El Facebook, la Tv alternativa y las manifestações de 2013 en Brasil.
Hasta hace muy poco tiempo, un ciudadano de un pueblo del
interior de cualquier estado brasileño tenía que esperar la llegada em papel -generalmente
solo al día siguiente- de la Folha de
SPaulo, el Estadão o de O Globo.
Ahora, por medio del Facebook, o leyendo los comentarios en
las versiones “on line” de los diarios, ese mismo ciudadano lee los
artículos de los periodistas más conocidos, no solo divulgados por los propios
internautas, sino que, además, recibe el texto recomendado por un amigo, lo que
le aumenta lo emocional a la confianza del contenido.
Las grandes empresas de los medios de información disponen
hoy de más recursos para disputar el espacio dentro de las redes sociais,
principalmente Facebook y Tweter.
Los más jovenes, mejor digitalizados que la población de diez
años atrás, logran influir en las pautas nacionales de discusión através
de la formación de múltiples contactos y de diversas opiniones que no están necesariamente
vinculadas a los partidos políticos de la izquierda -ni los antiguos, como el PT
y PCdoB, (este último en control de la UNE, bastante desaparecida hace un buen tiempo),
sino también a los que tratan de ubicarse levemente a la izquierda del PT y PCdoB: el PSTU y PSol,
los que más participaron en las manifestaciones que empezaron en São Paulo hace
dos semanas y se desparramaron por todo el país.
A continuación, transcribo lo más fielmente posible,
traducidos del portugués, dos posts
de amigos que, por haber sido publicados en Facebook, considero de dominio
público.
Transcribo también un texto del diputado Jean Wyllys, del
PSol, partido con el que no comparto más que algunos pocos puntos de vista,
pero que ha dado luchadores muy comprometidos y respetados, como este (sigue un
link del diputado al Facebook). No hay traducción de este texto por un simple
motivo de pereza de mi parte.
JV
De Elizabeth:
Una de las grandes novedades en estas manifestaciones es el desempeño
de los medios digitales independentes, que ya hace un año y medio que cubren las
manifestaciones callejeras, y ahora obtuvieron más visibilidad. Mientras que la
Globo se quedaba en lo alto de los edificios, sitiada, los medios independientes
siempre estuvieron en medio de las personas; confieso que nunca vi antes una cobertura
de ese tipo.
Dice uno de ellos, Bruno Torturra, que la diferencia de ellos
con los medios tradicionales es la "honestidad, ética, posicionamiento
integrado dentro de las protestas y no la de analistas, “drones”, helicópteros, sino testimoniando. Y la credibilidad por la
no edición, la no mediación de intereses comerciales. Detesto la cobertura de
los grandes medios, que tuvieron y tienen un gran papel en el tamaño de la
alienación política del país."
De Luciano
Te pregunto a vos: si vas a la manifestación mañana o la
próxima semana, vas a ir llamado por quién? Saldrás a las calles convocado por
una entidad en la que confiás y conocés? o a invitación de una cualquiera? Vos
podrás decirme: “Ah, voy por cuenta propia”. Pero la dinámica de una manifestación
no es esa: entidades (sindicatos, ONGs, partidos, medios de comunicación, movimientos
sociales) convocan y las personas van. Es así que funciona. Estas protestas
comezaron con una convocación del MPL (Movimento Passe Livre).
Recebi un link en donde aparecen 20 entidades de extrema-derecha
en Facebook convocando a una manifestación el día 10 de julio. Son entidades
como “Amigos da Direita”, “Anti-Neoateísmo”, “Cristianismo Online”,
“Militarismo Minha Vida”, “Igreja Internet para os Necessitados”. Vos, que sos un
ciudadano progresista de cualquier edad, y vos, joven, querés realmente darle
representatividad a esa gente? (Cynara Menezes).
