Se eu contar que hoje de manhã cedo fiquei muito feliz, muitos vão achar apenas normal.
Mas se eu acrescentar que isso foi no caminho de ida ao meu urologista -aquele mesmo, o que cuida da próstata do homem sessentão-, alguns irão esboçar sorrisos irônicos. Sobretudo meus filhos homens, e talvez até alguns dos meus muitos amigos sexagenários afinal, como é bem sabido, os sessenta são os anos mais sexys na vida do ser humano.
Mas não, a felicidade foi motivada pelo bar-restaurante que encontrei a menos de 100 m. do consultório do doutor Ernestino. O estabelecimento em questão -"Bar Los muchachos chilenos"- exibia para quem quisesse abrir seu coração de rapaz latino-americano um enorme cartaz anunciando "Empanadas chilenas", ao lado da linda bandeira do país irmão.
E é claro que não resisti: 7:10 da manhã é um horário excelente e muito apropriado para experimentar empanadas, ainda mais se acompanhadas da clássica "média", tão clássica que parece que só eu sei mesmo hoje o que isso significa.
Já logo entrei no "Bar Los muchachos chilenos" saudando o dono com um estrondoso Viva Chile, Mierda! que o cara apreciou bastante, e foi em seguida me apresentando a empanadista, ou empanadóloga Terezinha, que ele -o dono, Juan Ignacio- definiu como uma especialista paraguaia, mesmo que a moça não lembrasse nem meia dúzia de palavras em espanhol.
A empanada, de carne, era realmente uma delícia; a "média" -café com leite em copo de vidro grosso, como era costume em Sampa antes da chegada da onda de afrancesamento das velhas e boas padarias portuguesas- uma muito boa pedida.
De fato, como costumava dizer o meu pai, uma empanada nunca deve ser recusada. Empanada chilena de manhã, e visita ao dr. Ernestino, um bom modo de começar a segunda metade da semana.
Javier Villanueva, São Paulo, 4 de maio de 2016.

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