1ª parte
Tempos despiadados de amores, de demônios e de heróis da
pátria
Acordo, ou saio aos poucos do
delírio. Fico com os olhos fechados, embora tenha absoluta certeza de que agora
já posso abri-los. Vejo passar, de baixo para acima, as luzes fluorescentes do
corredor do hospital. Sinto quando os enfermeiros param e abrem as portas, e a
cada vez que a maca se choca contra algum objeto na passagem.
Já não ouço as vozes com o
eco longínquo da febre, mas as pálpebras ainda me pesam. Não me atrevo a abrir
os olhos após tantos meses sem luz. Um gosto metálico na boca, um ruído de apito
em cada movimento de aspirar ou inspirar; dói um pouco a garganta; isso sim é
novo. Sinto um sobressalto, como um tremor involuntário nas têmporas e no
peito.
De repente vejo por entre as pálpebras -que se abrem aos poucos, quase
contra a minha vontade- um guarda-pó de médico ou de um enfermeiro.
E ao mesmo
tempo começa a coçar, com um formigamento suave, na ponta dos dedos. Sinto cada
um deles, começo a movê-los! O Chacho Rubio e o Carlitos foram embora, mas
parece que me volta a febre. Durmo outra vez.
Imaginemos
uma estrada estreita, de mão dupla, em dois sentidos simultâneos. Em um deles,
um Paco Navarra jovem parte ao exílio, que ele prefere chamar de “emigração”.
Desencantado da pátria maltratada pelas mãos dos militares, ele a deixa, mas
não abandona as suas antigas convicções.
No
outro sentido, vinte e oito anos depois, ele mesmo, mais maduro e descrente, volta à Argentina em
uma viagem na que espera reencontrar e saber algo mais do seu pai, que não vê há
muitos anos e a quem vai redescobrindo na leitura de antigos cadernos de anotações
nos quais o velho tenta montar um romance.
Mas
ocorre um incidente inesperado e as duas mãos do caminho estreito se cruzam em
uma espécie de rotatória da vida, se misturam e se confundem. Paco Navarra
passa a misturar os seus sonhos e fantasias, os seus delírios e lembranças em
uma nebulosa de pensamentos nos quais convivem os personagens históricos da sua
infância na escola com os novos heróis da sua juventude e da de milhares de
outros jovens com os que compartilhou batalhas e derrotas.
São
Paulo, Brasil, outubro de 2008
Utopias, demônios, barbáries
e heróis da pátria
Prólogo
Como nas memórias confusas
da vovó Mariana e a sua “Intentona”, que revive nos anos de 1990 os fatos
revolucionários de um Rio de Janeiro de sessenta anos atrás, Javier Paco
Navarra mistura alguns episódios do seu passado com as glórias da pátria, os homens
que a construíram, e os fatos reais ou imaginários que o seu pai e os seus avôs
lhe contaram durante mais de meio século, e que ele tratou de reunir em uma
série de cadernos como um projeto para a futura publicação de um libro de
romance.
As peripécias da vida
destinaram o Paco a uma cama de hospital, na qual jaz em coma durante meses a fio.
As dores e as novidades do exílio no Brasil se confundem com os de uma volta a
Argentina que programara longamente.
“O homem lúcido, -escutava paco no avião, em um DVD que não quis ver
durante o voo a Buenos Aires, mas cujos diálogos ouvia com os olhos fechados- sabe que a vida é um ônus de fatos e
emoções, que viver e morrer são valores
da mesma matéria, e pesam quase o mesmo, porque a vida tem tantos sofrimentos
que a sua interrupção pela morte não deveria ser necessariamente um mal. Os
lúcidos sabem que são meros equilibristas na corda bamba da vida. E já seja por
acidente, ou pela opção de uma existência mais sacrificada ou heroica inclusive, é possível cair ao abismo, interrompendo de repente a função do
circo, produzindo um gemido coletivo de estupor na platéia...e depois, o
silêncio incômodo que precede a todo o esquecimento”.