De Jean Wyllys
Há tempos a imagem do vencedor do Big Brother Brasil 2005, o
baiano Jean Wyllys (PSOL-RJ), se dissolveu dando espaço para um dos deputados
federais mais atuantes da atual legislatura. Em entrevista ao A TARDE, ele
analisa as manifestações pelas ruas do País e atira contra muitos, incluindo o
governador Jaques Wagner e o deputado estadual Sgto. Isidório (PSB).
Regina Bochicchio - Você julga representar os manifestantes?
Jean Wyllys - Eu represento parte dessas pessoas que estão
nas ruas. Representação não é uma coisa fácil, direta, dada. Representação é
uma coisa difícil. E dinâmica, permanentemente sendo revista. Eu represento as
pessoas que foram as ruas com uma pauta direta de reivindicação. As pessoas que
defendem, por exemplo, um objetivo concreto, como o que aconteceu inicialmente
em São Paulo e Rio, a questão das tarifas de transporte urbano e os gastos com
a Copa do Mundo. Mas a manifestação foi se estendendo, as repressões policias
foram crescendo e incorporando outra pauta, a questão da moralidade pública, ou
seja, um uso adequado, republicano dos recursos públicos. Isso também tem a ver
comigo. Mas aí quando foram crescendo ainda mais, se tornando espetáculo na
televisão, elas começaram a atrair segmentos assustadores, dos fascistas.
Regina Bochicchio - Mas evidencia uma insatisfação geral, não
é?
Jean Wyllys - Isso é fato. Mas evidencia mais do que
isso, evidencia um povo que sempre se colocou à parte de uma
participação política mais ativa, de acompanhar os mandatos, de ter
participação política. E uma vez convocada, não sabe como é participação
política, não saber fazer. E aí o que aconteceu? Os equívocos. Um,
primeiro os fascistas foram para as ruas. Por exemplo, eu publiquei um
manifestante que segurava um cartaz dizendo 'Não à corrupção,
intervenção militar já! Impechment de Dilma já!. Isso é uma defesa do
golpe! Como ele tinha outras pessoas fazendo isso. A inabilidade, a falta
de hábito da grande maioria de lidar com a participação política se
expressou muito no antipartidarismo. Numa manifestação política, sem
centro e sem líderes, impedir a participação dos partidos é
totalitarismo. Na medida em que são antidemocráticos as manifestações
também atraíram esses setores antidemocráticos, de colorido fascista, de uma
direita que não admite de hipótese alguma um governo dos trabalhadores -
com todos os problemas que tem.
Regina Bochicchio - As falas de algumas pessoas denunciam um
certo descompasso sobre como agir de forma direta na sociedade, para além das
ruas...
Jean Wyllys - Nós somos uma democracia jovem ainda. Os
governos Lula fizeram alguma coisa que é inegável é que houve que é fato
inegável, um mérito, houve de fato redução da pobreza durante o governo
de Lula. E emergiu uma nova classe média que é a classe C. Ela teve acesso
às redes sociais... mas ela já vem sendo alijada há muito tempo do
direito à Educação de qualidade. Ausência de educação para a cidadania,
impediu que as pessoas participassem da política, no sentido assim, da
fiscalização sobre o poder, impediu que elas fizessem a democracia
participativa. A democracia é representativa e participativa.
Agora, como estamos num a democracia jovem, chegou a hora dessas
pessoas fazerem a democracia participativa. Essas manifestações foram o primeiro
momento dessa democracia participativa. Eu acredito que com a experiência
negativa as pessoas vão aprender, na próxima, elas terão objetivos
mais claros, coisas mais concretas. Mas essa colcha de retalhos não
funciona. A única que foi apresentada concretamente foi a do MPL e essa
foi atendida. Com essas experiências dos fascistas, dos vândalos, elas vão
ver que democracia participativa não é só ocupar as ruas sem um
objetivo concreto - uma democracia são suas instituições democráticas.
