quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Quem foi Rosa Luxemburgo?

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Róża Luksemburg -como era seu nome em polonês, ou Rosa Luxemburg, em alemão- considerou o levante dos operários Espartaquistas de janeiro de 1919 em Berlim como um grande erro. Porém, ela apoiaria a insurreição à que Liebknecht tinha incentivado sem o seu consentimento. Quando a revolta foi esmagada pelas "Freikorps" -as milícias patriotas composta por veteranos da 1ª Guerra, desiludidos pela República de Weimar, e que rejeitavam o avanço comunista- Rosa Luxemburgo, Liebknecht e alguns de seus seguidores foram capturados e assassinados. Luxemburgo foi fuzilada e seu corpo jogado no Landwehr Canal, em Berlim.

Quem foi Rosa Luxemburgo?

Quando Rosa Luxemburgo chegou na Alemanha era uma ativista desconhecida da social-democracia polonesa. Fugindo da repressão do czarismo ao movimento revolucionário em seu país, passara por Paris e permanecera, desde 1898, em Berlim, aconselhada pelo seu companheiro Leo Jogiches - que queria usar os recursos legais e ilegais da social-democracia alemã para fortalecer o socialismo polonês. Ao contrário de outros exilados, Luxemburgo não concentrou seu trabalho na política polaca ou russa, mas interferiu nos principais debates da Internacional. De uma série de cartas que Rosa Luxemburgo enviou ao companheiro Jogiches pode-se apreciar a confusão e a desconfiança que o partido alemão produz nela desde o início.
E quando ela deixou de ser uma "desconhecida" - e já estava no centro do debate contra o social-democrata Bernstein e o oportunismo - ganhou grande "sucesso", mas as ofertas que recebeu dos socialistas alemães não a fizeram retroceder "nem um cêntimo meu senso crítico, e nem me fizeram sorrir". Ela estava ciente do medo de despertava a sua figura na "família" - nome com o que ela chamava os líderes do partido socialista alemão - não "apenas entre os adversários", mas também "no fundo da alma, entre os aliados (Bebel, Kautsky, etc.)". E isto ela escrevia em 1899!

Discutia ainda amigavelmente com um dos seus "aliados" na época, Kautsky, rejeitando o esperançoso e tranquilizador espírito conformista da social-democracia. Enfrentava essa "imagem do mundo" que "representa o homem de tal forma que sua vontade, sua capacidade e seus conhecimentos acabam sendo supérfluos" e dizia: "Eu acredito fortemente na ideia de que seria melhor me jogar para as quedas de Rinhe e afundar como uma casca de noz, a continuar balançando a cabeça com sabedoria e deixar que as águas continuem correndo, como o fazem desde o tempo dos nossos ancestrais e continuarão a fazê-lo quando nosso tempo já tenha expirado. É melhor jogar-se no curso da história que ficar esperando passivamente que o socialismo "nasça" de progresso político e sindical, e na verdade este "progresso" tornou-se já no seu oposto, com a catástrofe da guerra.

A ruptura

Consciente das contradições do "espírito" social-democrata, a fratura que ocorreu durante a primeira guerra não era para uma eventualidade de Luxemburgo, mas o aprofundamento de uma rachadura que já era consciente, sensível, prática e teórica. Os social-democratas alemães, depois de apoiar a guerra e de cara ao fracasso das classes dominantes nesta empresa, ainda teve a capacidade de manter a revolução de 1918 nos marcos da República. O próximo passo - aprendido das lições dos marxistas em junho de 1848 e em julho de 1917, como afirmou Trotsky - foi incentivar os trabalhadores e soldados de Berlim para uma insurreição prematura nos os dias de janeiro de 1919. O partido comunista alemão (Espartaquista), recentemente fundado por Rosa e Liebknecht, era fraco. A social-democracia aproveitou esta fraqueza e arquitetou a contra-revolução burguesa, assassinado em 15 de janeiro por meio dos seus asseclas, Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht, Leo Jogiches e vários militantes comunistas.

JV. São Paulo, 20 de janeiro de 2015.

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