“Mas
o homem lúcido pode também optar pela vida, e então esgotará todas as
possibilidades, e poderá beber as belezas das ruas e os campos; terá planos, mas
se por acaso o atingisse a infelicidade
e os seus pesares: a nostalgia, a dor ou outro emissário qualquer da morte,
saberá suportar com coragem, mansamente; e morrerá, de causas naturais, velho,
ao lado de filhos e netos, que conhecerão a sua aventura magnífica.
A justa lei
da natureza equilibra o que é ruim na vida de um homem, e o iguala sempre ao
mais favorável. Mas ao homem lúcido que optou pela vida, se lhe permite que
tenha o poder magnífico de alterar essa lei durante a sua existência, e os
acontecimentos positivos serão sempre mais, e muitíssimo mais significativos
que os maus”.
Isto que o Paco ouviu durante parte do voo no avião, segundo recorda ter lido em algum local, era parte de um tratado
sobre a lucidez, escrito talvez no século VI a.C, em Caldeia. E lembrava Paco
Navarra de um texto de Xavier Bichat, também sobre o fim da vida: “a grande diferença entre a morte por velhice
e aquela que ocorre de súbito, um acidente por exemplo, é que na primeira, a
vida começa a se apagar por todas as partes, e termina no coração; a morte
exerce o seu império desde a periferia para o centro”.
E é verdade, pensa
o Paco: o velho morre de tanto ter vivido, aos poucos. Por isso quase sempre
morre feliz, lúcido ao fim.
um
Buenos
Aires, entardecer de 15 de julho de 1979
“Fecho
o esconderijo e refaço a junta de cimento; queimo um pouco as bordas para que
pareça um arranjo antigo. Jogo terra em cima e passo um pouco de ferrugem para
aumentar o aspecto de velho. Depois, ponho a carteira de identidade falsa
dentro do livro oco, um recurso conhecido, contudo ainda eficaz, e guardo os
370 mil pesos da venda da TV em preto e branco, o que me sobrou da casa de San
Justo. Essa grana alcança para chegar a Córdoba, viajando em ônibus pelo sul, para
eludir os controles militares na estrada Panamericana, e comprar a passagem para
Puerto Iguazú com o que juntaram os companheiros na despedida. Ainda vão sobrar
exatos 205 dólares, o suficiente para viver dois meses em San Pablo enquanto
procuro casa e trabalho.”
São
Paulo, 23 de abril de 2006, uma e quarto da tarde.
A
tarde quente e seca desmente o outono paulista e deixa a paisagem mais colorida
e agradável; uma brisa perfumada filtra pelas janelas da casona das fontes. Vou
arrumando a mala sem pressa, com o mesmo método de sempre: primeiro e embaixo,
os jeans, depois as calças sociais; em cima as camisas, com as golas alternadas,
uma à direita e outra à esquerda, protegidos com uma cueca dobrada ou uma gravata
dentro; e por último, acima de tudo, duas blusas de lã, o pijama, uma jaqueta e as camisetas.
Os
meus netos brincam ao lado da mesa onde apoiei a mala; a minha filha deixa o
jogo com os sobrinhos e vem me ajudar com a roupa. Saco um blazer do armário, ponho
o caderno “Laprida” no bolso
interior, mas fico com ele um pouco entre as mãos, abro, e vou virando as
folhas; e sinto o cheiro; é quase um perfume seco e salgado, o particular cheiro
a velho do porão da rua Bedoya, e está forrado com um papel “aranha” azul. Abro e vejo o manuscrito; o primeiro grande parágrafo, datado em julho de 79 está riscado, mas dá pra ler:
San
Justo, BsAs, 16 de julho de 1979
“Um
frio glacial sobe pela encosta patagônica e golpeia em pleno o Rio da Prata. A
cidade amanheceu gelada e não sinto a mínima vontade de sair da cama, mas tenho
um dia cheio pela frente e não posso deixar que a preguiça me vença; o armário
do quarto e os móveis da cozinha já estão vazios e a roupa dentro das malas.
