sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Tempos despiadados de amores, demônios e heróis da pátria



1ª parte

Tempos despiadados de amores, de demônios e de heróis da pátria

Acordo, ou saio aos poucos do delírio. Fico com os olhos fechados, embora tenha absoluta certeza de que agora já posso abri-los. Vejo passar, de baixo para acima, as luzes fluorescentes do corredor do hospital. Sinto quando os enfermeiros param e abrem as portas, e a cada vez que a maca se choca contra algum objeto na passagem.
Já não ouço as vozes com o eco longínquo da febre, mas as pálpebras ainda me pesam. Não me atrevo a abrir os olhos após tantos meses sem luz. Um gosto metálico na boca, um ruído de apito em cada movimento de aspirar ou inspirar; dói um pouco a garganta; isso sim é novo. Sinto um sobressalto, como um tremor involuntário nas têmporas e no peito. 
De repente vejo por entre as pálpebras -que se abrem aos poucos, quase contra a minha vontade- um guarda-pó de médico ou de um enfermeiro. 
E ao mesmo tempo começa a coçar, com um formigamento suave, na ponta dos dedos. Sinto cada um deles, começo a movê-los! O Chacho Rubio e o Carlitos foram embora, mas parece que me volta a febre. Durmo outra vez.

Imaginemos uma estrada estreita, de mão dupla, em dois sentidos simultâneos. Em um deles, um Paco Navarra jovem parte ao exílio, que ele prefere chamar de “emigração”. Desencantado da pátria maltratada pelas mãos dos militares, ele a deixa, mas não abandona as suas antigas convicções.
No outro sentido, vinte e oito anos depois, ele mesmo, mais maduro e descrente, volta à Argentina em uma viagem na que espera reencontrar e saber algo mais do seu pai, que não vê há muitos anos e a quem vai redescobrindo na leitura de antigos cadernos de anotações nos quais o velho tenta montar um romance.

Mas ocorre um incidente inesperado e as duas mãos do caminho estreito se cruzam em uma espécie de rotatória da vida, se misturam e se confundem. Paco Navarra passa a misturar os seus sonhos e fantasias, os seus delírios e lembranças em uma nebulosa de pensamentos nos quais convivem os personagens históricos da sua infância na escola com os novos heróis da sua juventude e da de milhares de outros jovens com os que compartilhou batalhas e derrotas.                                                                                 
São Paulo, Brasil, outubro de 2008




Utopias, demônios, barbáries
e heróis da pátria

Prólogo

Como nas memórias confusas da vovó Mariana e a sua “Intentona”, que revive nos anos de 1990 os fatos revolucionários de um Rio de Janeiro de sessenta anos atrás, Javier Paco Navarra mistura alguns episódios do seu passado com as glórias da pátria, os homens que a construíram, e os fatos reais ou imaginários que o seu pai e os seus avôs lhe contaram durante mais de meio século, e que ele tratou de reunir em uma série de cadernos como um projeto para a futura publicação de um libro de romance.
As peripécias da vida destinaram o Paco a uma cama de hospital, na qual jaz em coma durante meses a fio. As dores e as novidades do exílio no Brasil se confundem com os de uma volta a Argentina que programara longamente.

O homem lúcido, -escutava paco no avião, em um DVD que não quis ver durante o voo a Buenos Aires, mas cujos diálogos ouvia com os olhos fechados- sabe que a vida é um ônus de fatos e emoções,  que viver e morrer são valores da mesma matéria, e pesam quase o mesmo, porque a vida tem tantos sofrimentos que a sua interrupção pela morte não deveria ser necessariamente um mal. Os lúcidos sabem que são meros equilibristas na corda bamba da vida. E já seja por acidente, ou pela opção de uma existência mais sacrificada ou heroica inclusive, é possível cair ao abismo, interrompendo de repente a função do circo, produzindo um gemido coletivo de estupor na platéia...e depois, o silêncio incômodo que precede a todo o esquecimento”.

“Mas o homem lúcido pode também optar pela vida, e então esgotará todas as possibilidades, e poderá beber as belezas das ruas e os campos; terá planos, mas se por acaso o  atingisse a infelicidade e os seus pesares: a nostalgia, a dor ou outro emissário qualquer da morte, saberá suportar com coragem, mansamente; e morrerá, de causas naturais, velho, ao lado de filhos e netos, que conhecerão a sua aventura magnífica. 
A justa lei da natureza equilibra o que é ruim na vida de um homem, e o iguala sempre ao mais favorável. Mas ao homem lúcido que optou pela vida, se lhe permite que tenha o poder magnífico de alterar essa lei durante a sua existência, e os acontecimentos positivos serão sempre mais, e muitíssimo mais significativos que os maus”. 

