Mas, uma vez fora Temer, quem entra? Carlomagno?
Uma vez fora Temer, quem entra? pergunta uma amiga no Facebook.
E eu, modestamente, digo que, uma vez fora Temer, e se o palco iluminado deixar de ser só dos políticos, o povo vai poder mostrar sua força nas ruas, nas greves.
A crise é deles, dos golpistas; eles a criaram, eles a insuflaram, eles que imaginem "saídas" como toda ditadura -militar ou constitucional- sempre fez.
Fora Temer não é "Venha Maia" ou "Passe Aécio"
Fora Temer, para mim, é "venha povão", seja protagonista e fazedor da história; e que os políticos, movimentos e partidos que saibam interpretá-lo, que se habilitem.
Até hoje o palco é dos donos do poder, seus deputados donos de igreja e suas PMs violentas. Fora Temer é abrir as comportas para a revolta, justa e criativa do povo.
A História não é feita por Carlomagnos, Alexandre Magnos ou heróis e vilões. A verdadeira história a fazem os povos, na revolta dos escravos de Espártaco, na Revolução Francesa, Russa, Cubana ou Vietnamita.
O Quilombo de Palmares fez mais pela queda -formal, ao menos- da escravidão do que a princesinha cor de rosa e sua Lei Áurea.
O povo uruguaio invadido pelas tropas imperiais fez mais que o "Fogo-foguinho", herói das historietas dos admiradores do império e seus Pedros.
O povo paraguaio sacrificado na Guera Infame da Tríplice Aliança fez mais na sua derrota do que os turistas como o nobre Alfredo d'Escragnolle Taunay, lutando de fraque e espada entre passeio e passeio a Paris e champanha na corte do Rio de Janeiro.
Sonha Temer seus pesadelos imperiais e medievais, enquanto Aécio, Serra e Alckmin se digladiam para ver quem vai representar melhor a Fiesp e a CNA quando os donos de igrejas e sua burguesia lumpem saírem de cena.
Coitado do Temer, típico exemplo do "forro" (na Argentina a gíria diz que forro é a camisinha, que se usa e se joga fora), tonto usado e abusado pelos bandidos do congresso e representante fiel da massa ignorante, cafona e deslumbrada que foi para as ruas de verde e amarelo atrás do Pato Amarelo.
Como muitos outros fantoches na história, o Temer passará. Mas o povo vai ficar, e é esse povo quem vai fazer a história quando começar a se movimentar.
Javier Villanueva. 12 de setembro de 2016.
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