Também já comprei a passagem a Puerto Iguazú; só de ida, porque não vai ter
volta até daqui a uns quatro anos pelo menos; se consigo trabalho em San Pablo , vou ter que
resolver ainda o problema dos documentos. E se quero ir até a Nicarágua, vou ter
que passar um par de meses no Brasil, trabalhando até arranjar um passaporte
autêntico, ou ainda que não seja mais que uma nova identidade falsa. Veremos.
Bs.As. e Santiago de Chile, Natal de 1978
"Caminho
duas quadras pelo centro de San Justo e espero o ônibus que vai a Lomas de
Mirador. Um quarto de hora antes, ao descer do comboio na Avenida Geral Paz tinha comprado o Clarín e as manchetes
falavam de um só tema: a possibilidade de uma guerra iminente com o Chile!
“O
clima do extremo sul está convulsionado nestes dias, pela preocupante belicosidade
entre as duas nações vizinhas e pela iminência de um choque armado que segundo
os observadores é inevitável” (La Unión, Catamarca, 22 de dezembro de 1978)”.
“Em
vésperas do Natal a crise entre Santiago e Buenos Aires, governados por
militares que tomaram o poder pela força, sem legitimidade democrática, está tenso
ao máximo. Os argentinos recusam o laudo britânico de 1977, que favorece as ambições
de Chile sobre as ilhas Picton, Lennox e Nova, e já se ouvem declarações
arrogantes e belicosas dos chefes militares envolvidos no conflito, e cria um
clima que escapa a todo controle e anuncia dias amargos para ambos os povos” (A
Nação, Bs.As, 23 de dezembro de 1978)”.
Uma
guerra, é só o que nos faltava! Estou farto e começo a entender os que deixam o
país; são três anos de frustrações, de ver os milicos donos do poder e das
vidas de todos. Três anos de medos e de derrotas, após sete de esperanças e
confiança nas forças que fariam a revolução e mudariam o mundo para melhor. E
agora, segundo me conta um primo, um suboficial que trabalha no comando de
Córdoba, o assassino Menéndez percorre os quartéis do 3º. Corpo dizendo que “em
duas semanas vamos dançar la cueca com as chilenas”, deixando claro o sonho dos milicos:
invadir Santiago. Durante três anos após o golpe não quis ir embora da
Argentina, a pesar de que ficávamos cada vez mais sós, partidos entre o medo e
a confiança em poder recuperar as lutas do povo e vencer à ditadura; mas o
“aroma de guerra” entre os militares é a gota de água e vou ter que ir embora.
Bs.As,
5 de janeiro de 1978
Entrei
a um cinema qualquer da avenida Corrientes, a esmo, sem saber o que passavam. A
morte do Chacho Rubio me deixou como flutuando no ar, talvez porque me inteirei inesperadamente,
lendo o diário na rua, poucos dias depois de ter me encontrado com ele, e só queria me distrair. Mas o filme vai ter muito que
ver na minha mudança de vida: Dona flor e seus dois maridos. A música de Milton
Nascimento e Simone, a figura de Sonia Braga e as cores de Paraty, que passava
por Salvador, me fizeram pensar na conversa com o Vasquito e o Gurú, meses atrás:
se decidisse ir embora, o melhor é o Brasil. San Pablo, no meu imaginário, não
era ainda a terra de Lula e das greves do ABC. Não podia supor que em pouco
tempo veria a luta pelas Diretas já, e iria me esperançar com um governo popular
dirigido por um metalúrgico do nordeste brasileiro. Um sonho?