Acho que foi bonito, foi um primeiro movimento. E eu vou ser nesse
momento positivista: sem ordem não há progresso. O caótico é bacana para
o espetáculo, para a pauta da TV. Eu defendo, por exemplo, que o partido
esteja lá, é um direito dele. Quando você perguntava para um desses
meninos nas ruas, diziam: "A gente é contra tudo isso que tá
aí". Mas eu perguntava: mas contra tudo isso que taí o que? Não
sabiam dizer. A gente é contra partidos. Sim, mas você quer colocar
o que no lugar dos partidos? O que eu percebo é que essa juventude foi
pra rua sem alfabetização politicamente, foi só com a vontade e isso é
bom. Eles pediam por exemplo explicação pelos gastos da Copa. É
tarde, deveria ter sido discutido antes, E quem estava discutindo eram
os partidos de esquerda. Houve discussões, capitaneadas por
partidos. Não me venham agora dizer que os partidos tem de estar fora
porque quem estava discutindo isso enquanto o gigante dormia eram
os partidos.
Regina Bochicchio - Como isso respinga no Congresso e em
2014?
Jean Wyllys - Isso já respingou lá no Congresso. Após a
grande manifestação de segunda-feira, tivemos uma reunião grande do
colégio de líderes. Ivan Valente que é líder do PSOL não estava então eu
como vice-líder fui. Antes de a agente abrir a reunião nós estávamos
conversando entre nós e eu vi que a grande maioria dos deputados não
entende o que está acontecendo mesmo. Por que? Porque a maioria dos
deputados é alheia... alheia aos novos tempos. É alheia ao fato de que
essa juventude está em rede, que ela está articulada em rede. Os
deputados não perceberam essa mutação, não estão nas redes sociais,
não dialoga no twitter com essa gente, não sabe o que está atravessando o
corpo social, portanto, foram pegos de surpresa. Eu fui o primeiro a
falar e eu disse: a gente precisa dar uma resposta. E a resposta
que as pessoas querem é que a pauta legislativa reflita os seus
interesses. São interesses difusos e há pautas que não tem consenso. Mas
é possível identificar o que é de consenso. E o que é de consenso
tem de estar nessa pauta. Por exemplo: educação é um consenso. A nossa
pauta poderia esboçar esse consenso votando os 10% dos royalties do
pré-sal. Isso é função do Legislativo. Nós poderíamos atender à
essa reivindicação colocando em prática o PNE - Plano de Educação e
Metas, que passou pela Câmara dos Deputados e parou no Senado - Renan
Calheiros não põe na pauta. Havia consenso em relação à segurança
também. Então, a gente podia votar a PEC 300. E no bojo dessa
votação discutiríamos que polícia nós queremos. Uma polícia que não
faça como a polícia da Bahia na quinta-feira. A polícia da Bahia foi uma
das mais truculentas em todas as manifestações, a que mais reprimiu
durante os manifestantes.
Regina Bochicchio - Como você avalia a resposta que
governador Jaques Wagner deu ?
Jean Wyllys - Jaques Wagner quando se elegeu, em
campanha, apresentou o contracheque de um policial e dizia que na
Bahia os policiais eram desvalorizados e ganhavam muito mal e que a má
remuneração levava a problemas como a corrupção policial, da constituição
de milícias e grupos de extermínio e parte da população negra na
periferia. (pausa). Nos dois mandatos a polícia baiana quase que duplicou
a quantidade de assassinatos (nova pausa). Isso significa que Jaques Wagner
não cumpriu a promessa dele, não foi por acaso que houve uma greve
das polícias durante o governo dele. Logo, um governador que traiu sua
promessa de campanha e cuja polícia continua matando a população negra,
não seria sensível a manifestantes de rua e, numa nota oficial não
falaria da violência da polícia. Outra coisa: a Copa das Confederações acontece
sem que o metrô esteja funcionando. Porque cargas d'água não se fez uma
CPI na Assembleia Legislativa ou na Câmara para apurar o escândalo
do metrô? Porque vai respingar lama - e eu digo sem medo de ser feliz -
vai respingar lama sobre todos os grupos políticos que se enfrentam aqui.
Regina Bochicchio - Você sabe que aqui na Bahia o
governador está em sintonia com o prefeito?