Isto que o Paco ouviu durante parte do voo no avião, segundo recorda ter lido em algum local, era parte de um tratado sobre a lucidez, escrito talvez no século VI a.C, em Caldeia. E lembrava Paco Navarra de um texto de Xavier Bichat, também sobre o fim da vida: “a grande diferença entre a morte por velhice e aquela que ocorre de súbito, um acidente por exemplo, é que na primeira, a vida começa a se apagar por todas as partes, e termina no coração; a morte exerce o seu império desde a periferia para o centro”. 
E é verdade, pensa o Paco: o velho morre de tanto ter vivido, aos poucos. Por isso quase sempre morre feliz, lúcido ao fim.


um
                                    Buenos Aires, entardecer de 15 de julho de 1979

“Fecho o esconderijo e refaço a junta de cimento; queimo um pouco as bordas para que pareça um arranjo antigo. Jogo terra em cima e passo um pouco de ferrugem para aumentar o aspecto de velho. Depois, ponho a carteira de identidade falsa dentro do livro oco, um recurso conhecido, contudo ainda eficaz, e guardo os 370 mil pesos da venda da TV em preto e branco, o que me sobrou da casa de San Justo. Essa grana alcança para chegar a Córdoba, viajando em ônibus pelo sul, para eludir os controles militares na estrada Panamericana, e comprar a passagem para Puerto Iguazú com o que juntaram os companheiros na despedida. Ainda vão sobrar exatos 205 dólares, o suficiente para viver dois meses em San Pablo enquanto procuro casa e trabalho.”

São Paulo, 23 de abril de 2006, uma e quarto da tarde.

A tarde quente e seca desmente o outono paulista e deixa a paisagem mais colorida e agradável; uma brisa perfumada filtra pelas janelas da casona das fontes. Vou arrumando a mala sem pressa, com o mesmo método de sempre: primeiro e embaixo, os jeans, depois as calças sociais; em cima as camisas, com as golas alternadas, uma à direita e outra à esquerda, protegidos com uma cueca dobrada ou uma gravata dentro; e por último, acima de tudo, duas blusas de lã, o pijama, uma jaqueta e as camisetas.
Os meus netos brincam ao lado da mesa onde apoiei a mala; a minha filha deixa o jogo com os sobrinhos e vem me ajudar com a roupa. Saco um blazer do armário, ponho o caderno “Laprida” no bolso interior, mas fico com ele um pouco entre as mãos, abro, e vou virando as folhas; e sinto o cheiro; é quase um perfume seco e salgado, o particular cheiro a velho do porão da rua Bedoya, e está forrado com um papel “aranha” azul. Abro e vejo o manuscrito; o primeiro grande parágrafo, datado em julho de 79 está riscado, mas dá pra ler:
                                                                                            
San Justo, BsAs, 16 de julho de 1979

“Um frio glacial sobe pela encosta patagônica e golpeia em pleno o Rio da Prata. A cidade amanheceu gelada e não sinto a mínima vontade de sair da cama, mas tenho um dia cheio pela frente e não posso deixar que a preguiça me vença; o armário do quarto e os móveis da cozinha já estão vazios e a roupa dentro das malas. Também já comprei a passagem a Puerto Iguazú; só de ida, porque não vai ter volta até daqui a uns quatro anos pelo menos; se consigo trabalho em San Pablo, vou ter que resolver ainda o problema dos documentos. E se quero ir até a Nicarágua, vou ter que passar um par de meses no Brasil, trabalhando até arranjar um passaporte autêntico, ou ainda que não seja mais que uma nova identidade falsa. Veremos.

                                                           Bs.As. e Santiago de Chile, Natal de 1978

"Caminho duas quadras pelo centro de San Justo e espero o ônibus que vai a Lomas de Mirador. Um quarto de hora antes, ao descer do comboio na Avenida Geral Paz tinha comprado o Clarín e as manchetes falavam de um só tema: a possibilidade de uma guerra iminente com o Chile!

“O clima do extremo sul está convulsionado nestes dias, pela preocupante belicosidade entre as duas nações vizinhas e pela iminência de um choque armado que segundo os observadores é inevitável” (La Unión, Catamarca, 22 de dezembro de 1978)”.

“Em vésperas do Natal a crise entre Santiago e Buenos Aires, governados por militares que tomaram o poder pela força, sem legitimidade democrática, está tenso ao máximo. Os argentinos recusam o laudo britânico de 1977, que favorece as ambições de Chile sobre as ilhas Picton, Lennox e Nova, e já se ouvem declarações arrogantes e belicosas dos chefes militares envolvidos no conflito, e cria um clima que escapa a todo controle e anuncia dias amargos para ambos os povos” (A Nação, Bs.As, 23 de dezembro de 1978)”.

