sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Mil ochocientos y tanto. Por Luis Unzaga

 


Mil ochocientos y tanto

As lendas e mitos da Catamarca vem de longe, da época em que os espítitos dos Diagüitas vagavam pela noite afora; dos anos posteriores à conquista espanhola quando, fugindo dos incas, a grande nação índia dos Quilmes caiu nas mãos dos aventureiros ibéricos. E os “adelantados” decidiram levar o povo guerreiro a pé, dos Vales Calchaquíes até a longínqua Buenos Aires, a mais de mil quilômetros de distância, e confiná-lo numa “reducción”, para que parassem com essas idéias de querer ser livres e trabalhar a terra que tinha sido dos bisavôs dos seus avôs.

Mas em Catamarca, e sobre todo em Las Chacras, ao redor de San Antonio de Fray Mamerto Esquiú, Don Victoriano Unzaga e Doña Eufemia Valentina Arce -galhos fortes de uma estirpe que vinha dos bascos franceses e espanhóis, de um lado, e de andaluzes do outro- não tiveram medo de espíritos e almas em pena. Las Chacras, casa e sítio dos velhos, vizinha dos Ávalos, floricultores, e dos Ovejero, criadores de gado  e leiteros foi durante o século vinte o centro das alegrias de uma enorme família. Mais de cento e quarenta anos atrás à data de hoje, tropas rebeldes de Felipe Varela e Chacho Peñaloza, “montoneros” federalistas, guardavam suas armas e faziam entreposto para descanso e troca de animais, na que agora é a casa da Gringa e seus irmãos e irmãs. 

Luis Unzaga, lembrando o Macondo de Catamarca, descreve a casa paterna com o olhar da criança que setenta anos atrás se assombrava com as histórias de Don Victoriano. (JV.)

Las Chacras. 

Mil  ochocientos  y   tantos;  ¿era una posta? ,  ¿o un apeadero  de  viajeros  que  venían  del  norte  o  del  sur?  Potreros, corrales,  alimento de  recuas  de  mulas. Sombra de  añosos  eucaliptos, la vieja y famosa tipa de la entrada de Las Chacras, el pino  y algunas  higueras.  

Descanso  de  carretas  y  bueyes, desmonte  de  arrieros,  de  montoneros  con sus  chuzas  y   lanzas.    Posibles  hechos  ocurridos  que  no  están  en  la  historia.  Tal vez  de  aquel  que  no  pudo  escapar  del castigo de  las  estacas, o el  tormento del cepo.  De  ese  amor   apasionado e imposible  que  terminó  en la cruz del acero.  Quedaron   guardados  en  huecos,  escondidos  en  grietas  de  viejas  paredes  entre  las  cenizas  y  el  hollín  de  antiguos  fogones .   Aquellos  viajeros  se  fueron  ¿y  nunca  más volvieron?,  el  tiempo  pasó.    De   lo que  fue,  quedó  una  casa  de  grandes  adobes, estribos  esquineros, techos  de  caña,  una  galería  un  galpón  y los restos  de  cimientos  de  otras   estancias.    Quizás  las razones  de  hechos  más  nuevos, ¿quién lo sabrá algún día? 

Como  el  de  los  ruidos  que  todos  oían  detrás  de  la  casa, de tumbos  de  troncos  pesados  que  nadie  movía.  Manos  invisibles  golpeando  la  puerta  que  daba  a  los  fondos,   o   el  de  aquella  noche  de  tanto  alboroto  de  gallos  y gallinas;  pensando  en ladrones, un zorro  o  una comadreja  los  hombres  salían  y  nada, todo el gallinero en  calma dormía. 

Todas  éstas  cosas  pasaban  en  noches  de  invierno  cuando  se congelaba  el  silencio.   Como  el  silbo  distinto  de  almas  en  pena, sonando  por  aquí  y más  allá.  Pobre  de  aquél  que  imitando  ese  silbido, cada  vez  lo  sentía  más  cerca;  el  ultimo  vibró  en  sus  oídos,  dejándolo  sordo.

Luis  Unzaga. Catamarca,  11 / 2011

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