San Justo, Bs.As, 17 de julho de 1979
“As
calçadas estão limpas de folhas e varridas pelo vento frio em Lomas del
Mirador. Chego à minha casa da rua Pringles, olho para todos os lados com
cautela; não há vizinhos, talvez por causa da garoa; entro rápido e começo a
juntar as malas, fecho as janelas, molho as plantas, e saio. Um amigo me ajuda
a carregar as bagagens até a ponto do ônibus; sento no banco da frente, vejo que
ninguém subiu junto comigo e anoto uma
notícia que me pareceu interessante:
Conta
o meu tio Luis que leu em “La Voz
del Interior” que entre os três milhões de italianos que chegaram a Buenos
Aires a fins do século XIX e começos do XX procurando uma vida mais humana que
a que passavam na Europa, tinha um rapazinho chamado Antonio Cuccoliccio.
Argentina, vista por então como o silo do mundo e um dos países mais ricos
do planeta, era como um grande chifre da abundância, repleto de oportunidades e
de promessas, e enchia os sonhos de jovens de condição humilde na velha
Europa”.
São
Paulo, 23 de abril de 2006, dois da tarde.
Ficou
nublado de repente, e a tarde seca mudou sem aviso prévio, como uma mostra do
clima louco paulista, trazendo um ar fresco que anuncia chuviscos e frio. Deixo
prontas as malas e reviso os livros e o “Laprida”
que quero ler na viagem, um caderno de 200 folhas e capas duras que –segundo disse a minha mãe quando me chamou
por telefone e me entusiasmou a que fizesse esta viagem a Catamarca– é uma recopilação
de anotações e contos do meu pai. O folheio com uma certa nostalgia do velho,
mas me perco em outras divagações e noto de repente que o tempo está começando
a correr. Fecho o caderno e termino de arranjar a mala; reviso os bolsos do jeans:
identidade argentina e documento brasileiro, talão de cheques, carteira de motorista,
cartão de crédito, e alguns dólares para trocar em Ezeiza e mais tarde em Córdoba;
olho o “Laprida” de novo e me chama a
atenção uma letra que não parece ser do manuscrito do meu pai; chamo ao táxi, e
deixo o caderno afora, na pasta. Enquanto espero, leio:
San
Pablo, Brasil, 19 de julho de 1979
“Embora
estamos em pleno inverno, o calor é
insuportável entre Corrientes e Misiones, mas por sorte não choveu em
todo o caminho. Por fim, após 19 hs. de viagem desde Córdoba, cheguei a Porto
Iguazú. Controlei o medo nas filas da Gendarmería e de Migrações com o meu
documento falso na mão, repetindo-me: “vou passar; não me vão deter”. E por
sorte, o documento pareceu bom aos gendarmes
armados de FAL que me franquearam o passo. Aliviado, tomei a balsa até Foz do Iguaçu.
Cruzei o rio, e quando calculei que estava em águas brasileiras, saquei o meu documento
autêntico do salto do sapato onde o tinha escondido, e guardei a cédula do tal
Luis Melgarejo, agradecendo- lhe deveras a sua longa e inestimável ajuda.
Viajei
mais 18 horas de ônibus até San Pablo. Embora antes já tinha andado milhares de quilômetros pelo norte argentino, ao ver as selvas da fronteira brasileira me
perguntei como podíamos nos imaginar que os exércitos insurrectos poderiam vencer
as tropas inimigas no caso de uma revolução popular. Não parecia nada fácil.
Hoje,
ao baixar na rodoviária antiga, soube que os sandinistas já tinham tomado Manágua e derrocado o tirano Somoza. Vejo a cinza dos bairros populares paulistanos
e a verdade que não é muito atraente, mas penso na Nicarágua e me decido: é
aqui mesmo que eu fico, já não há muito o que fazer lá. Queria ir lutar, mas
agora que vai começar a disputa pelo poder, sei que não faço falta, não sou bom
nisso.
