, que os líderes mundiais digam "não ao protecionismo" e fiquem comprometidos com o desenvolvimento, a promoção do livre comércio, o investimento e com a liberalização e facilitação da atividade comercial através da abertura de mercado.

O chinês - exemplo vivo do capitalismo de estado que vem se desenvolvendo na China, debaixo das velhas bandeiras estalinistas-maoistas do "socialismo em um único país" - avança no seu caminho inexorável de potência imperialista de um novo tipo, apoiada nas baionetas e tanques para dentro das fronteiras, e nas relações ultra-liberais que regem sua indústria, seu comercio e as finanças fronteiras afora.

"Temos que permanecer comprometidos com o desenvolvimento do livre comércio e o investimento, para promover o comércio e o investimento, a liberalização e a facilitação (do comércio) através da abertura e dizer não ao protecionismo", afirmou Xi em seu discurso de inauguração do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos. "Seguir o protecionismo é como se fechar em um quarto escuro onde o vento e a chuva podem ficar de fora, mas também não há luz e ar." 

E além de esbofetear com luva de pelica o presidente Trump, herói do "Tea Party" norte-americano e do fundamentalismo das direitas do mundo, Xi Jinping marcou território na combalida noção de "globalização".

Pensei, e meditei em escrever algo sobre o tema; mas eis que o amigo Luis Mattini - experto em temas da política e na evolução das relações de força entre o capitalismo e as lutas sociais no mundo- sai ao passo com um post em Facebook que me evita o trabalho de seguir pensando. China se vende ao capitalismo neo-liberal decadente da Argentina como uma nova opção, e Luis nos conta os por quês e como, e de passagem nos fala um pouco da história da riqueza na Buenos Aires que num passado não tão distante se transformaba em “La Reina del Plata”. (JV)

Humor inglés o cuento chino. 

Por Luis Mattini

Recuerdo en 1961 a un peronista que luchaba por el regreso del líder y comentaba asombrado el avance del comunismo en el mundo. Exaltado exclamaba: “los chinos ya son comunistas, Cuba va en camino, los intelectuales, los hombres de ciencia, los artistas, muchos trabajadores...hasta los grandes capitales se están haciendo comunistas”. Y todos nos reímos de lo que creímos un chiste.

La ciudad de Buenos Aires se construyó en apenas tres décadas con unos cimientos que hacían pensar en la eternidad. Para asombro del mundo, de “la gran aldea” pasó a la “opulenta ciudad de Buenos Aires”, la Reina del Plata. Los palacios privados y edificios públicos se mandaban a hacer por encargo directamente en Europa y se “armaban” aquí. 

En algunos casos, como en el del Palacio de Tribunales, los arquitectos ni siquiera sabían dónde sería emplazado el edificio. Los petit hotel albergaban a una escasa pero próspera y real clase media comercial y profesional. Las casa chorizo de los italianos resultaron mejores que los actuales engendros para condena popular de nuestros urbanistas. 

La red de tranvías llegó a ser una de las más extensas del mundo. Sanitarios previstos para el fin de los tiempos a punto tal que aún hoy resisten. El teatro Colón es uno de los doce en el planeta. Después vendrían los trenes subterráneos, los primeros de América Latina, joyas de la técnica de la época y verdaderas obras de arte. 

El buen gusto de un pequeño sector de la oligarquía se mezclaba con los “delirios de grandeza de origen español” y la vulgaridad de los nuevos ricos. Los dandys argentinos viajaban a Europa y mostraban una obscena rumbosidad tirando literalmente manteca al techo en una práctica similar a la de los actuales jeques petroleros, mientras a pocos kilómetros de esta cabezona reina, se multiplicaban los ranchos de chorizo y en el interior profundo se incubaba el “grito de Alcorta”. 

La red ferroviaria del país llegó a tener cuarenta y cinco mil km. en forma de embudo hacia el puerto porteño, para asegurar el traslado de los productos agrarios. Pese a todo, esa orgullosa oligarquía liberal-conservadora, casada con los ingleses a los que les metía los cuernos con los franceses, fue más o menos fiel a su época y a su clase y echó las bases materiales y jurídicas de un Estado Nacional, más prusiano que liberal y con aspiraciones hegemónicas en la región, que se expresó en su tenaz oposición a la Doctrina Monroe. 

No siempre se recuerda que hasta la Revolución “Libertadora”, con gobiernos conservadores, radicales y el peronismo, la Nación Argentina fue la abanderada del anti panamericanismo (Instrumento estadounidense para la aplicación de la Doctrina Monroe) en figuras como las José María Drago u Honorio Puyrredón, no por espíritu independiente sino por intereses ligados al mercado europeo. 

