sábado, 20 de maio de 2017

Capitalismo "de compadre" ou apenas capitalismo?


Resultado de imagem para mercadores e banqueiros na idade média

Os Agiotas, do pintor holandês Marinus Van Reymerswaele (1490-1546)

As delações revoltantes dos irmãos jeca-tatu, acionistas majoritários da JBS na qual o atual (e ex-) ministro da economia, Henrique Meirelles foi presidente do conselho de administração da controladora J&F durante 4 anos- demonstram duas coisas mais do que sabidas:

a) o sistema eleitoral e das representações políticas é absolutamente podre e precisa ser mudado com urgência, por meio de uma assembleia constituinte, autônoma e independente do congresso atual.


b) O sistema capitalista - tanto brasileiro como internacional- interage e se retroalimenta com a podridão do sistema eleitoral e das representações partidárias. 
O capitalismo é essencialmente perverso e desumano. Um novo sistema, revolucionário, mais humano e solidário é urgente. Pode parecer Utopia, mas assim foi com a Revolução Francesa e com o socialismo do século XX. Novas proposta surgirão, com o sem a esquerda atual, com ou sem a atual democracia. 
A história não espera ter "líderes iluminados", nem partidos miraculosos. Apenas precisa da vontade e a organização do povo e das suas estruturas de luta.

c) A democracia representativa e sua base econômica de sustento - o liberalismo de mercado- é tão injusta e desigual que precisa ser modificada profundamente, criando opções populares - sindicais, estudantis, sociais e comunitárias-. Outra Utopia? Sim, da mesma natureza que a Revolução Francesa e o socialismo do século XX. 
O povo organizado - insisto, com ou sem esquerda, com ou sem lideranças políticas- pode criar essa nova democracia popular com os seus movimentos sociais e de base.

d) O PT e Lula são inocentes até que se prove o contrário: as provas tem que ser da natureza das que a PF - por fora dos desígnios do juiz Moro- conseguiu reunir contra Temer e o Aécio Neves. 
Enquanto essas provas não aparecem, o Lula continua sendo o "fato maldito", odiado pelas classes dominantes e pelas classes médias menos esclarecidas. E as esquerdas só terão o Lula e o PT como aglutinante eleitoral. 
Se o Lula vier a ser incriminado e preso a partir de provas tangíveis e palpáveis, a esquerda e a intelectualidade não deverá entrar em depressão e sim seguir adiante. Fazer como todo povo faz quando recebe um golpe e cai: levantar-se e continuar a luta nas novas condições.

e) Não há alegria possível no clima em que vivemos hoje. Os culpados são, sem a menor dúvida, a irresponsabilidade da direita liberal - expressada fielmente no Aécio e o PSDB- que decidiu dessangrar um governo eleito sem ter sequer uma alternativa válida; e em segundo lugar, uma esquerda fraca (não podia ser de outro modo) que precisou fazer alianças com um PMDB fisiológico e intrinsecamente traidor ao mandato popular. 

Não podemos nos alegrar pela desgraça merecida do Temer e o PSDB-Dem, nem vamos nos deprimir - muito menos ainda- pelas fraquezas e erros do PT e do lulismo.

É o povo quem faz a sua história, não os políticos. Não existe "farinha do mesmo saco", e sim luta entre classes sociais: trabalhadores ferrados pela reforma trabalhista contra empresários vampiros e corruptos; trabalhadores aposentados versus políticos burocráticos neo-liberais e donos de igrejas que nunca pagam impostos e saqueiam os bolsos dos mais pobres.

Não existe "farinha do mesmo saco" e sim luta de classes, luta entre partidos que querem justiça social e os que querem manter o sistema podre em que vivemos.


f) Única saída hoje: o povo nas ruas, vigiando, exigindo eleições diretas e livres, já.

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