Uma guerra, é só o que nos faltava! Estou farto e começo a entender os que deixam o país; são três anos de frustrações, de ver os milicos donos do poder e das vidas de todos. Três anos de medos e de derrotas, após sete de esperanças e confiança nas forças que fariam a revolução e mudariam o mundo para melhor. E agora, segundo me conta um primo, um suboficial que trabalha no comando de Córdoba, o assassino Menéndez percorre os quartéis do 3º. Corpo dizendo que “em duas semanas vamos dançar la cueca com as chilenas”, deixando claro o sonho dos milicos: invadir Santiago. Durante três anos após o golpe não quis ir embora da Argentina, a pesar de que ficávamos cada vez mais sós, partidos entre o medo e a confiança em poder recuperar as lutas do povo e vencer à ditadura; mas o “aroma de guerra” entre os militares é a gota de água e vou ter que ir embora.

Bs.As, 5 de janeiro de 1978

Entrei a um cinema qualquer da avenida Corrientes, a esmo, sem saber o que passavam. A morte do Chacho Rubio me deixou como flutuando no ar, talvez porque me inteirei inesperadamente, lendo o diário na rua, poucos dias depois de ter me encontrado com ele, e só queria me distrair. Mas o filme vai ter muito que ver na minha mudança de vida: Dona flor e seus dois maridos. A música de Milton Nascimento e Simone, a figura de Sonia Braga e as cores de Paraty, que passava por Salvador, me fizeram pensar na conversa com o Vasquito e o Gurú, meses atrás: se decidisse ir embora, o melhor é o Brasil. San Pablo, no meu imaginário, não era ainda a terra de Lula e das greves do ABC. Não podia supor que em pouco tempo veria a luta pelas Diretas já, e iria me esperançar com um governo popular dirigido por um metalúrgico do nordeste brasileiro. Um sonho?

                                                                  San Justo, Bs.As, 17 de julho de 1979

“As calçadas estão limpas de folhas e varridas pelo vento frio em Lomas del Mirador. Chego à minha casa da rua Pringles, olho para todos os lados com cautela; não há vizinhos, talvez por causa da garoa; entro rápido e começo a juntar as malas, fecho as janelas, molho as plantas, e saio. Um amigo me ajuda a carregar as bagagens até a ponto do ônibus; sento no banco da frente, vejo que ninguém subiu junto comigo e  anoto uma notícia que me pareceu interessante:

Conta o meu tio Luis que leu em “La Voz del Interior” que entre os três milhões de italianos que chegaram a Buenos Aires a fins do século XIX e começos do XX procurando uma vida mais humana que a que passavam na Europa, tinha um rapazinho chamado Antonio Cuccoliccio. Argentina, vista por então como o silo do mundo e um dos países mais ricos do planeta, era como um grande chifre da abundância, repleto de oportunidades e de promessas, e enchia os sonhos de jovens de condição humilde na velha Europa”.


São Paulo, 23 de abril de 2006, dois da tarde.

Ficou nublado de repente, e a tarde seca mudou sem aviso prévio, como uma mostra do clima louco paulista, trazendo um ar fresco que anuncia chuviscos e frio. Deixo prontas as malas e reviso os livros e o “Laprida” que quero ler na viagem, um caderno de 200 folhas e capas duras que      –segundo disse a minha mãe quando me chamou por telefone e me entusiasmou a que fizesse esta viagem a Catamarca– é uma recopilação de anotações e contos do meu pai. O folheio com uma certa nostalgia do velho, mas me perco em outras divagações e noto de repente que o tempo está começando a correr. Fecho o caderno e termino de arranjar a mala; reviso os bolsos do jeans: identidade argentina e documento brasileiro, talão de cheques, carteira de motorista, cartão de crédito, e alguns dólares para trocar em Ezeiza e mais tarde em Córdoba; olho o “Laprida” de novo e me chama a atenção uma letra que não parece ser do manuscrito do meu pai; chamo ao táxi, e deixo o caderno afora, na pasta. Enquanto espero, leio:          
                                                                              
San Pablo, Brasil, 19 de julho de 1979

“Embora estamos em pleno inverno, o calor é  insuportável entre Corrientes e Misiones, mas por sorte não choveu em todo o caminho. Por fim, após 19 hs. de viagem desde Córdoba, cheguei a Porto Iguazú. Controlei o medo nas filas da Gendarmería e de Migrações com o meu documento falso na mão, repetindo-me: “vou passar; não me vão deter”. E por sorte, o documento pareceu  bom aos gendarmes armados de FAL que me franquearam o passo. Aliviado, tomei a balsa até Foz do Iguaçu. Cruzei o rio, e quando calculei que estava em águas brasileiras, saquei o meu documento autêntico do salto do sapato onde o tinha escondido, e guardei a cédula do tal Luis Melgarejo, agradecendo- lhe deveras a sua longa e inestimável ajuda.