Pero, volviendo a la riqueza que se acumulaba sobre todo en Buenos Aires ¿De dónde salió la “plata” para llevar a cabo semejante portento? Porque, a pesar de la leyenda que dio nombre a nuestro país, aquí no había argento. 

La respuesta Ud. la conoce, se la da cualquier pretendido economista: salió de la lana, las carnes y otros productos de nuestros campos. De las ventajas relativas de la tierra extraídas y producidas con la explotación a nuestros trabajadores rurales. 

Pero esa es la mitad de la verdad. Porque –a diferencia de los economistas un ingeniero puede calibrar el trabajo socialmente necesario que contiene una obra a puro ojo de buen cubero– y se pregunta: ¿Cómo fue posible que lanas, cueros y otras yerbas, casi sin manufacturar, se podían intercambiar por obras de alta elaboración, como boasseries y pisos de roble de Eslavonia, ebanistería con cedros del Líbano, eternos y artísticos puentes de hierro de las laminadoras británicas, fina mecánica alemana, carruajes de última generación, ornamentadas columnas de alumbrado de hierro fundido, cuando no de bronce, eficaces calentadores primus suecos, tijeras de las fraguas de Toledo o mayólicas españolas, griferías italianas, porcelanas chinas, relojes franceses etc.? ¿Cuántos kilos de lana virgen por un kilo de hierro forjado o madera tallada? indagará el criterio cuantitativo.

Es posible pensar que eso fue posible porque quienes producían esos artículos sofisticados estaban tan explotados como nuestros trabajadores rurales. Porque el capitalismo, mediante la organización industrial, les había expropiado junto con la fuerza de trabajo el conocimiento. El excedente de mano de obra especializada actuaba como acicate de la explotación, porque aquellos trabajadores, en aquel tiempo, sufrían mayor amenaza de desocupación que los nuestros. 

Buenos Aires, entonces, se hizo tanto con plusvalía de peones argentinos como con plusvalía producida por obreros y campesinos ingleses, franceses, italianos, etc. 

Determinar cuál fue el mayor aporte es tarea de contadores y no me interesa aquí; por lo demás, nunca me gustó hacer chovinismo de látigo como cuando chilenos y argentinos disputaban quién sufría peor dictadura. Pero sí es importante apuntar que la sola existencia de ese fenómeno llamado Buenos Aires, con su esplendor y su miseria, indica que las clases dominantes de este país recibieron –y reciben– algo más que “un plato de lentejas” del festín capitalista-imperialista. 

Recuerde cuál era la situación de la clase obrera europea a la sazón. Si le resultan pesados los textos de Engels (La situación de la clase obrera en Inglaterra) puede ir a ver el filme Germinal o leer la formidable novela de Vargas Llosa sobre la vida de Flora Tristán. Mejor aún, porque este escritor peruano está vacunado contra toda sospecha de marxista o nacional y popular. 

Por lo tanto, sería saludable cuestionar la trillada afirmación que la clase obrera europea, al menos en el siglo XIX, usufructuó de la expoliación del imperialismo a sus colonias. Se puede suponer que la tremenda explotación de aquella clase obrera permitía mantener un bajo salario “internacional”, el que, como tal, incidía también en el ingreso de nuestros trabajadores. Bajos salarios y largas jornadas hacían posible –entre otros factores de la dinámica del capital y la teoría del valor, por supuesto– que un producto con mucho mayor “valor agregado”, o por mejor hablar, un producto que contenía mucho mayor esfuerzo manual e intelectual, se intercambiara por productos primarios, dejando fabulosas ganancias a las clases dominantes europeas y argentinas. 

El economista me lo explica con esa cosa de la oferta y la demanda, variables, coordenadas, que indican que el kilo de hierro vale tanto de lana, etc. pero yo, como el ingeniero, no analizo números sobre papeles sino esfuerzo humano. 

Esta “paridad” en la explotación tuvo sus consecuencias de inmediato; a medida que nuestro país se convertía en el “granero del mundo” y Buenos Aires se transformaba en “La Reina del Plata”, las masas trabajadoras empeoraban su situación, (si señor, empeoraba, íbamos para atrás, no para adelante, como suponen los progresistas) cada progreso técnico significaba un nuevo ajuste al yugo, cuestión esta que las hizo, más rápido que despacio, organizarse en asociaciones de trabajadores rurales y urbanas, siguiendo el ejemplo de sus hermanos de clase del otro lado del mar. Cuando el país empezó a producir en forma industrial, el salario ya estaba condicionado por esa relación establecida por el mercado internacional.

