Quem era Amerigo Vespucci, ou Américo Vespucio?
Quando publiquei nota sobre a obra de Pedro Mártir, De Orbe Nova, dias atrás, muitos me perguntaram por quê focar num tema tão “antigo”. E é que desentranhar os inícios da conquista e colonização pelos espanhois e portugueses é entender um pouco mais a natureza do nosso vasto conntinente. O livro fala da descoberta e colonização nos primeiros anos do Novo Mundo entre 1492 e 1500, e foi publicado pela primeira vez em 1511, em Sevilha.
Pedro Mártir, um respeitado humanista lombardo, testemunhou uns dos momentos mais esplêndidos da unificação espanhola, e enseguida, a descoberta de um novo continente. Diz Pedro Mártir: “Granada já tomada pelos exércitos de Castela e limpa a Espanha da semente ruim dos mouros, para não passar a vida no lazer indecorosa, estava planejando voltar para a Itália, mas me reteve a simpatia singular que me mostraram os Reis Católicos".
E que tem a ver Pedro Mártir, cronista da descoberta de Cristovão Colombo com Américo Vespúcio? Justamente é o que veremos ao contrastar a personalidade religiosa e mística de Colombo e seu cronista Pedro Mártir com a mais moderna, auto-propagandística e “científica” de Vespúcio.
As cartas do cosmógrafo florentino falam da viagem fantástica através de costas desconhecidas, descrevem florestas e homens estranhos; e contam que, graças a ele, as ilhas descobertas por Colombo viraram um novo continente.
Depois de 500 anos ainda se discute sobre a autenticidade de suas cartas, a existência real de suas viagens, seus itinerários e a certeza da veracidade de suas histórias.
Das seis cartas existentes atribuídas a Vespucci, cinco foram dirigidas a seu patrono, Lorenzo di Pier Francesco de Médici, primo de Lorenzo de Medici.
A primeira de suas cartas, enviadas a partir do porto de Sevilha, em 18 de julho de 1500, e segunda a partir da ilha de Cabo Verde em 4 de junho de 1501, narra os preparativos eo início de sua viagens oceânicas.
A terceira carta, enviada de Lisboa 1502, ao retornar de sua viagem mais controversa, a terceira, é conhecida como a "Carta de Lisboa". Ela nos diz que ele chegou às antípodas, o que hoje parece um conceito extremo, exagerado e falso, pois, Nova Zelândia – a verdadeira antípoda- só foi descoberta vários anos depois pelos europeus.
A quarta carta, enviada de Lisboa entre setembro ou outubro de 1502 é conhecida como "Mundus Novus" modo em que Vespucci chamava a terra descoberta por Colombo; é o novo mundo.
O estilo do autor em si apresenta interpretações contraditórias. O texto diz o seguinte:
"Nos dias que se passaram, eu escrevi muito extensivamente sobre o meu retorno desses países novos, que com a Marinha, e à custa e pelo mandato deste Sereníssimo Rei de Portugal, temos procurado e encontrado, e estamos certos de ser lícito chamar de Novo Mundo "...
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