Releio
a carta de um amigo cordobés que militava na TERS, um grupo que chamávamos de “pacifista”,
por não apoiar a luta armada contra a ditadura. Agora ele estava na Nicarágua,
em uma coluna de suporte aos sandinistas e me contava os conflitos internos que
se via vir:
“—Na costa atlântica, na cidade de Bluefields,
a derrota dos somocistas é mérito total
dos combatentes da Simón Bolívar. Na região, ligada com Manágua só por barco ou
avioneta, a maioria da população é negra e intensamente pobre, mas há grandes
fazendas e riquezas dos somocistas e das multinacionais. Fomos a lutar em barco
desde Porto Limão, na Costa Rica, com o apoio do Partido Autêntico de Marvin Wright—
escreve o “Alemão” da Ters.
—Um barco pesqueiro
levou a coluna de 70 homens armados com M-16, escopetas, revólveres e cartuchos
de dinamite. O 7 de julho, com a desbandada dos somosistas, nossa brigada e os sandinistas
locais tomamos o controle da cidade. Ali não se armou um governo com os
partidos patronais, como o que estão formando nacionalmente. O poder local é o
grupo de sandinistas independentes apoiados pela nossa Brigada— conta o “Alemão”.
—Na Brigada Simón Bolívar,
da Colômbia, há argentinos da Ters e do PO, opostos à política guerrilheira
guevarista. A nossa corrente e milhares de combatentes que têm a simpatia da
maioria da população, apoiamos ao FSLN, igual que o governo panamenho de
Torrijo, que mandou uma brigada, e o costarricense, que nos dá toda uma
fronteira de apoio, além do PC cubano e o socialismo europeu—, segue relatando o “Alemão”, e me reforça a
ideia de que os argentinos, sejam como Gorriarán Merlo ou o Ché, apoiando as
revoluções de outros países sem condições; ou como os “*morenistas” da Ters, que
outra vez, como vinte anos antes em Cuba, terminarão expulsados por troskistas;
os argentinos, digo, sempre revivemos a tragédia da Guerra Civil espanhola, dos
desencontros nas fileiras da esquerda, os desencantos surgidos da revolução
real, os conflitos inevitáveis de interesses e a luta pelo poder. Decido que fico
no Brasil, e não penso mais no tema, ao menos por enquanto.
Bom,
sigo com o que contava o tio Luis em Córdoba: dizia que, ao chegar a Buenos
Aires, Cuccoliccio conseguiu trabalho
fixo como peão, bastante modesto, para fazer faixinas no circo dos uruguaios Podestá.
Fazia a limpeza, cuidava dos animais, e cumpria outros serviços menores. O modo
de falar do rapaz, misturando o italiano com algumas palavras do castelhano,
não devia chamar demasiado a atenção. E é que no Buenos Aires de então era
comum ouvir aos napolitanos, aos que os argentinos chamavam de “tanos”, e por
extensão a todos os imigrantes peninsulares, que ao tratar de se comunicar viam-se
com as mesmas dificuldades idiomáticas que o Cuccoliccio. E um belo dia ocorreu
que um cômico, Celestino Petray que também trabalhava com Podestá, inspirado no
peão, saiu ao palco imitando-o: —Eu o meu quiamo
Franchisque Cocoliche e sono creolio até o güese dá taba e a canela do caracuse, amico— se apresentou Petray.
—Mais tarde, José Podestá
conta que deste modo nasceu Cocoliche, um personagem que durante anos alegrou a
milhares de meninos em ambas as margens do Prata. O que Petray não sabia era
que assim estava enriquecendo também o lunfardo porteño, que já contava com
centenas de palavras xeneixes ou ligures, o idioma que até o criador da
bandeira pátria argentina, dom Manuel Belgrano, falava como língua própria e
familiar— lê Luis.
—E segundo o que li na Radiolandia,
foi assim também que Petray criava, sem querer, o que o pobre Cuccoliccio, com
a sua língua misturada, jamais imaginaria: uma nova palavra castelhana, que figura
nos dicionários como o “cocoliche”,
ou “a jerga híbrida” dos imigrantes italianos, que misturam a sua fala com o
espanhol— acrescenta o meu tio Luis”.
Continuará
JV. São Paulo, agosto de 2006.
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