Jean Wyllys - Não me espanta que o governador Jaques Wagner
esteja em sintonia com o prefeito ACM Neto (DEM). Não me espanta de
forma alguma. Jaques Wagner fez um governo carlista. Embora tenha sido
eleito com a promessa de que enterraria o carlismo. Mas embora tenha
prometido isso, fez um governo carlista, mais do que os próprios
carlistas. Não só incorporando pessoas no seu governo mas se
comportando, muitas vezes, de maneira autoritária e arrogante, tal qual o
antigo cabeça branca. E olha que Jaques Wagner sequer aproveitou o que havia
de bom no carlismo - sim, porque havia uma coisa de bom no
carlismo. O carlismo, com toda a política paternalista que ele invocava
tinha uma coisa bacana que se incorporava nas letras ACM - Arte, Cultura
e Memória. O carlismo investia no orgulho de si, orgulho de ser
baiano. esse orgulho de si, por mais que pareça uma coisa idiota num
primeiro momento, ele tem uma coisa boa, gostar de seu lugar, cuidar do
seu lugar. E esse gostar e cuidar implica uma abertura para o outro:
mostrar para o outro a minha Bahia. E isso não é uma bobagem, tem
implicações políticas e econômicas. Abrir a minha Bahia e mostrar como
a minha Bahia é cuidada traz divisas, recursos para a Bahia. Mas
também não gostaria que Jaques Wagner não agisse de maneira
republicana com ACM Neto, devolvendo à ACM Neto aquilo que o avô
dele fez com Lídice da Matta (PSB).
Regina Bochicchio - Por que se blinda a base do governo que
deu a Comissão ao PSC de Marco Feliciano?
Jean Wyllys - As pessoas escolherão Feliciano porque ele é
um símbolo, ele encarna o fundamentalismo. Ele é vaidoso,
narcisista, gosta de estar em frente aos holofotes. Mas as pessoas que
fazem a crítica mais embasada não perdem de vista que Marco Felciano é
da base do governo e que ele chegou à presidência graças a maioria
da comissão de direitos humanos que é fundamentalista, pessoas do naipe
do deputado Sargento Isidório...
Regina Bochicchio - Que está aguardando aprovação do
projeto para criar os dele aqui, como o "consola corno",
ajuda aos homens traídos...
Jean Wyllys - Eu só não acho tão surreal que a
Assembleia Legislativa da Bahia tenha alguém do naipe do pastor
Isidório porque na Assembleia do Rio de Janeiro tem gente muito pior. E
porque na própria Câmara dos Deputados existe Bolsonaro e Marco
Feliciano. Porque se não existissem esses dois em Brasília eu diria
que a presença de Isidório na Assembleia é uma aberração
inadmissível.
Regina Bochicchio - E ele nem é de partido evangélico,
é do PSB...
Jean Wyllys - Pois é. A deputada Luiza Erundina, que
também é do PSB chegou par mim outro dia e disse: meu filho, eu
fico envergonhada, depois de tudo o que passei e enfrentei, eu fico
envergonhada de no meu partido haver uma pessoa daquela.
Regina Bochicchio - Eleições 2014. Você é candidato à
reeleição?
Jean Wyllys - Sim, sou, pelo Rio de Janeiro. Eu pensei
inicialmente em não me candidataria porque há um custo emocional
muito grande. O mandato federal me expõe demais. As pessoas que
moram no Caminho das Árvores e na invasão do Pela-Porco, têm
direitos humanos. E quando você advoga o direito dessa população
pobre, negra, as pessoas acham que ela não tem direitos humanos. E então
elas olham os direitos humanos como se fosse coisa de bandido. É uma
estupidez pensar assim. Tocar nesses temas não é fácil. Tem um
desgaste que vai do insulto à ameaça de morte. Foi tanto desgaste que já
passei, tanto que eu pensei: não vou segurar essa onda mais uma vez. Mas
ao mesmo tempo eu tenho responsabilidade com a representação que eu
tenho hoje no Brasil. Eu não fui eleito em 2012 o melhor deputado do
Brasil pelo Congresso em Foco por acaso.
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