Viajei mais 18 horas de ônibus até San Pablo. Embora antes já tinha andado milhares de quilômetros pelo norte argentino, ao ver as selvas da fronteira brasileira me perguntei como podíamos nos imaginar que os exércitos insurrectos poderiam vencer as tropas inimigas no caso de uma revolução popular. Não parecia nada fácil.
Hoje, ao baixar na rodoviária antiga, soube que os sandinistas já tinham tomado Manágua e derrocado o tirano Somoza. Vejo a cinza dos bairros populares paulistanos e a verdade que não é muito atraente, mas penso na Nicarágua e me decido: é aqui mesmo que eu fico, já não há muito o que fazer lá. Queria ir lutar, mas agora que vai começar a disputa pelo poder, sei que não faço falta, não sou bom nisso.

Releio a carta de um amigo cordobés que militava na TERS, um grupo que chamávamos de “pacifista”, por não apoiar a luta armada contra a ditadura. Agora ele estava na Nicarágua, em uma coluna de suporte aos sandinistas e me contava os conflitos internos que se via vir: 

“—Na costa atlântica, na cidade de Bluefields, a derrota  dos somocistas é mérito total dos combatentes da Simón Bolívar. Na região, ligada com Manágua só por barco ou avioneta, a maioria da população é negra e intensamente pobre, mas há grandes fazendas e riquezas dos somocistas e das multinacionais. Fomos a lutar em barco desde Porto Limão, na Costa Rica, com o apoio do Partido Autêntico de Marvin Wright— escreve  o “Alemão” da Ters. 

—Um barco pesqueiro levou a coluna de 70 homens armados com M-16, escopetas, revólveres e cartuchos de dinamite. O 7 de julho, com a desbandada dos somosistas, nossa brigada e os sandinistas locais tomamos o controle da cidade. Ali não se armou um governo com os partidos patronais, como o que estão formando nacionalmente. O poder local é o grupo de sandinistas independentes apoiados pela nossa Brigada— conta o “Alemão”
—Na Brigada Simón Bolívar, da Colômbia, há argentinos da Ters e do PO, opostos à política guerrilheira guevarista. A nossa corrente e milhares de combatentes que têm a simpatia da maioria da população, apoiamos ao FSLN, igual que o governo panamenho de Torrijo, que mandou uma brigada, e o costarricense, que nos dá toda uma fronteira de apoio, além do PC cubano e o socialismo europeu—, segue relatando o “Alemão”, e me reforça a ideia de que os argentinos, sejam como Gorriarán Merlo ou o Ché, apoiando as revoluções de outros países sem condições; ou como os “*morenistas” da Ters, que outra vez, como vinte anos antes em Cuba, terminarão expulsados por troskistas; os argentinos, digo, sempre revivemos a tragédia da Guerra Civil espanhola, dos desencontros nas fileiras da esquerda, os desencantos surgidos da revolução real, os conflitos inevitáveis de interesses e a luta pelo poder. Decido que fico no Brasil, e não penso mais no tema, ao menos por enquanto.

Bom, sigo com o que contava o tio Luis em Córdoba: dizia que, ao chegar a Buenos Aires, Cuccoliccio conseguiu trabalho fixo como peão, bastante modesto, para fazer faixinas no circo dos uruguaios Podestá. Fazia a limpeza, cuidava dos animais, e cumpria outros serviços menores. O modo de falar do rapaz, misturando o italiano com algumas palavras do castelhano, não devia chamar demasiado a atenção. E é que no Buenos Aires de então era comum ouvir aos napolitanos, aos que os argentinos chamavam de “tanos”, e por extensão a todos os imigrantes peninsulares, que ao tratar de se comunicar viam-se com as mesmas dificuldades idiomáticas que o Cuccoliccio. E um belo dia ocorreu que um cômico, Celestino Petray que também trabalhava com Podestá, inspirado no peão, saiu ao palco imitando-o: —Eu o meu quiamo Franchisque Cocoliche e sono creolio até o güese dá  taba e a canela do caracuse, amico— se apresentou Petray.

—Mais tarde, José Podestá conta que deste modo nasceu Cocoliche, um personagem que durante anos alegrou a milhares de meninos em ambas as margens do Prata. O que Petray não sabia era que assim estava enriquecendo também o lunfardo porteño, que já contava com centenas de palavras xeneixes ou ligures, o idioma que até o criador da bandeira pátria argentina, dom Manuel Belgrano, falava como língua própria e familiar— lê Luis.


—E segundo o que li na Radiolandia, foi assim também que Petray criava, sem querer, o que o pobre Cuccoliccio, com a sua língua misturada, jamais imaginaria: uma nova palavra castelhana, que figura nos dicionários como o “cocoliche”, ou “a jerga híbrida” dos imigrantes italianos, que misturam a sua fala com o espanhol— acrescenta o meu tio Luis”.

Continuará

JV. São Paulo, agosto de 2006.

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