Téngase también en cuenta que la situación de la clase obrera europea y la argentina, con décadas de lucha, no mejoró substancialmente hasta después de la II guerra mundial. Y ello merece otro análisis, que no me propongo hacer aquí. Por ahora sólo retengamos memoria de aquello. Puede resultarnos útil a la hora de buscar verdaderas alternativas. 

Lo que nos interesa aquí es: ¿De qué nos sirve esta breve y provocadora reseña? Porque las analogías, no las similitudes, la analogía con el presente nos puede ayudar a examinar las perspectivas que se presentan en el horizonte inmediato y que entusiasman a quienes parecen ignorar que China, como Brasil se encuentran entre las potencias más desigualitarias de la tierra. Dije bien, no dije “más pobres”, dije desigualitarias. Además China es un imperialismo en potencia, por tradición histórica y por lógica capitalista. ¿O ahora van a esperar que se caiga la muralla china para rasgarse las vestiduras comunistas diciendo “yo no sabía, cuando yo estuve no vi nada”, como decía gente que había vivido años en la URSS, después de la caída del muro de Berlín? ¿O los crímenes de Bush, salvan la responsabilidad de los “comunistas”? ¿O la invasión a Irak nos debe de hacer olvidar la invasión de China a Vietnam? ¿Y los cubanos en Angola que encontraban en sus miras telescópicas tropas chinas? ¿O la ocupación de París por los nazis disculpa la represión francesa en Argelia? 

Mi hipótesis, mi sospecha, es que, tal como está planteado, el acercamiento de Argentina a China, como supuesta “alternativa” al imperialismo norteamericano, tiene analogía con la relación de nuestro país con Inglaterra en el siglo XIX.

Los empresarios chinos se llevarán productos agrícolas producidos con alta tecnología (siembra directa, biotecnología, etc.) que ocupan sólo un puñado de personas; y nos remitirán productos industriales de valor agregado. (Incluida esa propia alta tecnología, maquinarias, agroquímicos, quizás hasta semillas modificadas “compitiendo” o por inversiones de Monsanto, etc.) 

Pero, además –y esto no suele verse– además insisto, producidos por trabajadores en condiciones de extrema explotación en su país. Sí, en la China dirigida por gente que se dice comunista. Condiciones que contribuyen a mantener el “valor globalizado” de la mano de obra. 

Por algo la delegación China ha condicionado los negocios a que se los reconozca como “economía de mercado”. En esa línea invertirán en Argentina, como cualquier empresa extranjera y con las reglas del mercado. Esto quiere decir que los empresarios chinos (los que entre sus capitales cuentan con las inversiones extranjeras en su propio país) intentarán pagar al menos los mismos salarios que pagan en su país. Y como si esto fuera poca comparación con los ingleses, construirán líneas férreas cuyo trazado fundamental se adecue al transporte de forraje y cereales para su país. 

Y, por supuesto, con ese intercambio y con estas inversiones se potenciará la economía nacional y probablemente quedarán márgenes enormes a favor de “nuestro país”. Y si es cierto que, como suele decirse, la historia se repite, una vez como tragedia y otra como farsa, aquí empieza a agotarse la analogía, porque con esos ingresos no se construirán ya nuevas Buenos Aires, sino que, de acuerdo a estos tiempos de capitalismo volátil, de precariedad y especulación, esos ingresos servirán para levantar adefesios arquitectónicos tipo torres de Puerto Madero, multiplicar obscenos núcleos urbanos como Cariló, adquirir camionetas cuatro por cuatro blindadas, barrios amurallados con ejércitos de custodios, bien equipados con uniformes logotipo, garrotes y celulares y mal pagados; todo ello para brindar seguridad a los empresarios nacionales tradicionales, que remitirán sus ganancias a los paraísos fiscales. 

O para regocijo de esa camada de ruidosos nuevos ricos en las calles de la ahora “próspera” Rosario, los sojeros, y de otros sectores sociales que reciban las extensiones del negocio (importadores, transportistas, acopiadores, consultores, contadores, abogados, funcionarios públicos, etc.) Y esto más allá de los deseos y la buena voluntad de los gobernantes; es la dinámica de hierro de la economía de mercado a la que aspiran los “comunistas” chinos y parecen aprobar también los comunistas argentinos.

