quarta-feira, 4 de maio de 2016

Empanadas chilenas e consulta médica, logo cedo.



Se eu contar que hoje de manhã cedo fiquei muito feliz, muitos vão achar apenas normal. 
Mas se eu acrescentar que isso foi no caminho de ida ao meu urologista -aquele mesmo, o que cuida da próstata do homem sessentão-, alguns irão esboçar sorrisos irônicos. Sobretudo meus filhos homens, e talvez até alguns dos meus muitos amigos sexagenários afinal, como é bem sabido, os sessenta são os anos mais sexys na vida do ser humano.
Mas não, a felicidade foi motivada pelo bar-restaurante que encontrei a menos de 100 m. do consultório do doutor Ernestino. O estabelecimento em questão -"Bar Los muchachos chilenos"- exibia para quem quisesse abrir seu coração de rapaz latino-americano um enorme cartaz anunciando "Empanadas chilenas", ao lado da linda bandeira do país irmão.
E é claro que não resisti: 7:10 da manhã é um horário excelente e muito apropriado para experimentar empanadas, ainda mais se acompanhadas da clássica "média", tão clássica que parece que só eu sei mesmo hoje o que isso significa.
Já logo entrei no "Bar Los muchachos chilenos" saudando o dono com um estrondoso Viva Chile, Mierda! que o cara apreciou bastante, e foi em seguida me apresentando a empanadista, ou empanadóloga Terezinha, que ele -o dono, Juan Ignacio- definiu como uma especialista paraguaia, mesmo que a moça não lembrasse nem meia dúzia de palavras em espanhol.
A empanada, de carne, era realmente uma delícia; a "média" -café com leite em copo de vidro grosso, como era costume em Sampa antes da chegada da onda de afrancesamento das velhas e boas padarias portuguesas- uma muito boa pedida.
De fato, como costumava dizer o meu pai, uma empanada nunca deve ser recusada. Empanada chilena de manhã, e visita ao dr. Ernestino, um bom modo de começar a segunda metade da semana.

Javier Villanueva, São Paulo, 4 de maio de 2016.


Nenhum comentário:

Postar um comentário