domingo, 8 de maio de 2011

Joseph Conrad e sua obra "O Coração das Trevas"


Quando em 1902, Joseph Conrad publicou seu romance "O Coração das Trevas", poucos tinham conhecimento na Europa do que estava acontecendo nas entranhas do sistema colonial, incluindo o personagem do romance, o marinheiro Charlie Marlow, que narra a viagem que ele fez há muito tempo atrás pelo rio Congo buscando o Senhor Kurtz, o chefe de uma exploração de marfim situada no então chamado "Congo Belga", um território que naquele tempo era, literalmente, "uma fazenda de propriedade particular" do rei Leopoldo II da Bélgica, um reflexo fiel da realidade colonial da época.
Conta Conrad, como faria qualquer outra história de aventuras do tempo, uma viagem da metrópole britânica até terras inóspitas, com a subida do rio Congo, como acréscimo, num continente africano misterioso, cheio de lugares selvagens e inóspitos. É claro que a aventura era promissora e propunha a possibilidade de grandes fortunas. No entanto, o desenvolvimento de obra virará uma história comovente, que nos mostra a face mais desumana da era colonial, uma viagem que se torna uma descida ao inferno mais terrível em que a brutalidade dos colonos europeus com os nativos desumaniza completamente a ambos, mostrando o lado mais primitivo dos seres humanos, algo que está perfeitamente definido nas palavras conclusivas da personagem que procurava o protagonista do romance, o Sr. Kurtz: "O horror! O horror! ".

Um comentário:

  1. Na "Associação Internacional Africana", fundada por Leopoldo II da Bélgica, ele descobriu a face oculta do imperialismo europeu, mascarada pela "missão salvadora e civilizadora" que era apenas a capa que escondia o mais miserável exploração do homem pelo homem, protegida por teorias pseudo-científicas sobre a superioridade do branco, em última instância legitimadoras da grande exploração e crueldade que existia na densa selva do Congo.

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