Y aquí se acabó la analogía: una diferencia substancial con la “época de los ingleses” es que ahora existe una población inmensamente más numerosa, que suele ser memoriosa del Estado de Bienestar peronista, protestona e inconforme. Frente a ello, una parte de esos ingresos, retenida y administrada por el Estado, servirá para intentar mantener en forma estructural planes de asistencia social para “los que perdieron”. Y “los que perdieron” son y serán muchos, más de la mitad de los argentinos.

La memoria nos dice que recostarse sobre otro centro de poder no es alternativa. La memoria nos recuerda que estuvimos bien cuando apuntamos hacia adentro y no hacia afuera. Por la vía del mercado mundial la perspectiva es que los trabajadores argentinos completen su paso de “proletariado industrial” a proletariado romano.

Luis Mattini, enero de 2017.

Emergencia en los acantilados

El hombre, con el apuro, no se había sacado el sombrero y del fieltro negro, mojado de escarcha, caían gruesas gotas al piso del consultorio.

Eran las 7 de la tarde, pero ya estaba oscuro desde hacía un buen tiempo, y el doctor Ortíz se preparaba para volver a casa. No necesitaron demasiadas palabras para entenderse.

Una urgencia médica en pleno invierno patagónico puede llegar a ser una actividad peligrosa, pensó el doctor, y salió con el paisano hasta la vereda para llamar la ambulancia y salir para atender la emergencia.

Una más, pensó y sonrió.

El otro hombre, todavía a caballo, le explicó en pocas palabras que se trataba de su hija, que estaba en trabajo de parto y que había quedado esperando en un acantilado de la bahía.

Subió Alberto Ortíz a la ambulancia y los dos paisanos a caballo se le adelantaron unos metros, empapados pero protegidos con sus ponchos oscuros del frío de 2º bajo cero.

Los hombres habían salido con la muchacha parturienta - una chica de unos 18 años, calculaba después Alberto-  de una estancia a más de 80 km de San Julián. Solo en el recorrido a lo largo de la bahía habían andado casi 20 km enfrentando el viento y la helada. Y ya a escasos 3 mil metros del pueblo habían decidido dejar a la niña y a su compañero en un lugar más abrigado, convencidos de que no llegarían al hospital antes que ocurriera el parto, con o sin asistencia médica.

El padre y el suegro de la parturienta - primeriza, para más dato- eran los dos paisanos asustados y callados que habían galopado hasta el consultorio del doctor Alberto Ortíz para acelerar el pedido de ayuda.

Y ahora estaban allí los cuatro - el médico, el chofer-enfermero y los dos paisanos- en lo más alto del acantilado, justo donde se suponía que la niña y su marido estarían esperándolos. Ráfagas de viento y nieve; gritos y llamados; minutos eternos de espera por una respuesta, nuevos gritos, cada vez más asustados, de los padres de los jóvenes, y nada. 

Hasta que por fin, desde allá bien abajo del acantilado, en donde se acaba la playa de piedrecitas y conchillas contra la dureza de las rocas, se escucha una voz de hombre.

- Mi hijo, ¡vamos!-  dice uno de los paisanos, y empiezan a bajar la ladera escarpada, casi vertical, resbaladiza de tanta nieve y greda mojada, todo mezcado. Corren Alberto y el chofer-enfermero; sacan la camilla, el maletín y una manta térmica y se lanzan peñasco abajo, atrás de los dos paisanos; evitando caerse y resbalar por la barranca, llegan por fin al refugio improvisado.

Se encuentran de cara con dos jóvenes y sus padres afligidos, pero siempre callados, resignados y confiantes en la experiencia del doctor, al que no conocían, pero del cual habían oído hablar.

Cinco minutos después nacía el primer hijo de los jóvenes; menos de tres kilos pero saludable, y las caras de los flamantes padres y abuelos se iluminaban, cambiando preocupación por alegría; rostros arrugados de dos paisanos, apenas escondiendo la emoción detrás de la rudeza. - ¿Cuánto le debemos doctor?-. Nada, nada, les dice Alberto, y no se olviden de llevarla al hospital esta semana para pesarla.

Pero la aventura no termina por acá. Porque después de los abrazos y las felicitaciones, había que volver a subir el acantilado, y a la nevada del final de la noche le había seguido una lluvia fina y helada.

La vida continuaba y las durezas del clima patagónico no iban a doblar la firme decisión de vivir, trabajar y construir una familia feliz, comunes denominadores de los paisanos y sus hijos, y también del dr.Ortíz, norteño de cuna pero sanjulianense por adopción.

Los acantilados de la bahía varían entre los 15 y los 60, 70 metros de altura. Pero había que subir la cuesta, y la subirían.

Fin

Javier Villanueva. Puerto San Julián, enero de 2017.